Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Alegria e emoção no primeiro ‘sim’ dos noviços

04/01/2013

Notícias

Moacir Beggo

Rodeio (SC) – O Noviciado São José de Rodeio (SC) viveu, nesta quinta-feira (03/01), um dia intenso com a Primeira Profissão Religiosa na Ordem Franciscana de nove jovens que concluíram a etapa do noviciado (também chamado ano de provação) na Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil. O Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, presidiu a celebração, tendo como concelebrantes o Definidor Frei Germano Guesser e o guardião da Fraternidade do Noviciado, Frei Valdir Laurentino.

Frades de toda a Província, paroquianos e familiares lotaram a Matriz de Rodeio para participar deste momento histórico. A alegria marcou o início do encontro celebrativo no ritmo dos tambores e da voz dos noviços angolanos, que também fizeram um canto de agradecimento em quibundo no encerramento. Mas, como era de se esperar, a emoção também tomou conta dos professandos, especialmente quando se ajoelharam diante do Ministro Provincial no momento central da profissão.

Foto oficial: neoprofessos, formadores e Ministro Provincial

Durante duas horas, o rito intenso da profissão tomou conta dos professandos: Frei Alan Leal de Mattos, Frei Eduardo Augusto Schiehl, Frei Jefferson Max N. Maciel, Frei Jhones Lucas Martins, Frei João Pedro Inácio S. de Almeida, Frei Josemberg Cardozo Aranha, Frei Roger Strapazzon, Frei Junior Mendes e Frei Leônidas Inácio Félix. Depois da Liturgia da Palavra, o Mestre dos Noviços, Frei Samuel Ferreira de Lima, fez a chamada de cada um e os apresentou ao Ministro Provincial. Em seguida, um deles, em nome de todos, fez o pedido para que “digneis admitir-nos à santa profissão na fraternidade dos Frades Menores”.

Frei Fidêncio respondeu: “Bendito seja Deus, que vos escolheu para conosco caminhardes em nova vida”. A partir desse momento, o Ministro Provincial explicou detalhadamente o significado desta entrega total a Deus. “As Constituições da Ordem dos Frades Menores nos dizem que a Profissão, para o religioso, é decorrência da graça do batismo: ‘Levando à maior plenitude a consagração batismal’. A graça da consagração batismal, hoje, os leva a dizer um novo SIM radicalmente evangélico para seguir mais de perto os passos de Jesus Cristo, na Ordem Seráfica”, disse.

Segundo Frei Fidêncio, a graça do batismo leva hoje os professandos a responder ao chamado divino, como outrora fez o apóstolo Paulo, depois da grande interpelação divina quando estava a caminho de Damasco. “Paulo reconhece que toda a mudança na sua vida aconteceu por amor a Cristo. Por isso, ele se apresenta à comunidade cristã de Filipos como um homem vitorioso, um homem que rompeu com a lei antiga, rompeu com o passado, e se lançou a um novo compromisso assumido em definitivo. Seu ‘sim’ foi um ‘sim’ para sempre, por amor a Cristo: quero ganhar Cristo, quero estar com Ele, viver da Fé Dele…”, acrescentou, citando Filipenses 3,8-14.

“Para vocês, caros noviços, professar é responder ao chamado de Cristo. A Profissão é tradução da profunda experiência de Cristo que vocês fizeram ao longo deste ano de noviciado, experiência esta que vocês desejam viver como Irmão Menores, Frades Franciscanos… Oxalá esta profissão de vocês tenha este sabor espiritual que havia no coração de Paulo: não vale mais a pena outros conhecimentos, outros caminhos… Meu único ganho é Cristo, meu único desejo é ser possuído por Ele na vida religiosa”, emendou o Provincial.

Noviços angolanos (da esq. para dir.): Frei Santana, Frei Tiago, Frei João, Frei Quintino e Frei Alfredo

Frei Fidêncio perguntou se este chamado é exigente. “Sem dúvida alguma!”, respondeu. “Assim como Paulo sentiu a exigência de Cristo e a ele foi fiel, esta mesma exigência nos é proposta por Jesus Cristo no Evangelho de hoje (Mt 19,16-26). Não basta uma mera prática formal de leis. Jesus quer algo mais dos seus discípulos. E neste algo mais, duas dimensões da nossa vida se evidenciam: a primeira, a dimensão da cruz, da luta, do sofrimento, da batalha, da renúncia, da morte; a segunda, o poder da vida, da ressurreição, do prêmio, do cêntuplo, da vida eterna: ‘ficar em comunhão com os seus sofrimentos para experimentar a força de sua ressurreição'”, acrescentou.

Depois de São Paulo, o Ministro Provincial lembrou São Francisco de Assis, que “nos interpela a começar sempre de novo”. Segundo Frei Fidêncio, devemos empenhar-nos na vida para atingir vitórias, mas conscientes de que estas vitórias serão sempre parciais. “A renovação anual dos votos, a profissão solene, a ordenação presbiteral, um jubileu etc, são vitórias, mas sempre parciais”, frisou.

“Para Paulo, assim como para Francisco e para Clara, não se abraçam as exigências evangélicas apenas para competir formalmente. Eles nos convidam a vencer, a alcançar a meta proposta. ‘Completa apaixonadamente a obra que você começou bem’, nos diz Santa Clara!”, reforçou o Ministro.

Frei Fidêncio terminou sua homilia evocando o Testamento de Sena e três mediações vitais para o religioso franciscano: a caridade fraterna; amor e fidelidade a nossa Senhora Santa Pobreza; e fidelidade serviçal à Santa Mãe Igreja.

Depois da homilia, os professandos se aproximaram do Ministro Provincial e foram interrogados se estavam preparados para se consagrarem a Deus e buscarem a perfeição da caridade segundo a Regra e as Constituições da Ordem Seráfica. Depois se ajoelham e fazem a profissão. Terminado este momento, cada neoprofesso recebe a Regra e as Constituições e assina o documento da Profissão sobre o altar, expressando com isso que a vida passa a ser colocada sobre o altar do Senhor.

O neoprofesso Júnior Mendes falou em nome da turma de noviços deste ano, agradecendo a Deus, à Fraternidade, ao Mestre de Noviços, aos benfeitores, aos colegas noviços angolanos, aos colegas noviços mineiros e aos paroquianos. “Foi um ano muito intenso e de muita espiritualidade. Por isso damos graças ao bom Deus por esta etapa de nossa vida”, disse, pedindo orações para a próxima etapa na formação e estudos que terão pela frente.

O Ministro Provincial também fez seus agradecimentos e falou especialmente aos familiares dos noviços. Frei Fidêncio também agradeceu e lembrou que os cinco noviços angolanos – Frei Alfredo Epalanga Prego, Frei João Alberto Bunga, Frei Quintino Viqui Samayenje, Frei Santana Sebastião Cafunda e Frei Tiago Manuel Quingando – farão a primeira Profissão, em Luanda, Angola, onde estará em março. Eles continuarão no Noviciado de Rodeio até o dia 28 de janeiro, quando embarcarão para o seu país. Eles não puderam professar agora porque chegaram atrasados a Rodeio devido a problemas com o visto para ingressar no país.

Também não professaram com a turma os noviços Frei José Aécio de Oliveira Filho e Frei Patrick Roberto de Souza, que por pertencerem à Fundação Franciscana Nossa Senhora de Fátima, farão a primeira Profissão neste domingo (06/01), em Uberlândia (MG).