Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

A lição de Emaús no 4º dia do Oitavário da Festa da Penha

12/04/2023

Notícias

 Vila Velha (ES) – “Hoje, todos somos chamados a testemunhar aquilo que experimentamos nas festas pascais. Somos chamados a servir, como Maria serviu, na vocação que Deus nos concedeu. Por isso, a vocação e o serviço dos leigos são tão importantes. É da comunidade de fé que surgem as novas vocações”. A orientação foi dada hoje, 12 de abril, no 4º Dia do Oitavário da Festa da Penha, durante a Santa Missa, às 16 horas, pelo vigário Paroquial, Pe. Ponciano Petri, do Santuário Nacional São José de Anchieta (ES). O Pe. Álvaro Negromonte, sj, reitor deste Santuário, presidiu esta Eucaristia, tendo como concelebrantes os sacerdotes da Área Pastoral de Benevente (formada pelas cidades Anchieta, Alfredo Chaves, Perocão, Meaipe, Praia do Morro, Muquiçaba e Guarapari), responsável pela liturgia do dia.

Pe. Ponciano se referia ao tema do dia da Festa – “Chamados a ser leigos” e também ao tema central “Com Maria, chamados a servir”. O tempo agradável ajudou para que o Campinho voltasse a ficar lotado. As celebrações começaram com o Momento Devocional Franciscano, presidido por Frei Alessandro Nascimento, do Convento da Penha, que refletiu sobre o papel do leigo na Igreja.

Referindo ao Evangelho de Emaús, segundo o pregador, a Palavra de Deus nos coloca em sintonia com dois discípulos que serão transformados ao longo de um caminho percorrido com o Ressuscitado. “Sentirão o coração ardente e colocarão os pés a caminho porque deixaram-se alcançar pelo Cristo que caminhou com eles”, observa Pe. Ponciano.

Para o pregador, o Evangelho revela a tristeza de quem acreditou no Jesus poderoso e que triunfaria sobre todos em Jerusalém. “Conversavam sobre todas as coisas que aconteceram a partir da ótica deles, dos interesses deles. Atitude própria de quem está cego pelo egoísmo, pela autorrealização e são impedidos de reconhecer o Ressuscitado”, enfatiza o presbítero.

Segundo ele, partilham com um desconhecido suas frustrações, estão carentes de algo que somente o Ressuscitado tem para oferecer: “A paz da presença de Jesus dá lugar a um novo sentido: o coração passa a arder e ganhar vida nova”. Do Jesus “fracassado” (lembremos o terror da cruz), na ótica deles, ao Jesus transformador. Iam para Emaús desanimados, mas voltam para Jerusalém revigorados e alimentados pelo pão da vida.

“Essa transformação só é possível porque Jesus mesmo tem a iniciativa – é sempre Dele – de se aproximar”, diz Pe. Ponciano, explicando que um discípulo é Cléofas e o outro não identificado pode ser todo aquele que toma conhecimento da história.

“Inciativa de caminhar ao lado; explicar as escrituras; encher os corações de esperança; sentar e partilhar o pão com eles. A proposta que atraiu e seduziu antes os discípulos dá lugar a uma nova perspectiva: Jesus não se deixa encontrar no túmulo (como quiseram as mulheres e Pedro e o outro discípulo), mas na fração do pão. Alimento, sustento, compromisso. Somente Jesus Ressuscitado é a razão da nossa caminhada, da nossa subida e descida dessas ladeiras da Penha. Jesus se deixa descobrir que está vivo quando deixamo-nos alcançar por Ele e deixemos que ele nos fale, com palavras e gestos de ressurreição”, explicou o pregador do dia.

Para ele, na experiência do ressuscitado não cabe mais ficar longe da comunidade e do testemunho. “Os discípulos já não são mais de Emaús, mas de todos os povos, respondendo ao mandamento de Jesus – Ide e anunciai! Por isso contam o que aconteceu com eles no caminho e como reconheceram Jesus no pão. As narrativas da ressurreição de Jesus são também de missão. Jesus Ressuscitado não mais se deixa ver para provar que está vivo, mas os efeitos da ressurreição falam por si: paz, disponibilidade, sentido de comunidade e a profissão de fé: verdadeiramente Ele está vivo e apareceu”, ressaltou.

E pediu: “Deixemo-nos também nós sermos alcançados pelo Ressuscitado no caminho eclesial, pessoal e nos colocar à disposição para o serviço. Sejamos evangelizadores que nos movemos sem medo, que vamos adiante para levar a beleza e a novidade de Jesus que transforma tudo, nos exorta o Papa Francisco”.

O PAPEL DO LEIGO

O momento devocional franciscano que antecedeu a Santa Missa, às 15h, foi presidido por Frei Alessandro Nascimento, frade do Convento da Penha. A imagem de Nossa Senhora da Penha foi conduzida pelas pastorais e movimentos, como Ministros da Eucaristia, Equipe de Acolhida, Liturgia, Voluntários da Festa da Penha, Membros da Associação do Convento da Penha e a Ordem Terceira Secular, cantando o Hino da Festa da Penha. O momento devocional é formado de cantos, orações e ladainha.

Na reflexão sobre o tema, Frei Alessandro disse que o leigo tem um papel fundamental na obra de evangelização, ele é chamado a ser sal da terra e luz do mundo: “O leigo deve ser compromissado com o anúncio do Reino, exercendo um papel transformador na sociedade em que vive. Leigo não é aquele que não sabe, mas aquele que se deixa tocar pela força criativa e transformadora do Evangelho”.

Carol Monteiro e Frei Gustavo Medella conduziram o Programa Salve Mãe das Alegrias, que teve a banda de Congo São Benedito, da Angela Abdo, fundadora do movimento “Mães que oram pelos filhos”.

A Festa da Penha é o maior evento cultural e religioso do Espírito Santo e está entre as maiores e mais antigas festas marianas do Brasil, de grande relevância na identidade e na cultura do povo capixaba. O evento é realizado todos os anos pela Comissão Organizadora da Festa da Penha, formada pela Mitra Arquidiocesana de Vitória, Convento da Penha e Associação dos Amigos da Festa da Penha, com apoio de patrocinadores, parceiros e voluntários.

O dia terminou com uma noite de oração pelos filhos no Campinho do Convento, com o Padre Gudialace Oliveira, missionária Salette Ferreira, Ângela Abdo e Amo Vox, com participação da Banda Adventus.

O Movimento Mães que Oram pelos Filhos tem como carisma a Restauração das Famílias pelo poder da Oração de Intercessão. É um chamado para que todas as mães, a exemplo de Maria, busquem no silêncio e na oração, cultivar a fé, ser fiel ao dom da maternidade que lhe foi concedido, vencer as dores, ser grata e saber rejubilar-se com as obras de Deus.

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PROGRAMAÇÃO DE QUINTA-FEIRA

13 de abril – 5º dia do Oitavário – Área Pastoral Serra / Fundão
Tema do dia: Chamados à vida sacerdotal

– 7h, 9h e 11h – Missas na Capela do Convento
– 14h – Programa Salve Mãe das Alegrias – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (TVs, rádios e internet)
– 15h – Devocional Oitavário – Campinho do Convento – transmissão ao vivo (TVs, rádios e internet)
– 16h – Missa do 5º dia do Oitavário no Campinho do Convento – transmissão ao vivo (TVs, rádios e internet).
– 19h30 – Apresentação da Orquestra Acadêmica do IFES, com o maestro Walter Costa Bacildo, acompanhado pelo Coral Cameria IFES; no Santuário do Divino Espírito Santo, no Centro de Vila Velha


Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo