A Festa da Manifestação do Senhor na Paróquia Santa Inês
05/01/2020
Moacir Beggo
Balneário Camboriú (SC) – Entre os dez destinos mais visitados do Brasil, Balneário Camboriú recebe turistas de diversas partes do Brasil e do exterior, segundo dados do Ministério do Turismo. Só na estação do verão 2019-2020, estima-se a presença de 4 milhões de visitantes neste pequeno munícipio catarinense. Esse impacto também pôde ser visto durante as Celebrações Eucarísticas deste domingo (5/1) da Epifania do Senhor na Paróquia Santa Inês, administrada pelos frades franciscanos da Província da Imaculada Conceição.
Segundo o pároco e guardião da Fraternidade Santa Inês, Frei Daniel Dellandrea, a igreja tem capacidade para acolher 1.200 pessoas sentadas. Neste domingo, todas as Missas lotaram a Matriz. Frei Clauzemir Makximovitz, que celebrou às 8h30, enfatizou que a festa de hoje tinha um significado muito especial para os cristãos porque está dentro do mistério do Natal. Segundo ele, no Brasil, os festejos populares de Reis nos ensinam que não há como celebrar essa festa com a cara fechada. “Não devemos celebrar a festa dos Reis Magos sem alegria, sem felicidade, quando recebemos o maior presente de nossa vida”, disse.
Na sua reflexão, Frei Clauzemir lembrou que não basta admirar a beleza da festa de hoje, mas precisamos fazer um esforço para reconhecer como nós fazemos parte de tudo isso. Para ajudar, enumerou alguns sinais. No primeiro deles, lembrou que Deus veio para todos nós. “Mas todos acolheram a Jesus? Para acolher a Deus, é preciso sair de si mesmo. Os Magos saíram de suas casas, de sua zona de conforto. Sair daquilo que nós sempre fazemos é difícil”, observou. No segundo sinal, a luz da estrela de Belém. “Temos à disposição os sinais de luz, sinais de Deus, na nossa vida. Ou será que estamos rondando sinais de morte, de violência?”, questionou. Por último, referindo-se aos presentes dos Magos, perguntou: “Será que nós temos disposição para oferecer a Deus o que temos de mais precioso em nossa vida? Ir até Deus não significa oferecer alguma coisa porque não temos nada para oferecer a Deus. Tudo o que temos pertence a Deus. Foi ele que nos deu. Tudo o que conseguimos construir foi graças a Deus”, disse, convidando os fiéis a colocarem esses dons e bens a serviço de um mundo melhor.
Frei Daniel reza com as crianças diante do presépio no altar.
Para o pároco, “o verão é um tempo aguardado pela cidade a cada ano”. Segundo ele, esta estação do ano é fundamental para toda a economia da cidade, e a igreja não fica de fora. “Temos uma estrutura grande na Paróquia e o bom fluxo dos visitantes ajuda a sua manutenção”, observou.
No final do ano recém-terminado, foi surpreendido quando viu que o forro do teto estava tomado por cupins, e o pior, um pedaço de madeira despencou do teto. “Quando vimos o estado da madeira do forro, não esperamos o ano terminar. Com a aprovação do Conselho Paroquial, durante dois meses conseguimos trocar todo o forro e ainda fazer algumas melhorias como a reforma das poltronas e pintura interna e externa da Igreja”, respira, aliviado, o pároco, que se mudou para esta cidade no início do ano passado. No último dia 13 de dezembro, com a reinauguração, as Missas voltaram para a igreja e os paroquianos puderam ver as mudanças. Durante este período, as Missas foram celebradas no Salão paroquial, menor que a parte interna da igreja.
A Paróquia Santa Inês tem o atendimento de quatro frades: Frei Daniel, Frei Clauzemir, Frei Lindolfo Jasper e Frei Conrado Lindmeier, que também celebrou no último dia 13 o seu jubileu de 50 anos de sacerdócio (ele está há sete anos na Fraternidade). Desde a sua fundação, em 21 de janeiro de 1967, a Paróquia está sob os cuidados dos Frades Franciscanos.
Em meio a grandes arranha-céus, a Igreja de Santa Inês se destaca na cidade. O projeto grandioso e inovador, que ainda hoje chama a atenção, tem o formato arredondado para caracterizar uma tarrafa muito usada pelos pescadores. Esse projeto foi aprovado em 12 de fevereiro de 1968, quando foi feito o lançamento da pedra fundamental. Em 2 de junho de 1971, Frei Belmiro Brondani tomou posse como pároco e passou para a história quando foi celebrada a primeira Santa Missa no interior da nova Igreja e que foi oficiada pelo arcebispo Dom Afonso Niehues.
Para Frei Clauzemir, a festa de hoje não é para ser vivida de “cara fechada”
A igreja passou por reformas em 2010 e teve como principal obra o aumento do espaço. O sistema de som foi substituído e o sistema elétrico foi totalmente refeito, como também foi providenciada a climatização do ambiente celebrativo e a substituição dos bancos de madeira por poltronas, mais confortáveis. Entre os fiéis que participam das celebrações, especialmente do verão, uma boa parte vem de outros estados brasileiros e do exterior, principalmente da América Latina.