Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

A experiência de partilhar o Pão e a Palavra

04/04/2018

Notícias

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Frei Augusto Luiz Gabriel e Moacir Beggo

Vila Velha (ES) – O Evangelho de Emaús serviu de inspiração para o Pe. Eduardo Sérgio Magalhães fazer a homilia em tom orante nesta quarta-feira, 4 de abril, 4º dia do Oitavário da Festa da Penha. “O sentimento desse evangelho de hoje é o sentimento de alguém que perdeu alguém muito querido. É o sentimento de alguém que perdeu a esperança com a morte de Jesus”, disse. Dois discípulos, desanimados por não terem a presença física de Jesus, o encontram, o acolhem e o reconhecem, mas Ele desapareceu. “Ficaram as palavras que fizeram arder os corações. Ficou a inebriante alegria em que Ele transformou o desespero dos discípulos”, lembrou o sacerdote, que é pároco da Paróquia São Francisco Xavier, de Iriri – Anchieta/ES.

“Que fique para nós, nesta tarde do quarto dia, essa experiência de comer do pão partilhado, mas também partilhar do pouco que tem com aquele que não tem nada. E fazer a experiência da Palavra que se torna carne no Verbo Encarnado de Jesus. Que essa palavra ganhe vida e força no coração de cada um de nós que hoje ouvimos a Palavra de Deus, que aqui estamos no Campinho aos pés de Nossa Senhora! Que essa Palavra possa frutificar na sua vida e animar você que está na angústia do seu dia a dia, no desemprego, na dor, na desesperança! Que Jesus te visite ainda hoje e que Nossa Senhora te dê a mão e diga: ‘Levante-te e anda!’.

O quarto dia do Oitavário da Festa da Penha reuniu, no Campinho do Morro da Penha, os sacerdotes, movimentos, pastorais e o povo da área pastoral de Benevente (formada pelas cidades Anchieta, Alfredo Chaves, Perocão, Meaipe, Praia do Morro, Muquiçaba e Guarapari) para homenagear Nossa Senhora das Alegrias, o título pascal de Maria. Foi o primeiro dia da Festa com tempo nublado e ameaça de chuva.

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“Hoje nós estamos aqui, aos pés de Nossa Senhora da Penha, Nossa Senhora das Alturas, pedindo a ela que rogue por todos nós, incrédulos, que não fizemos a experiência do Evangelho, a experiência da Palavra de Deus, a experiência do pão partilhado, que deve ser uma experiência profunda de vida, pois quando conhecemos bem a liturgia da Missa, celebramos melhor. Quando não conhecemos achamos que é um rito pelo rito”, observou.

Pe. Eduardo lembrou dos 60 anos que a Arquidiocese de Vitória celebra este ano. “Gratidão a cada um que ajudou a construir essa história, a cada que ajudou a vivenciar esse momento de experiência com Jesus, com Nossa Senhora protegendo e abençoando toda nossa Arquidiocese, abençoando cada um de seus filhos e filhas amados e queridos por Deus, um Deus que não faz acepção de pessoas, um Deus que não coloca condições ao seu amor. Ama porque é amor. Como São Francisco diz: ‘O Amor não é amado’. Ama porque é amor”, enfatizou Pe. Eduardo.

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VIDA ALICERÇADAS

O Oitavário, o Momento Devocional Franciscano e Mariano do Oitavário começou às 14h30, quando Frei Gílson Kammer, da Fraternidade de Colatina, convidou o povo a conhecer um pouco o devoto da Virgem da Penha, Frei Pedro Palácios, e como ele fez para atender o desejo de Nossa Senhora das Alegrias de ter uma Ermida no alto do morro. Este exemplo de Frei Palácios motivou a reflexão de Frei Gílson, tendo como base a parábola da casa sobre a rocha.

“Quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha”. Segundo Frei Gílson, nossa vida deve ser construída sobre alicerces “capazes de suportar as tormentas da nossa existência humana”.

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Esses alicerces, para ele, devem ser, em primeiro lugar, a nossa fé. “É ela que nos sustenta, nos fortalece e alimenta a nossa intimidade com Deus. Outro alicerce que devemos edificar na nossa vida são os valores que fazem com que nos preocupemos com o bem comum e não somente com nossos interesses pessoais, que limitam a caminhada de tantas e tantas pessoas”, frisou, lembrando que este é um ano eleitoral e, como cristãos autênticos que todos buscamos ser, não podemos fechar nossos olhos diante das tribulações, diante do sofrimento imposto a todo povo pelo “desvio de recursos que devem ser aplicados na busca da paz e do bem comum”. Ele chamou a atenção para formação de um espírito crítico e construtivo.

“Por isso, como leigos e leigas, neste Ano do Laicato, como Igreja viva do Senhor, busquemos ser luz que ilumina e sal que dê sabor às nossas famílias, nossas comunidades e nossa sociedade. Por isso, como cristãos, sejamos sinais de esperança, verdade e alegria”, completou.

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A Festa da Penha é devocional e cultural, predominantemente marcada pelas grandes celebrações e romarias. É uma realização do Convento da Penha, da Associação dos Amigos do Convento da Penha (AACP) e da Mitra Arquidiocesana de Vitória.

Em sua 447ª edição, a Festa de Nossa Senhora da Penha começará neste domingo de Páscoa, 1º de abril, e terminará na segunda-feira, 9 de abril, dia em que se celebra a Padroeira do Espírito Santo, Nossa Senhora da Penha.

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 Encenação durante o Momento Devocional: Frei Pedro Palácios e os colonos diante do quadro da Virgem.

QUINTO DIA DO OITAVÁRIO

O guardião do Convento da Penha, Frei Paulo Pereira, deu as boas vindas a Frei Valdecir Schwambach, que até 2016 esteve à frente da Fraternidade do Convento.  Frei Paulo também lembrou aos devotos que nesta quinta-feira, às 19h30, a Orquestra Sinfônica do Espírito Santo se apresenta no Santuário do Divino Espírito Santo, em Vila Velha.

Também nesta quinta-feira, 5 de abril, haverá Missas na Capela: 6h00, 7h00 e 9h30. Às 14h30 começa o Oitavário, com o Momento Devocional Franciscano  e a Santa Missa no Campinho, que será coordenada pela Área Pastoral  Serra/Fundão. As confissões são atendidas das 8h00 às 11h00 e das 14h00 às 16h00.