Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

A atualidade da vida franciscana

25/09/2014

Notícias

Frei Clauzemir Makximovitz

 AGUDOS (SP) – No último dia (25/9) do Capítulo das Esteiras, a reflexão sobre a atualidade de nossa vida pontuou os encontros. Após o plenário das reflexões em grupos do dia anterior, voltadas para cada frente de evangelização da Província da Imaculada Conceição e sua missão de minoridade, a assembleia se reuniu para um momento de partilha e reflexão.

Respondendo a uma pergunta do dia anterior a respeito de seu discernimento vocacional, o Ministro Geral partilhou um pouco de sua história pessoal e vocacional. De família irlandesa que imigrou para os Estados Unidos, Frei Michael ressaltou a importância da cozinha como ambiente de acolhida e convivência, tão relevante para a cultura católica irlandesa. Frei Michael contou que sempre trabalhou com suas próprias mãos, desde criança, valor que até hoje carrega consigo na vida franciscana.

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Frei Nestor, Definidor Geral

Jovem, estudante, como tocava violão, foi convidado a participar de uma celebração de um franciscano e um protestante, uma experiência que achou estranha, mas ao mesmo tempo muito interessante. Depois disso, foi convidado por um grupo de protestantes a participar de um trabalho que construía casas, num projeto franciscano. Decidiu participar, e logo depois quis fazer uma experiência num seminário franciscano. Na formação, fez questão de sempre ir devagar, com calma. No tempo da Teologia pediu para fazer uma experiência de missão, na África, o que ocorreu no Congo. Foi realmente uma experiência transformadora. Voltando aos Estados Unidos, fez uma experiência de inserção numa comunidade negra muito pobre. Nessas experiências aprendeu a ver a face de Deus no outro, principalmente no pobre. Essa experiência ajudou no confronto com as dificuldades internas, seja de preconceitos ou individualismos. Depois de ordenado, voltou ao Congo. As perspectivas quanto à vida fraterna e franciscana mudaram. Depois disso vieram muitos trabalhos e responsabilidades, e realizações também.

Frei Estêvão, o moderador do dia, faz então a motivação para a partilha acerca das propostas e encaminhamentos vindos dos grupos. Frei Fidêncio ressaltou que uma das sugestões foi instituir o ano de formação entre o período da Filosofia e Teologia,  em terra de missão, preferencialmente Angola. A sugestão foi muito bem recebida pelos demais frades.

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Frei Estêvão e Frei Fidêncio

Frei Nestor comentou que quanto à comunicação, o problema também é quanto à comunicação interpessoal, entre os frades, e não só institucional. E no tocante à solidariedade com os frades, a participação de todos os frades, que foi ressaltada pelos grupos, deve ser valorizada.

Frei Michael destacou a vocação missionária da fraternidade, superando projetos pessoais em prol do projeto fraterno. Em diálogo com um mundo cada vez mais plural, nosso testemunho parece ser cada vez mais importante. Essa fraternidade em missão precisa contar com os leigos, não como funcionários, mas como condiscípulos. Lembrando do dia anterior, Frei Michael retomou a consciência da luta histórica dos frades menores em viver a pobreza, o que resultou ao menos em três grandes famílias. É necessário, sim, uma conversão de estruturas mentais, mas o frade deveria passar um período prolongado junto aos pobres conjugado numa experiência missionária. Isso certamente ajudaria a conversão de mentalidades. Os frades precisam estar junto com os frades acompanhando os pobres. Os pobres são os nossos mestres!