Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Angola celebra domingo 25 anos de presença franciscana

22/09/2015

Notícias

Neste domingo, a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola estará em festa. Será um dos principais momentos de celebrações dos 25 anos da presença franciscana naquele país. Durante a celebração deste domingo, Frei João Baptista Chilunda Canjenjenga  se tornará o terceiro frade angolano a professar solenemente na Ordem dos Frades Menores.

Nestes 25 anos de história, 52 frades estiveram em Angola como missionários, sem contar outros tantos que passaram pela Missão para um período mais curto de ajuda na formação de frades, leigos e das Irmãs Clarissas e outras atividades. Hoje, compõem a Fundação Imaculada Mãe de Deus (FIMDA) 17 frades de profissão definitiva, sendo dois angolanos e um irmão professo temporário em período de estágio, divididos em cinco fraternidades.

Os trabalhos realizados pelos frades da FIMDA se distinguem pela diversidade manifestada no atendimento a paróquias, na formação, no atendimento aos necessitados, na educação escolar, na assistência às Irmãs Clarissas, na produção e apresentação de programas de rádio, nos trabalhos sociais, no serviço da escuta cristã, nas celebrações, nas visitas a aldeias e lugares de difícil acesso, no acompanhamento vocacional dos candidatos à Vida Religiosa Franciscana.

Para além de tantas atividades, nota-se um esforço dos frades em cultivar uma grande proximidade com o povo. Visitando as fraternidades, não é raro ver o afluxo de pessoas que vêm ao encontro dos irmãos, seja quando estão em casa ou quando andam pelas ruas e vielas das localidades onde estão presentes. São muitos os cumprimentos, os sorrisos e a demonstração de carinho àqueles que abraçaram o seguimento de Cristo ao modo de Francisco e se esforçam para serem esta presença evangélica e evangelizadora entre os irmãos e irmãs de Angola.


 

Um dos momentos marcantes das celebrações neste ano jubilar da Fundação Imaculada Mãe de Deus é a profissão solene de Frei João Baptista Chilunda Canjenjenga. Aos 29 anos, ele é o terceiro frade angolano a professar na Ordem dos Frades Menores. Conheça um pouco o novo professo da Missão de Angola e sua caminhada vocacional franciscana até dizer o ‘sim’ definitivo a Deus e à Ordem Franciscana.

canjenjengaSite FranciscanosComo é fazer a profissão solene na terra natal exatamente no ano do Jubileu da Missão?

Frei João Baptista – Fazer profissão solene na terra natal é motivo de grande júbilo, pois tem grande significado na minha caminhada vocacional. Para os meus familiares, acredito que também é motivo de muita alegria porque terão a oportunidade de testemunhar o momento em que darei o meu sim definitivo a Deus, visto que não tiveram a graça de participar na primeira profissão. Também não deixa de ser momento importantíssimo para a Fundação Imaculada Mãe de Deus (FIMDA), que celebra o jubileu de 25 anos de presença missionária e evangelizadora dos Frades Menores junto ao povo angolano num momento de reflorescimento vocacional. Agradeço a Deus por este grande momento em que elevarei à plenitude minha consagração batismal dando o sim definitivo ao chamado Deus. Louvo mais ainda por ser justamente no dia em que a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola (FIMDA) celebra o seu jubileu. Também é muito bom para a nova geração vivenciar esse momento celebrativo que, de uma forma, contribui para a motivação vocacional.

Site FranciscanosComo se deu seu discernimento vocacional?

Frei João Baptista – O meu discernimento vocacional começou desde pequeno, quando comecei a sentir o chamado de Deus em meu coração. Ao longo dos anos fui alimentando o meu sim a este chamado em meu coração todos os dias, mas não manifestava publicamente. Certo dia, a convite de um amigo meu, comecei a frequentar as reuniões do grupo vocacional da paróquia. Passados alguns anos, tive que mudar de um Estado para outro, isto é, de Huambo, terra que me viu nascer, para Luanda, com o propósito de morar com as minhas irmãs. Procurando dar continuidade à minha participação nas reuniões do grupo vocacional, isto no Estado de Luanda, foi quando conversei com a minha irmã mais velha que já era ‘expert’ em assuntos de Igreja na Paróquia São Pedro Apóstolo. Por sua vez, ela dirigiu-me a um vizinho nosso que já frequentava encontros de direção vocacional com os Frades Menores no Palanca, Quimbo São Francisco. No terceiro domingo do mês, dia em que aconteciam as reuniões, o vizinho levou-me à reunião, onde pela primeira vez ouvi a história de Francisco de Assis. Com o passar do tempo fui me identificando com o carisma franciscano e, com ajuda do promotor vocacional, fui amadurecendo o meu discernimento vocacional. Imaginei ser vontade de Deus, pois até então não me havia decidido em que congregação serviria o povo de Deus. Daí continuei a participar dos encontros vocacionais no Palanca com os frades. No momento ,posso afirmar que, com ajuda de Deus e dos confrades, tenho sido perseverante e persistente neste sim a Deus e ao seguimento de Cristo Jesus pobre e crucificado.

João Baptista Chilunda Canjenjenga

Nascimento: 03 de Janeiro de 1986
Natural de Huambo, província do Huambo
Pais: José Pedro Canjenjenga e Ana Maria Chitula
Irmãos: Penúltimo filho de treze (13) irmãos
Aspirantado: Monte Alverne, Malange, em 2005
Postulantado: Malange, 2008
Noviciado: Rodeio (SC), em 2009
Primeira Profissão: 3 de Janeiro de 2010, em Rodeio
Filosofia: de 2010 a 2013, em Luanda
Teologia: 2º ano, cursando no ITF

Site FranciscanosE sua família, como recebeu a notícia?

Frei João Baptista – Quando entrei no grupo de vocacionados, os meus parentes pensavam que tudo fazia parte do meu lazer quando ia para as reuniões nos primeiros e terceiros domingos de cada mês. Passados alguns anos, quando informei a eles que precisava do termo de reponsabilidade para ingressar no aspirantado, a família ficou dividida: alguns eram a favor, outros contra. Apareceu até a ideia de que, como gosto muito da Igreja, poderia me tornar um bom catequista ou ministro da comunhão e não ser frade menor ou padre.
Como meus pais sempre foram a favor, o meu pai ordenou que os meus irmãos mais velhos escrevessem o termo de responsabilidade. Ele não o fez porque morava em Huambo e, naquela época, os correios de Angola não funcionavam bem. Assim sendo, acabei indo ao aspirantado. Os irmãos e as irmãs que eram contra o meu ingresso no aspirantado não davam muito crédito na minha perseverança. Somente no final do postulando, quando me preparava para ir ao noviciado, é que todos os membros da família começaram a aceitar e a respeitar a minha opção vocacional. Atualmente é unânime. Todos os membros da minha família aceitam e apoiam a minha opção vocacional, e sempre mandam uma mensagem de incentivo vocacional. Para mim, isso é mais um sinal de que Deus, para além de capacitar os seus chamados, também provê, cuida, protege e conduz.

Site FranciscanosPor que ser franciscano hoje?

Frei João Baptista – Para observar o santo Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em obediência, sem nada de próprio e em castidade, evangelizando como irmão e menor no nosso tempo.

Deixe uma mensagem para os vocacionados angolanos e brasileiros?
Frei João Baptista – A mensagem que deixo para os vocacionados angolanos e brasileiros é a de não terem medo de dizer sim ao chamado de Deus, não ignorar os sinais do chamado de Deus. Quando Deus chama, também capacita os seus chamados. É preciso dizer como São Francisco de Assis: “É isso que eu quero, é isso que desejo de todo o meu ser”.

convite-cajenjengo