A necessidade das ovelhas é mais importante do que a vontade do Pastor
17/07/2015
Frei Gustavo Medella
“Quando a gente gosta é claro que a gente cuida”, escreveu o compositor Peninha, na música “Sozinho”. As leituras Bíblicas deste 16º domingo do Tempo Comum, ao evocarem mais uma vez a figura do pastor, colocam em evidência a atitude do cuidado, à qual Deus nos chama através de Jesus Cristo. O pastor por excelência, o Bom Pastor, apresenta-nos o caminho do serviço gratuito e desinteressado, marcado pela atenção comprometida às necessidades do outro.
E dói no coração do Pai a constatação de que seus filhos e filhas não se deixaram tocar pela lógica do cuidado. Conforme lemos em Jr 23,1-6, ainda que decepcionado pelos pastores que, em vez de cuidar do rebanho, cuidaram de si mesmos, o Senhor promete suscitar novos pastores, e mais, faz nascer o Descendente de Davi ao qual acorrerão todos os povos. É a profecia da vinda de Jesus, o Bom Pastor.
No Evangelho (Mc 6,30-34), Jesus ensina que o improviso também faz parte da missão e não hesita em mudar os planos para atender à multidão, da qual teve pena. Queria estar em um lugar a sós, mas a necessidade do povo venceu a sua própria vontade.
É esta também a atitude que o Papa Francisco tem pedido à Igreja. Saber colocar-se a serviço do ser humano de hoje, deixando de lado a autorreferencialidade, tendo a coragem de vencer e superar posturas que não contribuem para a edificação do Reino. Ouvir a voz do Papa Francisco é condição indispensável para sermos realmente fiéis a Cristo, nosso Bom Pastor.