Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

A nova primavera da Ordem de São Francisco de Assis

01/10/2014

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Moacir Beggo

São Paulo (SP) – Os filhos de São Francisco de Assis, os Franciscanos Menores, os Franciscanos Capuchinhos e os Franciscanos Conventuais, reuniram-se nesta quarta-feira, 1º de outubro, para iniciar, juntos, o Tríduo a São Francisco de Assis, que será celebrado no próximo dia 4 de outubro. A Igreja centenária e belíssima do Largo São Francisco viu essa nova primavera.

O Provincial dos Conventuais, Frei Gilson Nunes, presidiu a celebração, tendo como concelebrantes Frei Fidêncio Vanboemmel, Provincial dos Menores e Frei Carlos Silva, Provincial dos Capuchinhos, que fez uma bela reflexão sobre o tema do dia “Francisco e o Criador”.

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Da esq. para dir.: Frei Carlos, Frei Gílson e Frei Fidêncio

Antes de iniciar a reflexão propriamente, ele agradeceu com muita ênfase a Frei Alvaci Mendes da Luz, o responsável pela iniciativa de reunir a Família Franciscana neste início de Tríduo. “Dizia o Ministro Geral dos Frades Menores que a Fraternidade é um dom que se acolhe na fé e na gratidão e, ao mesmo tempo, é uma tarefa e, como tal, deve ser construída e guardada. Obrigado Frei Alvaci por nos ajudar a construir essa Fraternidade entre as nossas famílias. Muito obrigado!”, frisou.

Segundo o Provincial Capuchinho, é uma bênção poder celebrar alguém que viveu oitocentos anos e continua marcando a história desse mundo. “Esta primavera que começou há 800 anos continua florescendo de uma forma singela e fraterna. Eu diria que, como o sopro do Espírito, essa primavera que nasceu com Francisco e Clara de Assis, vai perpassando os séculos e vai fazendo a gente acreditar que vale a pena viver, vale a pena ser feliz, vale a pena acreditar na vida”, disse.

Para Frei Carlos a cada estação da primavera nos recordamos disso. “Mas existe uma estação permanente, que é o tempo da graça, o Kairós, o tempo de Deus na nossa vida. E esse é um deles. Esse tempo em que estamos vivendo: o tempo dos Franciscos”, explicou.

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Frei Carlos fez a homilia da Missa

Segundo ele, com o Papa, os franciscanos estão na moda. “Na verdade, nunca saímos da moda. Viver a humildade, a simplicidade, viver o amor com Deus é estar sempre na moda. E Deus inspirou esse novo Francisco que nos recorda que temos de viver o Evangelho na alegria. E para viver o Evangelho na alegria, a Igreja tem de estar constantemente ‘em saida’. Ela não pode ficar presa”, recordou, citando a Exortação Apostólica Evangelii Gaudium do Papa Francisco.

Foi nesse espírito, segundo o frade, que Francisco de Assis foi buscar Clara no castelo e a trouxe para a praça: “E a vida se tornou uma festa”.

“A Igreja acontece fora, na praça. Por isso o Papa vem nos lembrar que devemos ser uma Igreja ‘em saída’, uma Igreja da proximidade, uma Igreja missionária. Francisco é esse pobre que enriqueceu com o outro. Quem não se sente mais rico depois que conheceu Francisco de Assis? Podemos perguntar para o frade que tem mais anos de vida consagrada ou até para o fradezinho mais jovem, quem não se enriqueceu quando conheceu esse homem? Ele nos enriquece porque é pobre. E pobre é aquele que está aberto à graça de Deus. Ele continua a contagiar o mundo, continua a encantar, continua vocacionar homens e mulheres no seguimento de Jesus Cristo”, disse o Provincial capuchinho.

É isso que faz São Francisco de Assis, enfatizou Frei Carlos. “É isso que faz essa espiritualidade perdurar por anos e anos, por primaveras e primaveras, e ser uma eterna primavera. Porque ele nos vocaciona justamente para isso: para o seguimento de Nosso Senhor Jesus Cristo”, disse.

“Diz o Frei Vitório Mazzuco, frade desta Província, que Francisco é o referencial para o ser humano. Francisco é um grande encontro, uma síntese. Por isso, ele é sempre atual. É uma força enamorante. É isso que Francisco é: Se enamora, se apaixona, e começa seguir Jesus Cristo nesse estilo de vida tão agradável”, citou.

Citando o tema do dia, “O Criador e Francisco”, disse que O amor do Criador para conosco se revela neste caminho, que poderíamos chamar de mão-dupla. “Deus se nos dá em forma de amor pleno e nós correspondemos a esse amor no dia a dia na pessoa do irmão que conosco convive. Por isso, a Fraternidade para Francisco e Clara é irrenunciável. Para nós que gostamos desse jeito de viver o Evangelho, jeito de Francisco, não existe outro modo a não ser a fraternidade”, frisou.

No final da celebração, Frei Gustavo Medella pediu que os frades ficassem na frente do altar e, como fez o Papa Francisco, pediu para que o povo rezasse por eles. Depois, todos os frades deram a bênção de São Francisco.

Neste segundo dia do Tríduo, o tema é “Francisco e o amor pelas criaturas”. São Convidadas as Irmãs Clarissas, Concepcionistas, Congregações Femininas e novas comunidades de inspiração franciscana. As Missas do Tríduo são às 15h e 18 horas.