O Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), foi tomado por manifestações de fé e grande presença dos devotos no último dia 25 de outubro, data dedicada a Santo Antônio de Sant’Anna Galvão. Ao longo da novena e das demais atividades dos festejos, cerca de um milhão de fiéis passaram pelo espaço sagrado dedicado ao primeiro Santo brasileiro. Inspirados pelo tema “Com Frei Galvão cultivemos a paz com toda a criação” e pelo lema “Felizes os que promovem a paz, porque serão chamados filhos do Altíssimo” (Mt 5,9), os filhos e filhas de Deus refletiram sobre a vida e os exemplos deixados pelo Santo, com a orientação dos presbíteros convidados para os dias de celebração.

As celebrações começaram logo cedo: às 7h, a Santa Missa foi presidida por Frei Paulo Roberto Pereira, Ministro provincial; às 9h, Frei Valdir Laurentino conduziu a celebração; às 11h, Frei Roberto Ishara esteve com os devotos, levando a Palavra de Deus; e, às 13h, Frei Leandro Costa refletiu sobre a vida de Frei Galvão e os exemplos do santo franciscano.

Celebração marcada por emoção e fé

No último sábado, dia da memória litúrgica de São Frei Galvão, centenas de fiéis participaram da Missa das 15h, presidida por Dom Luiz Flávio Cappio, OFM, bispo emérito da Diocese de Barra (BA) e natural da cidade.

Em sua homilia, Dom Cappio destacou o exemplo de santidade e dedicação de Frei Galvão, “homem de Deus, amigo de Jesus, que dedicou toda a sua vida num serviço humilde e generoso”. Recordando o lema evangélico “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”, convidou os fiéis a refletirem sobre o valor da vida e a importância de vivê-la com amor, respeito e dignidade.

“Você ama a sua vida? Você a vive com amor e respeito?”, questionou o bispo, ressaltando que a vida é o maior dom de Deus, manifestada em todas as formas da criação, do ser humano à natureza. Inspirado na espiritualidade de São Francisco de Assis e na Encíclica Laudato si’, do Papa Francisco, Dom Cappio lembrou que a vida na Terra deve ser cuidada como a Casa Comum. Ele destacou ainda o papel de Frei Galvão como exemplo de fé e defensor da vida em todas as suas dimensões.

“São Frei Galvão nos ensina a sermos amigos e defensores da vida e, assim, construtores de um mundo melhor, um mundo de paz para todos”, afirmou.

Após a Missa, os fiéis foram convidados a participar da procissão pelas ruas do bairro, reunindo pastorais, movimentos e centenas de devotos.

Encerramento das festividades repleto de fé e emoção

A celebração que encerrou as festividades em honra ao primeiro santo brasileiro reuniu centenas de devotos no Santuário Frei Galvão. Unidos em preces e repletos da alegria do reencontro com Deus, os fiéis elevaram orações e cânticos em louvor e gratidão a Frei Galvão.

A Santa Missa de encerramento foi presidida pelo Reitor do Santuário, Frei Diego Atalino de Melo, e concelebrada pelos frades franciscanos. O momento foi marcado por profunda emoção, fé e religiosidade, encerrando com grande devoção os onze dias de festividades.

Durante a homilia, o sacerdote reforçou o tema da novena: “Com Frei Galvão cultivemos a paz com toda a criação”, destacando a importância da humildade e da sabedoria presentes no sagrado.

“Não existe paz quando a Casa Comum é ferida. Para estar em paz, é necessário reconhecer que tudo está interligado: o ser humano, a natureza e o Criador”, afirmou o reitor.

Exemplo de humildade e serviço

Segundo Frei Diego, Frei Galvão foi exemplo de humildade no cuidado com os doentes, especialmente com as gestantes. Em sua vida, transparecia a sabedoria do simples e um coração atento à vontade do Senhor. Tornou-se promotor da paz e da caridade com os mais necessitados, dever que todo cristão é chamado a seguir.

“Quem é humilde pede perdão e também perdoa; não se vangloria dos feitos, mas permanece atento ao propósito do Pai”, recordou.

A sabedoria que nasce da fé

O reitor explicou que o livro do Eclesiástico nos ensina a “dar ouvidos e acolher as palavras de sabedoria, não se perturbando na infelicidade, mas confiando em Deus”. Para Frei Diego, essa mensagem traduz a empatia e o amor vividos por Frei Antônio de Sant’Anna Galvão, sinônimo de paz e presença viva do amor divino.

“Canonizado fora do Vaticano, Frei Galvão segue irradiando fé na vida de seus devotos, que encontram paz por meio de suas bênçãos e das pílulas, canais de consolo e misericórdia de Deus”, exaltou.

Santuário: um espaço de missão e cuidado

Durante a celebração, Frei Diego ressaltou que o Santuário possui uma vida missionária comparável à de um hospital, onde a dor encontra cuidado, a fé encontra rito e o peregrino descobre sua missão. Assim, o cristão é chamado a ser pacificador, aquele que se inclina, não acrescenta peso à cruz do outro, mas ajuda a carregar o fardo.

Gratidão e comunhão

Encerrando a celebração, o frade agradeceu aos mais de 400 voluntários que se doaram e assumiram a missão de acolher e levar o Evangelho adiante. Destacou também a diversidade de carismas manifestada pelos frades, padres e pregadores durante toda a novena, formando uma Igreja em comunhão e saída.

O gesto concreto, segundo ele, reforça um carisma solidário, amável e atento ao cuidado, deixando um ensinamento essencial para a vida cristã: “A paz começa nas pequenas atitudes: ouvir mais, julgar menos”.

Mensagem final

“Que cada fiel que passou pelo Santuário, ou acompanhou as celebrações pelos meios de comunicação, leve consigo o perfume da paz e a humildade vivida por Frei Galvão. Que esta festa os inspire a serem pessoas melhores, pacíficas e promotoras do bem”, concluiu o reitor do Santuário Frei Galvão.

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Texto: Alan Toledo/ Fotos: João Paulo (Pascom)