“O que vamos fazer no meio do caminho?” – na nossa existência passeamos em duas certezas: a de que não podemos mudar o início dela (escolher em qual família nasceremos, o período histórico que passaremos por essa terra, se teremos mais irmãos…); e a de que estamos de passagem e qualquer hora chegaremos ao fim de nossa peregrinação, sem saber o dia ou a hora. Dado isto, poderíamos assumir uma postura de quem tenta mudar o passado que não muda ou então prever o futuro imprevisível. Um gasto energético à toa. Não nos cabe mudar o início ou marcar o fim. Mas então, o que nos resta? Curtir o meio do caminho.

É o que seis jovens buscaram realizar entre 31 de outubro e 3 de novembro, em Guaratinguetá (SP), no Seminário Frei Galvão e outros sete, em Curitiba (PR), nos dias 15 e 17 de novembro, na Fraternidade Senhor Bom Jesus dos Perdões: curtir o meio do caminho. Neste período conhecido como estágio vocacional eles procuraram discernir aquilo que lhes é dado conhecer: a sua vocação, dom do meio do caminho. Sábios que são, não perderam tempo com tentar entender o início ou controlar o fim, mas perceberam que a graça está em justamente perceber o seu lugar no mundo, na Igreja e especialmente, no coração da própria consciência, livre para amar e servir.

Neste discernimento foram oportunizados momentos de reflexão, formação, autoconhecimento, atividades laborais, convivência fraterna, oração, meditação e lazer. O respiro de rotinas cansativas também oportunizou a parada necessária para alinhar bem o que se faz no caminho, uma vez que quando não se sabe a direção, qualquer rota serve. Mas para os 13 jovens não! Não serve qualquer destino: o Cristo é o fim.

A partir desse estágio o discernimento continua sendo aprofundado na convivência com os frades menores, procurando observar como que a nossa Ordem diz uma resposta de qualidade para aproveitar o tempo entre o feto e o pó, entre o SAV e o céu. Estes encontros foram focados naqueles jovens que já possuem o ensino médio. A partir do próximo ano viverão a experiência de acompanhar mais de perto a vida de uma fraternidade, sendo inseridos numa realidade da Província para bem discernirem meio do caminho e depois ingressar no Postulantado.

Para os jovens que não concluíram o Ensino Médio, outra modalidade está sendo prevista: encontros mensais nas fraternidades e, nas férias de janeiro e julho, um período mais intenso em uma de nossas fraternidades, reunindo o grupo todo. Assim, sonhamos a tão amada cultura vocacional. Não queremos apenas que eles sejam frades, mas, antes de tudo, no discernimento, encontrem a felicidade, a realização de suas aspirações. E se essas comungarem conosco, Deus seja louvado! Irmão, seja bem-vindo! Rezemos pelas vocações!

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Frei Gabriel Dellandrea e Frei Jeâ Paulo Andrade