A celebração do VIII Centenário (1220-2020) da morte dos Protomártires Franciscanos, de 16 de janeiro de 2020 a 17 de janeiro de 2021, e para o qual a Penitenciária Apostólica concedeu a indulgência plenária, termina neste sábado, 16 de janeiro, na Igreja Santo Antônio de Terni, na Itália, que é o Santuário dos cinco frades martirizados no Marrocos. Porém, pode-se dizer que todo o “Caminho dos Protomártires Franciscanos” é um santuário aos cinco Frades Menores que, a exemplo de São Francisco, seguiram os passos de Jesus vivendo de acordo com o Evangelho até o derramamento de seu sangue.

A celebração de encerramento começou com o tríduo no dia 13. Nesta sexta-feira, 15 de janeiro, às 18h30, Missa com a pregação “Os protomártires geram a vocação franciscana de Santo Antônio”. Já neste sábado, às 18h30, Santa Missa com o Bispo de Terni Mons. Giuseppe Piemontese e o Ministro Provincial dos Frades Menores da Úmbria, Frei Francesco Piloni, os Frades da Província Seráfica, os párocos da cidade e a Ordem Franciscana Secular

Para o centenário, foi desenvolvido um programa estruturado com muitas iniciativas, porém, até janeiro de 2020, ninguém esperava que a pandemia do coronavírus chegasse logo à Itália com o consequente bloqueio. Graças aos Leões de Narni, reuniões foram planejadas em Coimbra; a viagem da delegação diocesana a Portugal de oito pessoas – o bispo Dom Giuseppe Piemontese, o guardião do convento de San Antonio em Terni, Frei Danilo Tremolada, alguns religiosos e leigos – foi cancelada dois dias antes da partida. Uma placa preparada para a ocasião e que deveria ter sido doada ao Bispo de Coimbra, permanece à espera de um tempo propício para a sua entrega. Neste caso, como em outros, notamos que ao lado do martírio do sangue, reservado a alguns, existe outro, não menos cruel, mas igualmente fecundo, o martírio da paciência.

Respeitando as normas sanitárias, as liturgias, os encontros, as peregrinações e outros momentos pessoais e comunitários ajudaram-nos a descobrir que os mártires são verdadeiramente aqueles que assumiram a forma de vida de Jesus, quer dizer, um amor eucarístico que parte da gratidão pelos dons recebidos até a gratuidade de dar a vida pelos irmãos. Além disso, testemunham que os termos amor e sacrifício são chamados a caminhar juntos, se não quisermos que o primeiro se transforme em pura emoção passageira e o segundo em ativismo frustrante. Quando o amor se expressa em sacrifício e é movido pelo amor, está-se diante – nas palavras de Dostoiévski – da beleza que salva o mundo; nesse caso, pode-se afirmar sem retórica que só o amor é crível.

No centenário também emergiu o aspecto da missão: de fato, protomártires franciscanos como o Irmão Francisco de Assis foram à terra dos não cristãos para anunciar o Evangelho; não é de estranhar, portanto, que a Regra dos Frades Menores seja a primeira a dedicar uma parte precisamente àqueles que vão entre os infiéis.

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Para um maior conhecimento e valorização do evento, a publicação “Santos por atração. Os Protomártires franciscanos entre Antônio de Pádua e Clara de Assis (Milão 2020), bem como “São Francisco e seus frades. Em Missões na terra do Sultão (Milão 2020) com textos de Caterina Agro e imagens de Sara Colasanti. O curta “A terra e o martírio”. Um documento sobre os Protomártires Franciscanos de Riccardo Lionelli foi apresentado na conferência mencionada em 6 de dezembro de 2020.

Ao se aproximar o oitavo centenário da morte dos Protomártires Franciscanos, começa o centenário da chegada de Santo Antônio à Itália, que, segundo a tradição, também passou pelo Speco di Sant’Urbano em Narni.

(O texto completo está disponível em italiano em: ofm.org)

Frei Pietro Messa, ofm
Universidade Pontifícia Antonianum