O livro traz a reflexão do Evangelho de Lucas e dos Atos dos Apóstolos, abordando a maneira como o evangelista vê a obra e os ensinamentos de Jesus. Nas narrativas dos Atos dos Apóstolos, Lucas mostra como entende e o que é essencial em Jesus;  O mesmo  vê a atuação do mestre após a morte e ressurreição. Lucas entende a atuação de Jesus não só naquele tempo, mas ainda hoje.

Nos Atos dos Apóstolos Lucas pinta o quadro de uma nova humanidade. Descreve a luta dos apóstolos por uma nova imagem do ser humano, uma imagem que concretiza tanto a sabedoria judaica quanto a sabedoria grega. São imagens de uma espiritualidade libertadora.

Valendo-se de argumentos teóricos Lucas dificilmente teria podido transmitir com credibilidade a grande eficácia da proclamação de Jesus diante do poder estatal, diante dos representantes da cultura grega e diante do culto aos deuses gregos. Isso só se consegue fazer por meio de histórias marcantes.  Ele tinha um senso para saber quais eram as histórias mais adequadas para descrever a essência do que é ser cristão.

No entanto, Lucas não só narrou as ações com discursos, mas os adaptou muito bem aos respectivos ouvintes. Usou uma língua popular de fácil acesso à população da época. Recorreu a citações da literatura e filosofia gregas. Ele quis mostrar que a mensagem cristã é o cumprimento da filosofia grega. Para os gregos, o mais importante era a gnôsis, o conhecimento.

Anselm Grün explica algumas narrativas dos Atos dos Apóstolos de tal maneira que, se tornem para  ele imagens de uma espiritualidade cristã e imagens da individuação humana, e também apontem maneiras pelas quais se pode anunciar nossa fé cristã para as pessoas de hoje com uma nova linguagem.

O livro traz o relato dos exegetas que nos dizem que os Atos dos Apóstolos estavam direcionados para dois objetivos. O primeiro era descrever o anúncio da primeira Igreja. O segundo é que Jesus atua por meio do Espírito Santo, que atuou nos apóstolos e deu continuidade à obra da redenção e cura no decorrer da história.

O desafio, hoje é como levar o Espírito de Jesus para dentro do nosso mundo. E nosso falar está marcado mais pela resignação do que pelo otimismo que anima a exposição lucânica da expansão da fé no mundo daquele tempo. É um desafio identificar também hoje os sinais dos tempos e perceber a atuação do Espírito Santo na Igreja e no mundo.

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