Pastor luterano celebra no Convento da Penha e pede gentileza e unidade na fé
26/05/2020
Vila Velha – O Convento da Penha acolheu, na tarde desta segunda-feira (25/05), o Pastor Carlos Luiz Ulrich da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, em Vitória (ES), durante a Celebração Eucarística pelo segundo dia da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, promovida pelo Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (CONIC-ES). Foi a primeira vez que um pastor luterano participou da celebração e foi o pregador no Convento. Neste ano, a Semana de Oração tem como tema “Gentileza Gera Gentileza”, uma reflexão baseada na passagem de At 28, 2, que relata o momento em que Paulo é acolhido por habitantes de Malta, após um naufrágio em seu navio. O apóstolo foi acolhido com gentileza.
Frei Pedro de Oliveira Rodrigues, OFM, presidiu a celebração como um dos representantes da Igreja Católica no Conselho das Igrejas Cristãs e frade do Convento da Penha. Ao acolher o Pastor Carlos, o frade agradeceu pela sua presença e pediu que fizesse uma saudação. O guardião do Convento, Frei Paulo Roberto, fez a abertura, acolhendo a todos que acompanhavam pelas redes sociais.
O Pastor Carlos saudou com “Paz e Bem e alegria!” Segundo ele, estava no Convento num misto de alegria e de tristeza. “A tristeza porque neste Santuário muitos irmãos e irmãs não podem estar presentes , assim como não podem estar presentes em outros nos cultos. A tristeza é maior porque tantos estão sofrendo por causa da pandemia da covid. E a alegria é poder estar no Convento com os freis. Já estive visitando aqui antes, mas agora para participar da Missa e poder anunciar e refletir o Evangelho, que nos convida à confiança, à esperança e consolo. Que na Eucaristia que estamos celebrando, possamos ser fortalecidos na unidade, no amor de Jesus Cristo e que esta celebração possa ser motivo de gratidão onde quer que você se encontre agora”, saudou.
Na reflexão, o pastor destacou a unidade do Evangelho (Marcos 4, 35-41). “A partir de nossas reflexões e orações, inspiradas no espírito de Cristo, nossos caminhos e mentes, iluminados pela luz de Cristo, tal qual assim como foi no passado com Paulo, Pedro e os Apóstolos, nos encorajam a viver intensamente a gentileza, porque a gentileza produz gentileza”, disse.
“O barco é um símbolo conhecido; nele, Jesus andou. É símbolo também para a vida pessoal de cada cristão e cada cristã. Jesus utilizou o barco muitas vezes nas suas andanças em missão. Usou barco também como púlpito; outras vezes, com os seus discípulos, chamou-os para o trabalho. O barco também lembra a salvação do dilúvio. O barco, como símbolo da Igreja, também é um meio de transporte. Por ele, nossos antepassados, os migrantes, cruzaram mares e rios. Todos eles dependiam daquele que se chama ‘timoneiro’. É aquele que guia, que dirige o barco na viagem, como na Igreja. Cada pessoa deve ser aquele e aquela que sabe ser dirigida na sua vida pelo ‘timoneiro’, tendo Jesus como aquele que guia o barco da vida e nele alcança o seu destino com segurança”, exortou o pastor.
Ainda sobre o Evangelho, segundo o pastor, Jesus queria ensinar aos discípulos uma lição muito valiosa que serve também para nós. “Uma tempestade, por mais forte ou pior que ela seja, não pode afundar o barco em que Jesus está presente, mas quando nós, sozinhos, queremos tocar o barco da nossa vida pode acontecer assim como aconteceu aos discípulos. Desviamos nosso olhar de Cristo, desviamos nossa vida do rumo, do objetivo do Reino que o próprio Cristo traz. Jesus estava no barco. Ele guia a sua vida ainda hoje, a vida deste Santuário”, ensinou.
Para ele, essa pandemia, que já vitimou milhares no Brasil e no mundo afora, é uma tempestade que vem abalando o barco da nossa vida, da sociedade e expõe a fragilidade das condições biológicas, das condições sociais, das nossas relações, assim como a pobreza, a solidão, o desemprego, a violência. “Ela revela a fragilidade do ponto de vista político, revela quão frágil é nossa vida do ponto de vista psicológico. Somos chamados a afirmar que confiamos no Deus da vida, a colocar sinais da presença generosa e amorosa de Deus no nosso meio. Unidade pela fé e gentileza, Jesus está presente no barco”, completou.
Após a Comunhão da Eucaristia, Frei Pedro agradeceu novamente a presença do Pastor, rezou a Oração da SOUC2020 e os dois concederam a bênção final.
Assessoria de imprensa do Convento