Trezena de Santo Antônio: “Com equilíbrio vamos saber cuidar”
05/06/2019
Moacir Beggo
Rio de Janeiro (RJ) – O guardião do Convento Santo Antônio, Frei José Pereira, tem convidado os frades das Fraternidades presentes no estado do Rio de Janeiro para fazer a pregação da Trezena de Santo Antônio. Neste sexto dia da Trezena, 5 de junho, o convidado foi Frei Cid Tadeu Passos, da Paróquia São João de Meriti, que teve como tema “Santo Antônio e a Beleza da Criação”.
A escolha deste tema foi também uma oportunidade de refletir sobre o Dia Mundial do Meio Ambiente, que começou a ser comemorado em 1972, com o objetivo de promover atividades de proteção e preservação do meio ambiente, e alertar o público e governos de cada país sobre os perigos de negligenciarmos a tarefa de cuidar do mundo em que vivemos.
Frei José, na apresentação de Frei Cid para os fiéis que vieram participar da primeira Missa da Trezena, às 12 horas, lembrou que o Morro do Convento é um oásis no centro do Rio de Janeiro. Mesmo no pequeno espaço, os frades cultivam hortaliças e zelam pelo pouco verde e aves que ali aparecem.
Como discípulo de São Francisco, Santo Antônio convidava a todos a estar em comunhão com toda a criação de Deus. Para os frades, e entre eles Santo Antônio, o ensinamento de São Francisco de Assis foi a compreensão da mãe Natureza e a nossa dependência dela. Francisco de Assis tinha um olhar positivo do universo. Se Deus viu que tudo era bom (Gn 1,25), então todas as criaturas são minhas irmãs.
Para Frei Cid, quanto mais a gente amar a Deus, mais vamos ser realizados. “A beleza da criação é a paz entre nós. Quanto mais nós tivermos equilíbrio interior, mais vamos saber cuidar, um do outro e da natureza”, explicou.
Para o frade, vivemos hoje uma realidade muito complexa no mundo, mas cada um pode fazer a sua parte na construção de um mundo mais fraterno. “Se eu estiver em dia com meu espírito de oração, vou saber louvar a criação de Deus e ser fraterno mesmo com aquele irmão que é diferente de mim”, ensinou. Para ele, a oração e o testemunho de vida ajudam a olhar o mundo “com os olhos da misericórdia, da bondade, da compreensão, da caridade, do respeito, do perdão, da esperança”.
No Tau das Missões Franciscanas da Juventude, que está no Convento Santo Antônio até o início das Missões em 17 de julho, pode-se ver uma síntese do pensamento franciscano. São Francisco, como vemos no Cântico do Sol, se coloca como servo para exprimir o seu louvor ao Criador por todas as criaturas.
PAPA FRANCISCO
Em mensagem no Twitter, o Papa Francisco disse que o principal objetivo do Dia é chamar a atenção de toda a população e dos governos para os problemas ambientais e a importância da preservação dos recursos naturais do planeta, que até pouco tempo atrás, eram considerados inesgotáveis.
Hoje, o planeta não consegue regenerar os seus recursos naturais na mesma velocidade das nossas demandas. Com o crescimento da população e dos níveis de consumo, o Banco Mundial estima que em 2050 sejam necessárias quase três Terras para dar conta das demandas do nosso estilo atual de vida.
“O urgente desafio de proteger a nossa Casa Comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem se arrepende de nos ter criado. A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa Casa Comum”, disse o Papa.
Jardim no centro do claustro do Convento Santo Antônio no Largo da Carioca
MEIO AMBIENTE NO BRASIL
Problemas graves se acumulam nosso país: metade dos municípios não possui plano de saneamento e 100 milhões de pessoas não dispõem de tratamento de esgoto; 35 milhões de brasileiros não têm acesso à água potável e crises hídricas deixaram de ser um fenômeno nordestino para assolar diversas regiões do país, nosso consumo de diesel segue crescendo a cada ano e o lixo de espalha pelas cidades, estradas, rios e litoral com a produção diária em torno de 255.000 toneladas; 18,6% da floresta amazônica foram derrubados e outros 1,5 milhão de hectares são degradados anualmente.
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