A Festa de Santo Antônio da Paróquia Bom Jesus dos Perdões em Curitiba (PR), se faz a muitas mãos, são mais de 120 voluntários que trabalham na organização do espaço, no atendimento ao povo e nos bastidores do evento. Entre esses voluntários está Jandira Maria Tozone, 74, que se destaca pelos seus 30 anos de dedicação a inúmeros serviços sociais na capital paranaense.

“Vó Jandira”, como é carinhosamente conhecida, atua com a população em situação de rua desde quando ainda trabalhava como enfermeira. Ela conta que, em inúmeros plantões, deixou de comer o lanche que lhe era oferecido para ter o que ofertar aos mais vulneráveis que dormiam nas portas do hospital. Com jeito maternal e sorriso fácil, ela chama a todos de “nenenzinho”: “Para eu estar junto com eles é uma bênção de Deus, poder sentar e escutar eles, às vezes até dar um puxão de orelhas. Você não sabe a alegria que isso me dá, e eu não me vejo sem fazer esse trabalho”.

Além disso, Vó Jandira ressalta que o trabalho voluntário abre os horizontes: “O voluntariado ajuda mais a gente do que ajudamos os outros, coloca nossa vida, nossas limitações em perspectiva, somos capazes de fazer muito mais do que acreditamos”. São muitos os testemunhos que ela traz consigo das palestras e ações realizadas em parceria com as escolas. “Muitos pais vêm conversar comigo, nunca imaginaram ver os filhos conversando, brincando com as pessoas em situação de rua, às vezes em casa os jovens são bem mais calados”.

Sua disposição, aos 74 anos, é perceptível pelas mais de cinco projetos que ela  ajuda a tocar, entre eles: A Pastoral do Povo de Rua, Aquecendo Coração, Ame do Bem, Mãos Invisíveis, Projeto Luz e o Mesa Fraterna, projeto este que é realizado em parceria com a Paróquia. Ajudar na festa de Santo Antônio para ela é expressão de amor, carinho e cuidado: “A gente também recebe muitas bênçãos de Santo Antônio estando aqui, é muito bom poder ajudar”.

Na reflexão do décimo dia da trezena, 9 de junho, Frei Claudino Gilz, frade responsável pelos projetos sociais da FAE,  reafirmou essa dimensão da solidariedade como expressão da nossa fé em Jesus Cristo, através do exemplo do santo franciscano. “Precisamos buscar o testemunho de Santo Antônio e sermos também nós testemunhas de fraternidade e solidariedade. Pelo olhar, pelas palavras, pelo sorriso e pelos gestos”. E concluiu pedindo: “Que o bom Deus coloque em nossos corações as mesmas virtudes que fizeram de Santo Antônio um santo fraterno e solidário!”.

Frei Gilberto Silveira da Costa Junior