Mosé fala nesta terça do novo livro com a Editora Vozes
03/06/2019
Viviane Mosé promove roda de conversa e noite de autógrafos no Rio de Janeiro
A espécie que sabe – Do Homo Sapiens à crise da razão
Neste dia 04 de junho, a partir das 19 horas, em parceria com a Editora Vozes e a Livraria da Travessa, Viviane promove uma roda de conversa sobre os temas de seus livros, inclusive o lançamento “A espécie que sabe”, seguido de sessão de autógrafos.
“A espécie que sabe…” é um livro útil para todo aquele que busca iniciar uma trajetória em direção às grandes questões que moveram a humanidade até aqui. Ele descreve uma jornada em direção ao pensamento filosófico por meio de uma linha, provisória e pontilhada, que parte do surgimento do Homo sapiens sapiens até os dias atuais. Especialmente em função dos impasses que vivemos, o eixo desta busca é o ser humano, o seu modo de ordenação, o modo como foi cunhado como ser racional. Afinal, o que somos? O que nos tornamos? São perguntas essenciais no mundo contemporâneo. Por que chegamos até aqui? E de que modo podemos sair deste impasse?
Falamos da era da pós-verdade, mas não sabemos o que é e o que significa esta transformação. Neste livro, a criação da razão e da verdade, esta que hoje desaba, é tema central. Guiada por Nietzsche, Viviane Mosé discute não apenas o nascimento da razão ocidental, mas a queda deste modelo de ordenação do pensamento. Mais do que isso, esta análise busca nos preparar para estes novos tempos onde tudo se torna perspectiva.
O livro, enfim, nos mostra como esta queda da verdade já estava anunciada desde Hume; mais ainda, e de certo modo, desde Heráclito. Operacional e excessivamente simplificadora, redutora, a razão, e a racionalidade que veio dela, é um modo de ordenação que já nasceu fadado; afinal, a vida é fluxo, provisoriedade, transformação. Um prédio em ruínas e ao mesmo tempo um prédio em construção, o mundo contemporâneo abre novas possibilidades de ordenação; vamos então reinventá-las.
Enquanto a erudição obriga os povos tradicionalmente cultos a vasculhar o passado em busca de respostas, nós, os sem lastro, somos impulsionados para frente; muitas vezes distantes das condições mínimas de sobrevivência, estivemos, desde o princípio, condenados a criar. Mas nossa criatividade, tipicamente brasileira, continua existindo apesar da escola, que nos ensina história da literatura antes mesmo de nos inserir no universo estético da escrita. Síndrome dos subordinados que nasceram para decorar, repetir os gestos dos grandes, dos que pensam, dos filósofos, nós os broncos. Mas estamos todos, hoje, condenados a inventar mundos menos desiguais, onde o valor da vida seja a grande moeda, em vez da exploração, do consumo, da ausência de densidade humana, e de alegria. Foi assumir esta impossibilidade, a de fazer filosofia hoje, que impulsionou a autora a escrever este livro: não importa a filosofia, mas a vida.
VIVIANE MOSÉ é capixaba e vive no Rio desde 1992. Psicóloga e psicanalista, mestra e doutora em Filosofia, especialista em Elaboração e Implementação de Políticas Públicas, tem 11 livros publicados e foi duas vezes indicada ao Prêmio Jabuti, pelos livros Stela do Patrocínio e A escola e os desafios contemporâneos. Escreveu e apresentou o quadro Ser ou Não Ser no Fantástico da TV Globo, em 2005 e 2006. Fez comentários diários na Rádio CBN durante 6 anos. É sócia da Usina Pensamento.
SERVIÇO
Roda de conversa e noite de autógrafos com a escritora Viviane Mosé
Data: 04 de junho de 2019
Horário: 19h
Local: Livraria da Travessa
SHOPPING LEBLON
Av. Afrânio de Melo Franco, 290 – loja 205 A
CEP: 22430-060 / Telefone: (21) 3138-9600
MAIS LANÇAMENTOS DA VOZES
Inovar é assumir um compromisso ético com a educação
José Pacheco
Com o intuito de desvendar alguns mitos e crenças da educação e trazer inovações para a realidade escolar, esta obra traz propostas concretas de mudança, atos primordiais, destinados àqueles que ousarem começar a criar alternativas à velha escola. Estamos chegando ao fim de um longo tempo, durante o qual se comprometeu o futuro de milhões de jovens. E com esse fim, o fim de uma certa maneira de entender e de fazer escola. Outro mundo já está sendo construído.
O autor decidiu escrever mais um livro porque ainda há quem creia que, dando aula, ensina. Porque ainda há quem enfeite as escolas com computadores e outros paliativos, que visam ocultar os nefastos efeitos de um obsoleto modelo educacional e impedem a emergência de uma nova construção social de aprendizagem. Porque a mercantilização de um direito humano (o direito à educação) cresce exponencialmente, a par do criminoso sucateamento da escola pública. Porque, desde o professor ao ministro, por ignorância ou perfídia, aqueles a quem competiria criar condições de a todos garantir esse inalienável direito recusam assumir um compromisso ético com a educação. Porque, no aventureirismo pedagógico das pseudoinovações, hipotecamos destinos. Porque, entre a propaganda enganosa de sistemas de ensino e “cursinhos”, pessoas são transformadas em bonsais humanos. Porque ainda há quem creia que inovação consiste em fazer efêmeras hortas em “escolas tradicionais”, ou fomentar o egoísmo de juvenis “protagonismos” em escolas “alternativas”. Falemos, pois, de inovação.
José Pacheco é idealizador, coordenador e professor, há três décadas, do/no Projeto Escola da Ponte. Além de licenciado em Ciências da Educação pela Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, é mestre em Educação da Criança pela mesma universidade.
A Carta de Pero Vaz de Caminha
Escrita por Pero (Pedro) Vaz de Caminha (1450 – 1500), fidalgo português e escrivão oficial da esquadra de Pedro Álvares Cabral (1467 – 1520), a Carta é um dos documentos mais importantes da história dos descobrimentos portugueses. Em 1500, Caminha foi nomeado escrivão da feitoria a ser erguida em Calicute, na índia, razão pela qual se encontrava na nau capitânia da armada de Cabral naquele mesmo ano, quando a mesma encontrou o Brasil.
Em 1817, o padre Manuel Aires do Casal fez uma cópia da carta e a publicou na imprensa, tornando-a pública e conhecida pela primeira vez. Sem dúvidas, a Carta do Descobrimento inaugura não apenas a nossa história enquanto nação, a nossa entrada na narrativa ocidental, mas também abre uma espécie de mitologia cultural brasileira no que diz respeito à natureza edênica, ao primitivismo indígena, ao índio cordial, ao contato ameno entre duas raças etc.
A Coleção Vozes de Bolso – Literatura Brasileira se propõe a trazer ao público um novo tipo de trabalho em torno de grandes clássicos da literatura de língua portuguesa. São todos textos já canonizados pela nossa tradição, porém com alguns “aditivos” que agregam valor e força aos mesmos.
O crime do Padre Amaro
Eça de Queirós
Quando publicou “O crime do Padre Amaro”, em 1875, pela Livraria Chardron, o escritor português Eça de Queiros fez uma espécie de “declaração de guerra” ao conservadorismo da sociedade portuguesa, muito marcada pela influência ideológica e moral da Igreja Católica e da monarquia. Eça de Queiros é o principal representante do Realismo português, cuja obra já foi traduzida para mais de vinte idiomas.
O crime de Padre Amaro foi considerado, em, Portugal, o maior escândalo literário do seu tempo. Provocou inúmeras reações da Igreja Católica, como ameaças de excomunhão do autor e de inclusão dele no Index Librorum Prohibitorum, o famoso índice de livros proibidos pela Igreja, ainda vigente naquela época. O ponto central do enredo deste romance é a corrupção moral de uma significativa parcela do clero português, envolvendo os membros da baixa e também da alta hierarquia, esta sempre conivente com desvios morais e éticos dos seus membros, de acordo com os interesses de cada momento e lugar.
A Coleção Vozes de Bolso – Literatura Brasileira se propõe a trazer ao público um novo tipo de trabalho em torno de grandes clássicos da literatura de língua portuguesa. São todos textos já canonizados pela nossa tradição, porém com alguns “aditivos” que agregam valor e força aos mesmos.