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A simplicidade de Frei Bruno aparece em todos os depoimentos, diz presidente da Comissão Histórica

22/02/2018

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clarencioUm pouco antes da Caminhada Penitencial Frei Bruno, às 8 horas do dia 25 de fevereiro, o povo poderá ver a última sessão solene do Tribunal Eclesiástico para a Causa de Frei Bruno Linden em frente à Catedral Santa Terezinha de Joaçaba, presidida pelo bispo diocesano de Joaçaba, D. Mário Marquez (OFMCap). Além de todas as autoridades religiosas e civis, participarão deste momento histórico os representantes da Comissão Histórica do processo: Frei Clarêncio Neotti e Iraci Lopes.

Frei Clarêncio é um dos poucos frades da Província que teve o privilégio de conhecer Frei Bruno, frade franciscano que deixou suas marcas de santidade no estado de Santa Catarina, principalmente no Oeste e no Vale do Itajaí. “Criança de 10 anos ajudei a Missa de Frei Bruno, quando, na Quaresma de 1945 visitou as Irmãs Catequistas em Ribeirão Grande. Voltei a ver Frei Bruno durante o meu noviciado em 1955”, conta Frei Clarêncio, que, no entanto, lembra que conheceu a “grandeza de Frei Bruno” como presidente da Comissão Histórica. “Nessa qualidade, tive em mãos todos os documentos sobre ele ou produzidos por ele ou surgidos em torno dele e de sua fama de santo, depois de sua morte”, observou o frade.

Sabedoria e simplicidade

“Eu sabia, pelo conhecimento da vida de São Francisco e de outros santos, que a simplicidade tem uma grandeza que não se mede por metro humano. Sabia também que São Francisco considerava a simplicidade irmã gêmea da sabedoria. Estas duas qualidades em Frei Bruno se destacam muito no levantamento histórico que fizemos. A simplicidade aparece em todos os depoimentos, ora destacada na pobreza de suas roupas ou na frugalidade de sua comida, ora no trato carinhoso e extremamente humano com as pessoas ou no modo de solucionar dificuldades administrativas”, revela Frei Clarêncio.

Quando Jesus começou a pregar na Sinagoga de Nazaré, o povo se perguntava: ‘De onde lhe vem essa sabedoria’ (Mc 6,2). O espanto vinha do fato de eles não entenderem que um homem de família e vida simples pudesse ser tão sábio nas palavras e ensinamentos. Com Frei Bruno aconteceu exatamente a mesma coisa. Não fizera cursos extraordinários, não tinha títulos acadêmicos. Mas tinha simplicidade em abundância, por isso era sábio na opinião e no aconselhamento. De fato, o cultivo da simplicidade gera a sabedoria que, por sua vez, produz o santo”, acrescenta Frei Clarêncio.

Segundo o frade, ao longo do processo se perguntou se Frei Bruno demonstrou em grau heroico a fé, a esperança e a caridade. “Diante de todos os documentos que recolhemos, e tendo-os lido inúmeras vezes, me convenci de que as três virtudes só crescem, se plantadas no canteiro da simplicidade, que também se chama humildade. Duvido que haja alguma santidade que não tenha as raízes na simplicidade”, afirmou Frei Clarêncio.

Como presidente da Comissão Histórica, Frei Clarêncio é autor do livro “Frei Bruno Linden, tudo para todos”, lançado em 2014 por ocasião da Romaria Penitencial de Frei Bruno. Frei Clarêncio, que reside em Vila Velha (ES), onde é Vigário Paroquial no Santuário do Divino Espírito Santo, é jornalista e escritor.