O exemplo de partilha da Trindade para sermos generosos
10/06/2017
Moacir Beggo
São Paulo (SP) – O 11º dia da Trezena de Santo Antônio, no Convento e Santuário São Francisco, no Centro de São Paulo, uniu neste sábado (10/6), às 15 horas, o tema do dia “Santo Antônio e Santa Maria: incentivai-nos à generosidade na partilha!” e a celebração do Mistério de Deus Uno e Trino na Solenidade da Santíssima Trindade. “O pedido que fazemos a Antônio e Maria é que nos incentivem a sermos generosos”, enfatizou o presidente da Celebração Eucarística e pregador da Trezena, Frei Gustavo Medella, que é Definidor e Coordenador da Frente da Comunicação na Província da Imaculada Conceição.
Depois, Frei Gustavo disse que celebrar a Trindade é celebrar um Deus que se faz comunidade, encontro e partilha. “O mistério do amor não cabe em si. Só pode ser compreendido no extravasamento de qualquer medida ou limite que nossos padrões humanos conseguem prospectar”, explicou Frei Medella.
Segundo o frade, Deus se reparte sem perder sua onipotência e sua unidade e se faz presença próxima de todos em todos os lugares. “O seguimento de Deus Pai, Filho e Espírito Santo, quando sério e comprometido, só pode nos conduzir pelo caminho da partilha dos dons, dos bens, das forças, dos talentos, da vida”, ensinou, exemplificando a história do “Pão de Santo Antônio”, que tem sua origem num fato curioso que se conta a respeito do santo franciscano e que tem íntima relação com o tema da partilha. “Diz que ele se comovia tanto com a pobreza que, certa vez, distribuiu aos pobres todo o pão do Convento em que vivia. O frade padeiro ficou em apuros, quando, na hora da refeição, percebeu que os frades não tinham o que comer. Preocupado, foi contar ao santo o ocorrido, porque pensava que alguém tivesse roubado o pão. Santo Antônio mandou que o padeiro verificasse melhor o lugar em que os tinha deixado. Para sua surpresa e alegria, encontrou os cestos transbordando de pão, em tanta quantidade que foram distribuídos aos frades e aos pobres do Convento”, relembrou Frei Medella.
Para o frade, é o espírito de partilha que começa no mais básico: o alimento para sustentar a vida. “E partilhar é uma habilidade que se reforça com treino. Jesus Cristo foi tão excelente nesta arte que, ao partilhar seu tempo, seu alimento, seu abraço, sua atenção, enfim, tudo o que recebeu do Pai, acabou por partilhar-se por inteiro na Eucaristia que hoje celebramos”, observou.
“E por este caminho, o Espírito Santo nos conduz. Quando falamos de partilha, devemos sonhar alto. Construir uma comunidade de fé aqui no Centro de São Paulo que se destaque pela acolhida, pela partilha, pelo bem que se espalha e chega aos lugares onde ele faz mais necessário. Que todos os que aqui vierem saiam melhores, seja pelo gesto de atenção, por perceber que aqui é um lugar onde se reúnem pessoas que acreditam num Deus que se faz comunidade, encontro e partilha”, desejou.
No final de sua homilia, como faz diariamente na Trezena, deixou um desafio aos fiéis devotos de Santo Antônio: cada um deve fazer a sua parte seja nas pastorais, nos movimentos e nas organizações da Igreja para que sejamos cada vez mais uma Igreja em saída, servidora, generosa, conforme nos pede o Papa Francisco.
ALMANAQUE SANTO ANTÔNIO
Conhecido por ser organizador da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus, Frei Edrian Josué Pasini também é o responsável por outra publicação tradicional da Editora Vozes: o Almanaque Santo Antônio, que neste ano completa 40 anos. Neste sábado, Frei Edrian fez o lançamento da edição 2018.
Segundo o frade, o Almanaque é uma homenagem ao santo franciscano e o leitor vai encontrar em suas páginas culinária, passatempo, história, orações, calendários; contos; curiosidades; ecologia; educação; saúde etc. “Indicado para a família, para o professor, para o estudante”, reforça o frade, que neste domingo continua no Largo São Francisco e, na terça-feira, participa da Festa de Santo Antônio do Pari.
Tanto o Almanaque Santo Antônio como a Folhinha do Sagrado Coração de Jesus podem ser adquiridos no local ou pelo telefone da Vozes (24) 2233-9042 ou 2233-9029. O email é vendas@vozes.com.br
MÚSICA ERUDITA
Dentro dos festejos de Santo Antônio no Largo São Francisco, neste sábado se apresentou o trio “Conversa a Três”, trazendo sons barrocos na barroca igreja do Convento. O trio, composto por Beatriz Ribeiro, Manoela Bonilha (violinos barrocos) e Vitor Barbero (espineta e cravo), apresentou peças dos compositores Antônio Vivaldi, Johann Sebastian Bach e Georg Philip Telemann. Formado no início de 2016 por três jovens músicos da Orquestra Arte Barroca, “Conversa a Três” se propõe a interpretar o repertório camerístico dos séculos XVII e XVIII, orientado pelo estudo de tratados históricos e pela sonoridade diferenciada, usando cópias de instrumentos próprios daquele período.
“ARRAIÁ” NO CLAUSTRO
Teve início neste sábado a Festa Junina no Convento, com direito a quadrilha e casamento caipira, protagonizadas pelas crianças da Catequese. O marcador deu o tom: “Olha a cobra no caminho! É mentira! Meia volta… Olha a ponte que caiu! É mentira! Meia volta…”
O frio que chegou a São Paulo deixou o dia com a cara ainda mais de festa junina. Por isso, não faltaram vinho quente e quentão.
Neste domingo, a festa continua, mas a Missa da Trezena começará com a procissão saindo da Igreja de Santo Antônio, na Praça do Patriarca, às 10 horas.