Orientações de Vida – II
Converter-se
7. Para viver segundo o Evangelho somos convidados à conversão a cada instante. Extirpando nosso egoísmo, progressivamente caminhamos para uma vida nova.
8. É em nossas situações concretas de vida que o Pai nos faz um sinal e nos chama. Todo homem vive num estado de vida: casados, solteiros, viúvos. Todo homem exerce uma profissão, tem momentos de lazer e de distração, pertence a este ou aquele grupo. Todo homem está inserido num tecido de relações familiares, de amizade, sociais, profissionais, culturais, religiosas; em instituições econômicas, políticas, nacionais, internacionais. É chamado a assumir responsabilidades nos mais diferentes campos. É precisamente esta realidade cotidiana que ele é chamado a viver e a transformar segundo o Evangelho. Somos convidados a fazer escolhas a cada momento e procuraremos iluminá-las com o que os dita nossa vocação evangélica.
9. Nesse longo esforço de conversão fazemos experiência de nossa fraqueza. O perdão de Deus, no entanto, impede que desanimemos porque a obra é do Senhor e assim recomeçamos sempre de novo. Para possibilitar essa contínua renovação, um sinal privilegiado em nossa trajetória é o Sacramento do Perdão ou da Reconciliação.
10. Recordando-nos que Francisco começou a trilhar o caminho de sua conversão abraçando um leproso haveremos de prestar atenção em nossos relacionamentos humanos, sobretudo com os mais pobres. Sabemos que amando o pobre ou aquele que nos causa repulsa é o Cristo que encontramos e se opera nossa conversão. Como a de Francisco, nossa conversão cotidiana se opera de maneira no amor pelos homens.
Para refletir
Quando Francisco se encontra só, o coração impregnado pesadamente pela miséria do povo, diante da imagem do Crucificado da capela de São Damiao, um espírito novo o penetra. Na medida em que vai se tornando mais sensível à miséria dos homens: faz uma estarrecedora descoberta: os traços do Crucificado lhe revelam a humanidade de Deus ou mais precisamente a “humanização” de Deus.
Éloi Leclerc, OFM