A Igreja vive um grande tempo de reflexão sobre o tema misericórdia. O Papa Francisco convida-nos a sair, buscar, procurar, curar feridas. A Igreja é um hospital onde os soldados feridos nas batalhas são curados. Misericórdia é palavra mágica. Contemplar o Coração de Jesus é estar diante de divina misericórdia, da misericórdia feita carne, morte e ressurreição. Ele é o Bom Samaritano
Sirva-nos de texto de meditação esta página de Santo Agostinho, filho de Santa Mônica. Inspiramo-nos no texto publicado pelo Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (Paulinas/Paulus, p. 57-58).
“Desejo transmitir-vos, queridos fiéis, alguns pensamentos sobre o valor da misericórdia. Por muito que tenha experimentado que estejais disponíveis para toda boa obra, é todavia necessário que sobre este assunto vos faça um sermão bastante empenhado. Vamos a isso: o que é misericórdia? Não é outra coisa senão encher o coração, de um pouco da miséria dos outros. A palavra “misericórdia” deriva da dor que se sente pelo “miserável”. Há duas palavras contidas nesse conceito: miséria e coração. Quando o teu coração é atingido pela miséria dos outros, então isso é misericórdia. Prestai atenção, portanto, meus irmãos: todas as boas obras que fazemos na vida estão relacionadas com a misericórdia. Por exemplo: se tu deres pão a quem tem fome, da-lho com a participação do coração, não com chalaça, para evitar tratar um homem semelhante a vós como se fosse um cão. Portanto, quando fizeres um ato de misericórdia, comparta-te assim: se deres um pão, procura sentir-te participante da pena de quem tem fome; se deres de beber, participa da pena de quem tem sede; se deres roupa a alguém, partilha a pena de quem não tem o que vestir; se deres hospitalidade, partilha a pena de quem é peregrino; se visitares um enfermo, procura sentir pena por quem está doente; se fores um funeral, sente o luto; e se levares a paz aos litigantes, pensa no afã de quem tem uma contenda. Se amarmos a Deus e ao próximo, não podemos fazer nada sem sentir pena no coração”.
Jesus nos amor misericordiosamente, sentindo pena no coração!
Frei Almir Guimarães