Sempre de novo os devotos do Coração do Redentor contemplam o lado aberto no peito do Mestre pela lança do soldado, depois que ele havia morrido. Tema profundo e inesgotável. Uma fresta, uma cavidade, uma fonte. O elemento que caracteriza a contemplação do lado aberto é a interioridade do mistério da transfixão pela lança. Uma cavidade no rochedo, um abrigo, mas sobretudo uma fonte. Do mais íntimo do Senhor brota o Espírito que se derrama no coração do fiel no qual Deus estabelece sua morada. Para os Padres da Igreja não se trata tanto de fixar o olhar no Coração de Cristo, mas atingir a fonte de água que brota do peito traspassado. Agua que é dom do Espírito.
Belas e profundas estas palavras de Santo Ambrósio:
“Matai vossa sede em Cristo, porque ele é rochedo de onde brota a água.
Matai a sede em Cristo, porque ele é fonte de vida.
Matai a sede em Cristo, porque ele o rio que alegra a cidade de Deus.
Matai a sede em Cristo, porque ele é a paz.
Matai a sede em Cristo, porque rios de água viva jorram de seu seio”.
A Igreja também nasce do lado aberto. Assim, o tema da Igreja se liga ao peito aberto. Necessário lembrar a doutrina paulina que vê em Adão figura tipo de Cristo. Os mistério de Adão ser realizam em Cristo. Eva, a mãe dos viventes, teve sua origem no lado de Adão adormecido, a Igreja nasce do Lado traspassado do Novo Adão.
A água do Espírito derramado em nós tem sua origem no peito do Senhor. A Igreja, esposa do Senhor, a nova Eva, nasce do lado morto do amado Jesus.
São coisas do Coração de Jesus.