USF inaugura nova capela no Câmpus Bragança Paulista
22/10/2019
Ana Paula Moreira de Souza
Bragança Paulista (SP) – A Universidade São Francisco (USF), inaugurou no dia de hoje, dia 21 de outubro, a Capela dedicada a São Francisco de Assis, patrono da USF. O evento reuniu autoridades locais, freis e representantes da USF.
VEJA A APRESENTAÇÃO DA CAPELA POR FREI VITORIO MAZZUCO
O espaço amplo traz oito vitrais com iconografias franciscana, como o Tau, o Cordão, a Porciúncula, Sandálias, entre outros. Participaram da celebração de inauguração, Frei César Külkamp, Ministro Provincial da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil e Chanceler da USF; o Reitor da USF, Frei Gilberto Gonçalves Garcia; o Diretor Presidente da CNSP e Vice-Reitor da USF, Frei Thiago Alexandre Hayakawa; o Reitor da USF, Diretor Vice-presidente CNSP e coordenador da Pastoral Universitária, Frei Vitorio Mazzuco Filho; o Pró-Reitor de Ensino, Pesquisa e Extensão, professor Dilnei Lorenzi; o Pró-Reitor de Administração e Planejamento, Adriel de Moura Cabral; o Administrador dos Câmpus, Rodrigo Ribeiro Paiva; a Diretora do Câmpus Bragança Paulista, professora Patrícia Teixeira Costa; Diretor do Câmpus Campinas – Unidades Swift e Cambuí, professor Geraldo Peres Caixeta; Diretor de Câmpus Itatiba, professor Volney Zamenhof de Oliveira Silva; o professor do Programa de Stricto Sensu do Programa de Educação, Frei Nilo Agostini.
Além da presença do Reitor da FAE Centro Universitário e Diretor-geral do Grupo Educacional Bom Jesus, Jorge Apóstolos Siarcos, a Assessora, Leila Pagnozzi, Bispo Auxiliar de Brasília, Frei, Leonardo Ulrich Steiner, Dom Frei João Bosco Barbosa de Sousa, Bispo Diocesano de Osasco, Bispo-emérito da Diocese de Bauru, Frei Caetano Ferrari, Frei Mário José Knapik, Frei Mário Luiz Tagliari, Frei José Francisco C. Santos, Pe. Luiz Henrique, de Atibaia, e Pe Emerson, de Joanópolis.
Durante a celebração, Frei Vitorio destacou a importância do novo espaço. “Criamos uma capela para o nosso Patrono e ele nos ensina o que é ser um construtor de lugares sagrados. São Francisco de Assis fez de cada lugar e de todo o tempo um espaço templo para o louvor e adoração do Deus Altíssimo”, comentou Frei Vitorio.
Frei Caetano também contou a trajetória da Universidade, sendo um dos pioneiros na implantação da USF em 1976. “O primeiro projeto franciscano que desenvolvemos aqui foi o de Educação para Paz e que orientou nossa vida acadêmica desde então”, comentou Frei.
Foram homenageados o Administrador do Campus e idealizador da Capela, Rodrigo Ribeiro Paiva e os representantes da Construtora Superenge, Paulo Fornel e Paulo Prado. O novo espaço irá atender toda a comunidade acadêmica do Câmpus e bragantina.
ÍNTEGRA DA HOMILIA
Três leituras maravilhosas, inspiradoras, atraentes, mas desafiantes! Não poderiam ser diferente as leituras, uma vez se tratando de Francisco de Assis. É que Deus revela as coisas aos pequenos. Existem os pequenos de estatura, existem os pequenos de cultura, existem os pequenos na sociedade, os descartados, existem tantos pequenos. Mas a pequenez do que trata o Evangelho é aquela pequenez, caríssimos irmãos e irmãs, de abertura. Não é por nada que Jesus, por duas vezes no Evangelho, deixa-se atrair pelas crianças, isto é, pela pequenez.
Pequenez tem uma espécie de singeleza, de pureza, de transparência, pequenez tem algo de desabrochar. Imagine a pequenez de uma flor que desabrocha no deserto. É que a pequenez é cheia de viço, a pequenez é cheia de ternura, a pequenez é plena de vigor, é plena de energia. Tudo aquilo que é pequeno, no sentido existencial, no sentido da fé, tem atrativo e nós admiramos, por exemplo a pequenez em Francisco de Assis. Tanto assim que queria que os frades se chamassem de menores; menores como os últimos, menores como aqueles que servem, menores como aqueles que contemplam, menores como aqueles que amam, menores como aqueles que não se impõem, menores como aqueles que não têm poder, menores como aqueles que simplesmente têm o jeito próprio de Deus. Deus não se impõe, apenas ama. É que a pequenez tem a ver com o extraordinário do amor; é aí que Deus se revela.
Veja nossa capela que também tem uma espécie de pequenez. É verdade, diante de tantos prédios, diante de tantos números, diante de tantas pessoas, é um espaço pequeno, mas um espaço que saberá recolher, acolher. Saberá acolher as inquietações, as intempéries, as frustrações, as realizações, as alegrias, porque um espaço pequeno recolhe melhor. Quando o espaço é muito grande, nós nos perdermos dentro dele; quando ele é pequeno, ele é recolhido. É mais fácil de entrar, silenciar, esperar, aguardar. O pequeno, o pequeno, ele é extraordinário; o pequeno tem uma espécie de solidão, não uma solidão angustiante, mais uma solidão receptiva, daquilo que falava a segunda leitura. A solidão da Cruz. A cruz é extraordinária, e única. A cruz, ela é nossa; como cristão, nos foi dada. É que a cruz é extremamente pequena; é que na cruz a vida humana se torna pequena; na cruz, a vida humana se torna nada; na cruz, a vida humana se torna absolutamente aberta. É que precisa estender os braços, deixar retorcer o corpo e permanecer na segurança de um coração voltado para o Pai.
A pequenez da cruz, da Cruz que São Francisco olhou, ouviu e escutou. Diz também Celano que ele ouviu e, no ouvir, se apaixonou pela pequenez da cruz; não pela suavidade da Cruz, mas pelo amor pendente da Cruz.
É que na Cruz, caríssimos irmãos e irmãs, tem uma humanidade extraordinária, que nós temos dificuldades, não apenas de compreender, mas de aceitar. É que na cruz se desabrocha o novo, quando tudo se perdeu na Cruz, quando nada mais permaneceu na Cruz, quando tudo parecia perdido. Vida nova! Novo horizonte, novas perspectivas, novo ser. Então, sim, é que da Cruz é que vem o novo céu e uma nova terra, como diz o Apocalipse. E a Cruz é pequena, ela é miúda, a cruz é cotidiana, a cruz é esse aperto danado das coisas, das nossas incompreensões, das nossas incapacidades. Mas ali dentro está cheio, pleno de vida. Ilumina-se a nossa existência, a nossa fé e, como dizia primeira leitura, durante a sua vida renovou a casa. É que na cruz existe casa nova, um novo existir.
Um grande pensador da Idade Média chamava a Cruz, a casa, a cidade, aquilo que nós somos. Casa são relações. Casa não há estrutura física, casa são superações, casa é morada, casa é aconchego, casa são trocas. Nós somos a casa! E na fé, na pequenez, é que vamos construindo a casa da nossa existência. E construímos a casa da nossa existência nos apertos, nos sofreres, nas alegrias, e vamos devagar percebendo a grandeza do nosso existir na fé. Na medida em que somos capazes de nos darmos aos outros no amor.
Essa será a casa onde tantas pessoas virão da nossa Universidade, entrarão e saberão reconstruir a própria existência. Porque aqui será a casa do encontro; encontro extraordinário porque quando achamos que estamos entrando na casa do encontro fomos encontrados; senão nela não entraríamos. Aqui, Ele sempre estará com sua palavra e sua presença no corpo do Senhor. Ele sempre, aqui, estará aguardando, para que cada um de nós entre, sente, espere, silencie e, com o passar do tempo, como Francisco de Assis, nós o ouviremos e teremos também a ousadia de reconstruir a casa da nossa existência. Mas não a nossa casa individual, aquela casa que na primeira leitura se chama a cidade, isto é, a sociedade.
Nós não somos pessoas desligadas dos outros, nós pertencemos aos outros, nós nos damos aos outros e é por isso que ajudamos a reconstruir também a cidade, a casa dos nossos irmãos e irmãs, aqui será o lugar.
É tão bom que uma Universidade se preocupe em ter este lugar e é por isso que nós quisemos que nesta nossa celebração esse altar fosse dedicado. Nós poderíamos benzer o altar, mas nós vamos dedicar o altar, nós vamos ungir o altar, e vamos ungir com que óleo? Com o óleo da crisma, o óleo da crisma na quinta-feira Santa. O bispo se inclina sobre o óleo, o azeite da oliva, e traça sobre o óleo soprando o sinal da cruz, como que infundindo o espírito neste óleo. O mesmo óleo que nós recebemos no dia da unção para um sacerdócio; o mesmo óleo que nós recebemos no dia da nossa crisma; o mesmo óleo que recebemos no dia da nossa ordenação episcopal; este óleo nós vamos usar para ungir este altar.
Seria tão bom, caríssimos irmãos e irmãs, se pudéssemos voltar a um tempo em que as pessoas chegavam, impunham a mão no altar e eram salvas. Até se conta de uma grande santa que entrou na igreja, colocou a mão do altar e ninguém mais teve coragem de levá-la porque tinha tocado a mesa do banquete, a mesa que é Jesus. Seria tão bom que nesse espaço nós também pudéssemos tocar esta mesa para podermos ser tocados, recebidos. Eu acho tão extraordinário que os nossos irmãos e irmãs passem na igreja, toquem as imagens, que vão até o altar, toquem o altar, se benzam. Nós achamos que isso é uma piedade, não é uma relação extremamente profunda, é uma relação filial, é uma relação sagrada.
Que este lugar, meus irmãos e minhas irmãs, possa ser esse espaço sagrado desta casa que se chama Universidade São Francisco! Que todos possam entrar – também quem acha que não tem fé -, todos possam entrar, possam sentar, porque Deus há de falar ao coração, como falou ao coração de Francisco de Assis! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!
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