A trezena da festa de Santo Antônio, da Paróquia Senhor Bom Jesus dos Perdões, em Curitiba (PR), continua movimentando e acolhendo a comunidade. A partir do tema: “Santo Antônio, nosso amigo, nosso irmão!”, Frei Florival Mariano de Toledo, vigário paroquial, abriu sua reflexão do quarto dia da trezena questionando a capacidade do ser humano de viver para si mesmo, fechado em si, com atitudes de exclusão.

“Atitudes como essa não geram vida. De que lado que eu fico nessa caminhada da vida? O que fazemos? Quais são as nossas ações? ”. Ele também acrescentou o caminho que deve ser percorrido para sair do “ensimesmamento”. “Para estarmos nessa disposição de amar e se sentir irmão, vivendo nessa irmandade, passamos pela caridade, e essa caridade é Cristo! Se hoje estamos aqui celebrando, depois de 800 anos, a figura de Antônio é porque ele viveu o projeto de Cristo, entre irmãos e na caridade”, ressaltou o frade.

Na capital paranaense, a devoção ao santo é forte e os “nós de Santo Antônio”, reforça ainda mais a proximidade com os fiéis. Na paróquia, os devotos encontram alguns barbantes à disposição, próximo à imagem do santo. Conforme fazem os nós, entregam suas súplicas a Deus, por intermédio de Santo Antônio. A devoção remete aos milagres operados através do cíngulo, cordão que os frades carregam à altura da cintura, de São Francisco e de tantos outros frades que temos relatos.

Já no quinto dia da trezena, Frei Mário José Knapik, guardião da Fraternidade Franciscana de Bom Jesus da Aldeia, defendeu a vida de Santo Antônio como exemplo a ser seguido, modelo de virtudes para todos os cristãos. Entre elas, Frei Mário ressaltou a humildade e o serviço do santo e padroeiro dos pobres. “O outro é sempre um irmão que precisamos acolher, conhecer e apreciar. Nossas diferenças são riquezas, afinal, estamos todos unidos pelo mesmo Cristo Senhor. Irmão não são aqueles que escolhemos, mas aqueles que nos são dados por Deus e é com eles que devemos buscar a santidade”, finalizou.

O sexto dia marcou a metade dos festejos deste ano, na Paróquia Bom Jesus dos Perdões, que está em sua 30ª edição. Frei Florival, fez sua reflexão partindo de uma pergunta “Você vive a sua fé com um pé dentro e outro fora, na espera de que alguém te ofereça algo melhor? ” O frade reafirmou que é preciso coragem para abraçar e acreditar para adentrar o mistério da fé, da ressurreição de Cristo. “Se tivéssemos certeza disso [da ressurreição], o que mudaria na sua vida? Você se esforçaria para ser uma pessoa melhor? Mais fraterna? ”.

Segundo ele, o caminho da fraternidade é difícil, mas é nesse mistério da ressurreição, na figura de Cristo que se fez nosso irmão e soube dialogar com os demais, que construímos nossa relação com o outro. “É na fraternidade que somos salvos e salvamos os irmãos”. Que o exemplo de vida de nosso irmão, nos inspire na caminhada fraterna”, salientou o vigário paroquial.

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Frei Gilberto Costa e Adriana Rabelo