Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

“Sou um péssimo pescador, meu pai sabe disso!”

19/12/2011

Notícias

Por Leonardo A.R.T. Santos

Itapoá (SC) – Neste sábado ,  17 de dezembro,  às 15 horas,  na igreja Matriz de Nossa Senhora da Imaculada Conceição de Itapoá, SC, foi ordenado presbítero, pelas mãos de Dom Irineu Roque Scherer, o nosso confrade e amigo Frei Laurindo Lauro da Silva Júnior.

O povo de Deus ganhou mais um padre, formado por doze anos na Ordem dos Frades Menores. Muitas de suas virtudes aprendidas de seu pai, Laurindo Lauro, e de sua mãe, Dona Elza, foram preservadas, outras foram descobertas. O povo da Barra do Saí, localidade de origem de Frei Laurindo, insistia em lembrar que, apesar dos anos de estudo, da distância, da maturidade que vinha chegando, o Júnior continuava o mesmo menino simples, conhecido de todos, que só conseguia pegar caranguejo.

À medida que o povo chegava para a celebração, crescia a convicção de que aquele momento marcaria para sempre aquele povo que acompanhou de perto o tríduo e a semana missionária, movimentou toda a paróquia de Itapoá. Dom Irineu Roque Scherer, Bispo diocesano de Joinville, presidiu a celebração de maneira bem franciscana. O clero local se fez presente tornando a festa maior. Foi realmente uma festa da Igreja local de Joinville e da Província Franciscana da Imaculada Conceição.

Na homilia, Dom Irineu acentuou a importância da espiritualidade franciscana para o bom exercício do ministério que Frei Laurindo estava por assumir. Insistiu que Francisco, que acolhia a todos fraternalmente, deveria ser modelo para o novo presbítero. Dizia a Frei Laurindo: “Você deve se sentir muito amparado neste dia com a memória e a invocação de tantos nomes da eternidade […] Não poderá jamais se sentir abandonado”.

O rito da ordenação normalmente mexe muito com a assembleia, principalmente o momento da unção das mãos. O costume de amarrar as mãos ungidas para somente os pais desatarem o laço é  sempre comovente e nesta ocasião não poderia ser diferente. A bênção dada a seus pais tocou a todos. Muitos flashes quiseram eternizar aquele momento.

O lema escolhido pelo ordinando nada tem a ver com a liturgia do dia, mas com sua história de vida. Todos, ao ouvirem o lema, associavam-no à ideia de que Frei Laurindo faria um caminho análogo ao de André e Pedro, de pescadores de peixes a pescadores de homens. O próprio Frei Laurindo, nos agradecimentos, ao final da ordenação disse: “Não digam que serei um bom pescador de homens por causa de minha história como filho de pescador. Meu pai sabe, eu sou um péssimo pescador”. Neste sentido, o lema é muito mais eloquente. Justamente por não ser bom pescador, Frei Laurindo lançará as redes em obediência à palavra do Mestre. Exatamente como Pedro que passou a noite toda tentando apanhar algo, mas nada conseguiu. Ao mandato do Mestre, lança as redes (Lc 5). Seu Laurindo, o pai de Frei Laurindo Júnior, não pesca mais. A saúde não o permite. Ele dizia nestes dias que nenhum de seus filhos se tornou pescador. Agora sim, há de novo, um pescador na família.