Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos
29/05/2017
São Paulo (SP) – Entre as Solenidades da Ascensão do Senhor, celebrada no domingo (28/05) e Pentecostes, celebrada no próximo dia 4, a Igreja do Brasil e da América Latina celebra a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos. Anualmente, os cristãos são convidados para uma reflexão a respeito de um tema comum. Neste ano, o tema é “Reconciliação – é o amor de Cristo que nos move”, e reflete sobre os 500 anos da Reforma Luterana.
As Igrejas-membro do CONIC (Conselho Nacional de Igrejas Cristãs) divulgaram uma carta, onde afirmam: “A ideia de disputa por um mercado religioso tende a colocar Igrejas em oposição. Não raras vezes nos vemos como ameaças uns aos outros. Não podemos cair na tentação de nos sentirmos uns melhores do que os outros. Todas as pessoas, independentemente da confessionalidade, professamos a fé em Jesus Cristo, cujo testemunho foi o de reconhecer o próximo naquela pessoa que está distante de mim e com quem, muitas vezes, tenho dificuldades de me relacionar em função dos preconceitos e das desigualdades socais”.
SALA FRANCISCANA
No quadro Patrulha Paz e Bem desta semana, Frei Gustavo Medella conversa com a pastora Romi Márcia Bencke, Secretária Geral do CONIC. A Sala Franciscana vai ao ar às 18h, em diversas emissoras do país (veja no link a relação) e os episódios são disponibilizados no Soundcloud.
Em São Paulo, no próximo sábado (3), as Igrejas celebrarão uma Vigília da Unidade, com cantos da Comunidade Taizé. A Vigília acontecerá na Igreja Metodista da Vila Mariana, às 19h30. Veja mais informações no Facebook do Anchietanum.
Acompanhe abaixo a carta das Igrejas-membro do CONIC:
Queridos irmãos e irmãs,
“Reconciliação – é o amor de Cristo que nos move” é o tema da Semana de Oração pela Unidade Cristã (SOUC) de 2017. Inspirada em 2 Co 5.15-20 a SOUC deste ano traz como mensagem central a afirmação de que é a graça de Deus que nos reconcilia. A relação entre graça e reconciliação é motivada pela celebração dos 500 anos da Reforma, ocorrida em 1517, na Alemanha.
A Reforma não foi um evento histórico isolado. Ela ocorreu em um contexto de muita efervescência social, política e religiosa. Antes de Martim Lutero, outras pessoas falaram sobre a importância de uma reflexão crítica sobre os diferentes papéis desempenhados pela Igreja na sociedade europeia da Idade Média. Recuperar o testemunho cristão como uma expressão da graça de Deus era uma das reivindicações de diferentes movimentos.
O movimento da Reforma não foi isento de conflitos e extremismos religiosos, causados pelos lados envolvidos. É justamente por causa desses conflitos que a palavra reconciliação torna-se central ao refletirmos sobre estes 500 anos.
O tempo em que vivemos, infelizmente, se caracteriza por muitos conflitos. Alguns deles são legitimados em nome de religiões. Também hoje extremismos são provocados. Ressurgem formas antigas de intolerância religiosa. A ideia de disputa por um mercado religioso tende a colocar Igrejas em oposição. Não raras vezes nos vemos como ameaças uns aos outros. Não podemos cair na tentação de nos sentirmos uns melhores do que os outros. Todas as pessoas, independentemente da confessionalidade, professamos a fé em Jesus Cristo, cujo testemunho foi o de reconhecer o próximo naquela pessoa que está distante de mim e com quem, muitas vezes, tenho dificuldades de me relacionar em função dos preconceitos e das desigualdades socais.
O amor de Cristo desperta a reconciliação. Ele não divide e nem constrói muros. As diferentes formas de expressar a fé em Jesus Cristo são riquezas graça. Por isso, em um mundo que tem se caracterizado por diferentes formas de intolerâncias, reafirmarmos que o amor de Cristo nos reconcilia é uma forma de mostrar que as divisões, as brigas, as violências, as desigualdades econômicas, os racismos e preconceitos nos distanciam de Deus e criam muros entre nós. O que nos aproxima é a possibilidade de nos reconhecermos como irmãos e irmãs, em Jesus Cristo é que somos um!
Temos, em nosso país muitos exemplos do testemunho comum entre Igrejas. Os vários espaços de diálogo bilateral, o reconhecimento mútuo do Batismo, a possibilidade de celebrarmos a Declaração conjunta pela Justificação por Graça e Fé, a realização do Dia Mundial de Oração, a Semana de Oração pela Unidade Cristã. Estas experiências não se devem somente ao nosso esforço, mas brotam da fé em Deus que possibilita os encontros e a comunhão.
A Semana de Oração pela Unidade Cristã, nos ajude a caminharmos ao encontro de nossos irmãos e irmãs. Vamos retirar tijolos dos muros que nos dividem. Através das frestas, veremos a beleza do amor de Deus que se expressa na diversidade que pode ser reconciliada. O Deus da reconciliação nos conduza cada vez mais para a unidade!
Dom Leonardo Ulrich Steiner
Secretário Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil
Pastor Dr. Nestor Paulo Friedrich
Pastor Presidente da Igreja Evangélica de Confissão Lute¬rana no Brasil
Dom Francisco de Assis da Silva
Bispo Primaz da Igreja Anglicana
Presbítero Wertson Brasil de Souza
Moderador da Igreja Presbiteriana Unida do Brasil
Dom Paulo Titus
Arcebispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia