Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

D. Amilton alerta: não somos salvadores do mundo

19/08/2018

Notícias

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Frei Rodrigo Silva

Curitiba (PR) – A Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Regional Curitiba-PR, promoveu, neste sábado (18/08), encontro celebrativo ao Dia do(a) Religioso(a). Nele, religiosos e religiosas de várias entidades puderam partilhar experiências referentes à vida religiosa consagrada. Entre eles, a Fraternidade Franciscana São Boaventura, com os frades professos temporários do tempo de Filosofia, e o mestre Frei Rodrigo da Silva Santos estiveram presentes.

O evento, que ocorreu na capital paranaense, teve como tema: “Não é que a vida tenha uma missão, mas a vida é uma missão” (GE,27), trecho da exortação apostólica “Gaudete et Exultate”, lançada pelo Papa Francisco em 19 de março do corrente ano. Esta exortação foi o tema central da reflexão conduzida por Dom Amilton Manoel da Silva, bispo auxiliar da Arquidiocese de Curitiba.

Em suas palavras, Dom Amilton citou a ousadia, a profecia e o testemunho como fatores indispensáveis para que a vida consagrada seja realmente frutuosa. Citando o Papa Paulo VI, afirmou que “a vida religiosa por si já é profética e a profissão religiosa é o grande grito da profecia”, sendo que esta deve sempre ser o referencial de uma alegria que o mundo não é capaz de oferecer.

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Alertou também sobre a questão do secularismo que inegavelmente adentrou seminários, conventos e os corações de muitos consagrados, enfatizando que mesmo assim, “o mínimo que se espera de um consagrado é que faça um caminho de santidade”.

Em suas provocações, o bispo apresentou um panorama social com dados que revelam o crescimento do número de ateus no Brasil e no mundo. Comentou que muitos hoje procuram apenas uma espiritualidade (seja ela qual for) e não mais uma religião. “Religião é dogma, doutrina, rito, culto, liturgia, encontro, reunião, comum unidade, compromisso com o próximo, poucos querem saber disso”, afirmou Dom Amilton.

Citou ainda alguns “modismos” dentro de nossa própria religião, como as orações, missas e novenas poderosas, os santos da moda, os padres e religiosos midiáticos, as curas imediatas, tudo isso formando uma verdadeira “salada mística” que vai deturpando o sentido original de nossa fé.

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Finalizou alertando sobre o perigo de acharmos que somos salvadores do mundo, da nossa congregação, da nossa província: “Jesus já salvou o mundo. Devemos lutar para salvar a nós mesmos, nos transfigurarmos pelo processo a caminho da santidade. Nós queremos ser salvadores demais e transfiguradores de menos”, afirmou.

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