Postulantes concluem o ano e Frei Ruan renova os votos
08/12/2021
Na Celebração Eucarística da Solenidade da Imaculada Conceição, neste dia 8 de dezembro, às 11h00, o grupo de 12 postulantes concluiu a primeira etapa de Formação na Ordem e Frei Ruan Felipe Sguissardi renovou seus votos por mais um ano, após viver nesta fraternidade o Ano Missionário. Frei Claudino presidiu a Missa e foi o delegado do Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira para acolher os votos de Frei Ruan.
Confrades da casa concelebraram juntamente com Frei Sadi e Frei Rodrigo, ambos da Província São Francisco, do Rio Grande do Sul. Um dos doze postulantes, o Evandro Siqueira, é de lá. Frei Rodrigo é quem fez a homilia. Iniciou-a cantando o refrão: “Maria do sim ensina-me a viver meu sim”, e com isso fez um link entre a Solenidade da Imaculada e a renovação dos votos, destacando Maria como modelo para a decisão e o contínuo sim que o religioso é chamado a cultivar, também nos momentos não tão favoráveis e de dificuldades. Também o refrão com que Frei Rodrigo terminou a homilia era bem sugestivo para o dia: “O Senhor fez em mim maravilhas, santo é o seu nome”.
Antes de receber os votos de Ruan, Frei Claudino expôs o sentido profundo da profissão religiosa como sendo uma entrega da vida a Deus e aos irmãos e irmãs. Frei Walter de Carvalho Júnior, antes da bênção final, dirigiu-se aos postulantes, confrades e colaboradores que participaram da Missa. Yure Telles, agradeceu, em nome dos Postulantes. Após a Celebração, frades, postulantes, colaboradores deliciaram-se no almoço festivo de despedida do grupo que segue em 2022 para o Noviciado em Rodeio.
No dia 06, os Postulantes já se haviam despedido de Frei João Francisco, guardião, que, no dia 8, participado do Congresso Capitular em São Paulo.
Fala de Frei Walter de Carvalho Júnior:
Queridos irmãos e irmãs, confrades, colaboradores, postulantes.
Milton Nascimento e Fernando Brant compuseram uma música que ficou bem conhecida na voz da Maria Rita, e que, em dado momento, diz o seguinte: “Chegar e partir são só dois lados da mesma viagem. O trem que chega é o mesmo trem da partida. A hora do encontro é também despedida. A plataforma dessa estação é a vida desse meu lugar”.
De fato, queridos postulantes, chegar e partir são dois lados da mesma jornada. E é sempre assim. Em cada passo que damos, em cada instante que vivemos, nós chegamos e partimos. Um passo é sempre uma partida e uma chegada. Cada segundo vivido é um ir e um chegar, mostrando-nos a grandeza do agora, do momento presente. De manhã, quando acordamos e pomos o pé no chão, o dia chega e a noite parte: acolhemos a vinda e a inauguração de um novo amanhecer e nos despedimos do escuro e do sono. Essa é a dinâmica da viagem de cada dia e de cada instante, é a dinâmica própria da vida. O que vale mesmo é a viagem, o caminho, a estrada. Se partimos ou chegamos, pouco importa. O que importa é vivermos a viagem com toda a intensidade e gratidão que pudermos ter. Partimos sempre porque sempre desejamos chegar ao melhor e ao mais belo, e quando julgamos tê-los alcançado, partimos de novo porque percebemos que sempre há mais o que fazer para ser melhor. E assim, dia a dia, instante a instante, vamos seguindo o trem de nossa vida.
De um modo mais amplo, podemos dizer que também na vida franciscana experimentamos constantemente chegadas e partidas. Nossa permanente formação no seguimento de Jesus é esse trem que nos leva de estação em estação. São Francisco com certeza percebeu bem isso. E talvez por essa razão ele tenha insistido tanto no caráter itinerante da vida dos irmãos. Parar, acomodar-se jamais. Isso seria romper a dinâmica do caminho, do desejo e do sonho.
O Postulantado foi para vocês uma estação, e a plataforma dessa estação foi tudo o que vocês puderam viver e experimentar com a generosidade e a entrega de cada um. Os freis – e por que não os colaboradores desta casa? – também fizeram com vocês essa estrada. É a estrada de vocês que traz sentido a esta fraternidade, porque nós, afinal, ainda que com nossos tropeços, entramos nessa estrada de vocês também, como apoio, como ajuda.
Mas, o grande diferencial é que na vida franciscana não deixamos para trás as estações que cruzamos. Deus queira que vocês sejam noviços postulantes, e depois professos noviços postulantes. Pois quando poderemos deixar de pedir, quando poderemos deixar de começar e de recomeçar? Como frades, seremos sempre postulantes e noviços, ou em outras palavras, estaremos sempre na estrada de chegadas e de partidas. Estaremos sempre na condição de “pedidores”, de suplicadores do dom e da graça de Deus, e buscaremos sempre a jovialidade do noviço, sempre iniciando, sempre começando, ou se preferirem, sempre recomeçando. Infeliz do frade que “conclue” a Formação Inicial e faz a profissão solene e se acha pronto, se acha acabado. Infeliz o frade que não se considera mais aprendiz. Isso facilmente acabará por sufocar a sua vocação. Disso nos alerta tão bela e emblematicamente o próprio São Francisco, quando, segundo o relato de Tomás de Celano (1Cel 103), já no final de sua vida, em meio a muitos sofrimentos, São Francisco diz: “Irmãos, vamos começar a servir a Deus, porque até agora fizemos pouco ou nada”. E Frei Celano completa: “Francisco não pensava que já estivesse conseguindo dominar-se, mas firme e incansável na busca da renovação espiritual estava sempre pensando em começar”.
Obrigado, caros postulantes, por terem vivido neste ano a sua estrada conosco. Obrigado, confrades, obrigado colaboradores. Deus nos conceda sempre de novo chegar e partir, ir de estação em estação, nas vias e nas sendas do seu amor e da sua bondade, peregrinos que queremos ser da esperança, da alegria e da paz.
Equipe de Comunicação dos Postulantes