Para celebrar 800 anos de Greccio, Convento São Francisco surpreende com presépio “gigante”
11/12/2022
São Paulo (SP) – O Convento São Francisco, no centro de São Paulo, abriu, neste 3º Domingo do Advento (11/12), a 33ª Exposição Franciscana de Presépios, desta vez com uma motivação mais forte nessas três décadas, já que se comemora, em 2023, os 800 anos da criação do presépio em Greccio. Há oito séculos, São Francisco de Assis reuniu o povo deste vilarejo italiano para ver ‘com os próprios olhos’ como o Menino Deus nasceu naquela noite.
Esse momento celebrativo começou com a Eucaristia, presidida pelo guardião e pároco Frei Mário Tagliari, às 10 horas, na bela igreja barroca do Convento e terminou no andar superior do Convento com bênção e aspersão de água benta no primeiro presépio, lembrando a gruta e o altar de Greccio. “As leituras deste domingo nos chamam a atenção para estejamos atentos aos sinais da presença de Deus”, disse Frei Mário.
Um desses sinais é o ano especial de 2023 em relação ao presépio. “São Francisco de Assis, no Natal de 1223, quis viver o Natal de uma forma diferente, como ninguém tinha vivido ainda. Não apenas celebrar a Missa de Natal numa catedral, numa basílica. Ele queria mais do que isso, porque estava vivendo profundamente o mistério de Deus na sua vida. Aí, literalmente, ele diz: ‘Quero ver com os meus olhos como Deus fica deitado entre palhas, numa manjedoura entre o boi e o burro'”, recordou Frei Mário.
Na exposição deste ano, a surpresa ficou por conta de um presépio “gigante”, que ocupou todo o coro da igreja. Segundo o coordenador deste projeto, Frei Alberto Eckel Junior, a proposta deste grande presépio, que foi confeccionado e doado à Fraternidade do Convento pelo sr. Sílvio Galvão (cenógrafo e autor do cenário do programa “Castelo Ra-tim-bum”), é de se deixar guiar pela contemplação. “Sentando-se nas estalas (lugar antigo de orações dos frades), cada visitante é chamado a silenciar e a apreciar a beleza, a humildade, o drama e a delicadeza do mistério do Verbo que se fez carne”, explicou Frei Alberto.
Segundo ele, no seguimento e na imitação do Cristo, São Francisco era muito plástico: ele queria ver, tocar, sentir… “É com essa ótica que olhamos para Francisco que, guiado pela inspiração do Senhor, quis celebrar o Natal de 1223 recriando a cena do presépio na cidade de Greccio. Assim, há 800 anos, São Francisco dava força a um costume que foi se solidificando não somente nas Fraternidades Franciscanas, mas nas famílias cristãs, que com muito carinho e afeto, com simplicidade ou de forma mais sofisticada, colocam em suas casas as imagens de Maria, José, do Menino Jesus, do boi, do burro…”, explicou.
p”Eu acho que nós, como franciscanos, diante de um presépio grandioso como este, com imagens grandes de camelos e animais, podemos sentir um pouco mais de perto aquilo que foi o que Francisco quis há oitocentos anos: ver com seus próprios olhos como a grandeza de Deus se tornou tão pequena, tão humilde, e se fez um de nós, nascendo tão frágil, um bebezinho, deitado entre palhas, entre o burro e o boi. Para isso, no vilarejo de Greccio, Francisco chamou as pessoas, que cantaram, rezaram e iluminaram aquela noite fria”, disse Frei Mário, recordando o Povorello nas Fontes Franciscanas: “Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incômodos que Ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-nascido, tendo sido reclinado na palha de uma manjedoura, entre o boi e o burro”.
O primeiro biógrafo de São Francisco, Tomás de Celano, recorda que naquela noite um dos presentes viu que jazia na manjedoura o próprio Menino Jesus. Daquele Presépio do Natal de 1223, “todos voltaram para suas casas cheios de inefável alegria”. (AS 2).
“A gente quer proporcionar exatamente isso: que as pessoas possam contemplar que Deus nasceu e se fez homem nas cores, culturas, nas línguas de todos os países. Por isso, a exposição sempre contempla presépios de várias partes do mundo. Deus veio para salvar a todos em Jesus que assumiu a nossa condição humana”, acrescentou Frei Mário.
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Segundo o guardião, a equipe envolvida na coordenação teve Frei Alberto Eckel e Rafael Herrera. Neste ano, cada uma das pastorais e movimentos, inclusive a Ordem Franciscana Secular, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), montaram os presépios. Nós oferecemos o presépio e a concepção ficou a cargo deles. Inclusive, as crianças do 3º ano do Ensino Fundamental da escola das Irmãs Franciscanas da Ação Pastoral fizeram um presépio muito bonito. A ideia é que cada um se sinta representado nos presépios. Nestes 800 anos, quisemos dar esse significado. Que todos sintamos representados como se estivéssemos hoje repetindo Greccio há oitocentos anos”, animou Frei Mário.
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Para Frei Alberto, o mais bonito de todo esse processo foi esta unidade das pastorais, movimentos e serviços, todos trabalhando juntos: “Isso traduz aquilo que é o mistério do Natal, que a humanidade toda congrega em torno de Jesus. E nesta experiência nós pudemos sentir aquilo que propomos como tema: ‘Aqui o fez se fez carne’. Não é só lá atrás na história, em Belém, mas é onde as pessoas se unem e anunciam o Evangelho. Então, essa é a espiritualidade por trás de toda essa exposição de presépios. A todas as pastorais e toda as pessoas, nossa gratidão!”.
Essa exposição é permanente desde o ano passado e só no final do ano terá novos presépios.
Ela está aberta de terça à sexta-feira, das 14 às 16 horas. Aos sábados e domingos, das 9 ao meio-dia. “No entanto, para grupos, é só entrar em contato e agendar, inclusive em outros horários”, lembra Frei Mário.
O Santuário São Francisco fica no Largo São Francisco, 133, na região central. Os agendamentos podem ser feitos pelo número 11-3291-2400 e pelo WhatsApp (11) 99546-2500. Pelo email: santuariosf@franciscanos.org.br
Comunicação da Província