Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Papa reza pelos farmacêuticos: obrigado pela ajuda que dão aos doentes!

16/04/2020

Papa Francisco

Cidade do Vaticano – O Papa presidiu a Missa na Capela da Casa Santa Marta, no Vaticano, na manhã desta quinta-feira (16/04) da Oitava da Páscoa. Na introdução, Francisco dirigiu seu pensamento aos farmacêuticos: “Nestes dias me reclamaram porque me esqueci de agradecer a um grupo de pessoas que também trabalha… Agradeci aos médicos, enfermeiros, voluntários… “Mas o senhor se esqueceu dos farmacêuticos”: também eles trabalham muito para ajudar os doentes a sair da enfermidade. Rezemos também por eles”.

Na homilia, Francisco comentou o Evangelho do dia (Lc 24,35-48) em que Jesus ressuscitado aparece aos discípulos, assustados e cheios de medo, porque pensavam que estavam vendo um fantasma, e lhes abre a inteligência para entenderem as Escrituras. E pela alegria não conseguiam acreditar. Ser repletos de alegria – ressaltou o Papa – é a experiência mais alta da consolação. É a plenitude da presença do Senhor, é o fruto do Espírito Santo, é uma graça. Citou a Exortação apostólica de Paulo VI “Evangelii nuntiandi” que fala de evangelizadores alegres. A grande força que temos para pregar o Evangelho, e seguir avante como testemunhas de vida, é a alegria do Senhor, que é fruto do Espírito Santo. A seguir, o texto da homilia transcrita pelo Vatican News:

Nestes dias, em Jerusalém, as pessoas tinham muitos sentimentos: o medo, o espanto, a dúvida. “Naqueles dias, enquanto o coxo curado não deixava mais Pedro e João, todo o povo, fora de si pelo espanto…”: há um ambiente não tranquilo porque aconteciam coisas que não se entendia. O Senhor apareceu a seus discípulos. Também eles já sabiam que tinha ressuscitado, inclusive Pedro o sabia porque tinha falado com Ele naquela manhã. Esses dois que tinham retornado de Emaús o sabiam, mas quando o Senhor apareceu se assustaram. “Assustados e cheios de medo, pensando que estavam vendo um fantasma”; a mesma experiência que tiveram no lago, quando Jesus veio caminhando sobre as águas. Mas naquele tempo Pedro, tomando coragem, apostou no Senhor, disse: “Se és tu, faze-me caminhar sobre as águas”. Este dia Pedro estava calado, tinha falado com o Senhor, naquela manhã, e daquele diálogo ninguém sabe o que foi dito entre eles e por isso estava calado. Mas estavam cheio de medo, assustados, acreditavam ver um fantasma. E diz: “Por que estais preocupados, e porque tendes dúvidas no coração? Vede minhas mãos e meus pés…”, mostra-lhes as chagas. Aquele tesouro de Jesus que Ele levou para o Céu a fim de mostrá-lo ao Pai e interceder por nós. “Tocai em mim e vede! Um fantasma não tem carne, nem ossos”.

E depois vem uma frase que me dá muita consolação e, por isso, esta passagem do Evangelho é uma das minhas preferidas: “Mas eles não podiam acreditar, porque estavam muito alegres”, ainda e estavam repletos de surpresa, a alegria os impedia de acreditar. Era tamanha aquela alegria que “não, isso não pode ser verdade. Essa alegria não é real, é demasiada alegria”. E isso os impedia de acreditar. A alegria. Os momentos de grande alegria. Estavam repletos de alegria, mas paralisados pela alegria. E a alegria é um dos votos que Paulo faz aos seus de Roma: “Que o Deus da esperança vos torne repletos de alegria”, lhes diz. Encher de alegria, ser repletos de alegria. É a experiência da mais alta consolação, quando o Senhor nos faz entender que isso é diferente do estar alegre, positivo, luminoso… Não, é outra coisa. Ser alegre, mas repleto de alegria, uma alegria transbordante que verdadeiramente nos invade. E por isso Paulo lhes deseja que “o Deus da esperança vos torne repletos de alegria”, aos Romanos.

E aquela palavra, aquela expressão, encher de alegria é repetida, muitas, muitas vezes. Por exemplo, quando se dá no cárcere e Pedro salva a vida do carcereiro que estava para suicidar-se porque as portas se abriram com o terremoto e depois lhe anuncia o Evangelho, o batiza, e o carcereiro , diz a Bíblia, estava “repleto de alegria” por ter acreditado. O mesmo acontece com o ministro da economia de Candace, quando Filipe o batizou, desapareceu, ele seguiu seu caminho “repleto de alegria”. O mesmo acontece no dia da Ascensão: os discípulos voltaram para Jerusalém, diz a Bíblia “cheios de alegria”. É a plenitude da consolação, a plenitude da presença do Senhor. Porque, como Paulo diz aos Gálatas, “a alegria é o fruto do Espírito Santo”, não é a consequência de emoções que nascem por uma coisa maravilhosa… Não, é mais que isso. Esta alegria, esta que nos toma é o fruto do Espírito Santo. Sem o Espírito não se pode ter esta alegria. É uma graça receber a alegria do Espírito.

Veem-me à mente os últimos números, os últimos parágrafos da Exortação Evangelii nuntiandi de Paulo VI, quando fala dos cristãos alegres, dos evangelizadores alegres, e não daqueles que vivem sempre tristonhos. Hoje é um dia bonito para lê-los. Repletos de alegria. É isso que a Bíblia nos diz: “Mas eles ainda não podiam acreditar, porque estavam muito alegres…”, era tanta que não acreditavam.

Há uma passagem do livro de Neemias que nos ajudará hoje nesta reflexão sobre a alegria. O povo tendo voltado para Jerusalém reencontrou o livro da Lei, foi descoberto novamente – porque eles sabiam a Lei de cor, não encontravam o livro da Lei –, grande festa e todo o povo se reuniu para ouvir o sacerdote. Esdras que lia o livro da Lei. O povo comovido chorava, chorava de alegria porque tinha encontrado o livro da Lei e chorava, estava alegre, o choro… Quando o sacerdote Esdras terminou, Neemias disse ao povo: “Estejam tranquilos, agora não chorem mais, conservem a alegria, porque a alegria no Senhor é a força de vocês”.

Esta palavra do livro de Neemias nos ajudará hoje. A grande força que temos para transformar, para pregar o Evangelho, para seguir adiante como testemunhas de vida é a alegria do Senhor que é fruto do Espírito Santo, e hoje peçamos a Ele que nos conceda esse fruto.

O Santo Padre terminou a celebração com a adoração e a bênção eucarística, convidando a fazer a Comunhão espiritual. A seguir, a oração recitada pelo Papa:

Meu Jesus, eu creio que estais presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós!

Antes de deixar a Capela dedicada ao Espírito Santo foi entoada a antífona mariana “Regina caeli”, cantada no tempo pascal:

Rainha dos céus, alegrai-vos. Aleluia!

Porque Aquele que merecestes trazer em vosso seio. Aleluia!

Ressuscitou como disse. Aleluia!

Rogai por nós a Deus. Aleluia!

D./ Alegrai-vos e exultai, ó Virgem Maria. Aleluia!

C./ Porque o Senhor ressuscitou, verdadeiramente. Aleluia!


Papa Francisco forma Comissão especial para o Covid-19

No dia 20 de março de 2020, o Papa Francisco solicitou ao Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral (DSDHI), a formação de uma Comissão, em colaboração com outros Dicastérios da Cúria Romana, para exprimir a solicitude e o amor da Igreja pela família humana diante da pandemia do Covid-19, principalmente mediante a análise e a reflexão dos desafios socio-econômicos e culturais do futuro e a proposta de diretrizes para enfrentá-los. Portanto, o Dicastério instituiu uma Comissão formada por cinco Grupos de trabalho:

O Grupo de trabalho 1, coordenado pelo DSDHI, é dedicado à escuta e ao apoio das Igrejas locais, em um serviço que as torne protagonistas das situações em que vivem, em cooperação com a Cáritas Internacional. O grupo tem a tarefa de colaborar positivamente com as iniciativas de caridade promovidas por outros setores da Santa Sé como a Esmolaria Apostólica, a Congregação para a Evangelização dos Povos e a Farmácia do Vaticano.

O Grupo de trabalho 2, coordenado pelo DSDHI, será responsável por pesquisas e estudos da pandemia, reflexões sobre a sociedade e sobre o mundo pós-coronavírus, particularmente nos setores do meio ambiente, da economia, do trabalho, da saúde, da política, da comunicação e da segurança. O Grupo fará seu trabalho em conjunto com as Pontifícias Academias para a Vida e a das Ciências, também com várias Organizações que já colaboram com o DSDHI.

O Grupo de trabalho 3, coordenado pelo Dicastério para a Comunicação, tem a tarefa de informar sobre os trabalhos dos Grupos e promoverá a comunicação com as Igrejas locais, ajudando-as a responder de maneira autêntica e plausível ao mundo pós-coronavírus.

O Grupo de trabalho 4, coordenado pela Seção para as Relações com os Estados da Secretaria de Estado, apoiará a Santa Sé nas suas atividades e nas suas relações com os países e Organismos internacionais comunicando-lhes os resultados da pesquisa, do diálogo e das reflexões produzidas.

O Grupo de trabalho 5, coordenado pelo DSDHI, é responsável pelo financiamento para sustentar a assistência da Comissão para o Covid-19 às Igrejas locais e às organizações católicas, e a sua atividade de pesquisa, análise e comunicação.

Os objetivos dos cinco Grupos de trabalho, apresentados ao Papa em 27 de março de 2020, serão coordenados por uma Direção que responderá diretamente ao Santo Padre, formada pelo prefeito do DSDHI, Cardeal Peter K. A. Turkson, pelo Secretário Mons. Bruno-Marie Duffé e pelo Secretário Adjunto, Padre Augusto Zampini.


Fonte: Vatican News