Imagem: Vatican Media

Cidado do Vaticano – Um domingo chuvoso, típico de início de outono no hemisfério norte, não espantou os peregrinos que foram à Praça São Pedro rezar com o Papa Francisco a Oração Mariana do Angelus. Ao comentar o Evangelho do dia (cf. 21:28-32), o Pontífice usou a parábola de dois filhos para nos ensinar sobre a conversão e para passar da palavra à ação. Enquanto um deles negou o trabalho na vinha e depois se arrependeu; o outro disse imediatamente sim, mas, na realidade, não correspondeu ao pedido do pai.

“A obediência não consiste em dizer ‘sim’ ou ‘não’, mas em agir, em cultivar a vinha, em realizar o Reino de Deus. Com esse simples exemplo, Jesus quer superar uma religião entendida apenas como prática externa e habitual, que não afeta a vida e as atitudes das pessoas.”

Os privilegiados da Graça
O Pontífice, então, ao comentar a parábola, disse que os publicanos e as prostitutas irão preceder “os expoentes dessa religiosidade ‘de fachada’, que Jesus desaprova, que são ‘os sumos sacerdotes e os anciãos do povo’ (Mt 21,23).

“Essa afirmação não deve nos levar a pensar que aqueles que se dão bem são aqueles que não seguem os mandamentos de Deus e a moral, e dizem: ‘em todo caso, aqueles que vão à Igreja são piores do que nós’. Jesus não aponta os publicanos e as prostitutas como modelos de vida, mas como ‘privilegiados da Graça’, que Deus oferece a qualquer um que se abre e se converte a Ele. De fato, essas pessoas, ouvindo a sua pregação, se arrependeram e mudaram a vida.”

A misericórdia sem limites de Deus
O Papa encoraja, assim, à conversão, porque “Deus é paciente conosco: não se cansa, não desiste depois do nosso ‘não’” e nem de quando nos afastamos ou cometemos erros. O Senhor sempre no acolhe para “nos encher da sua misericórdia sem limites”.

“A fé em Deus pede para renovar todos os dias a escolha do bem em detrimento do mal, a escolha da verdade em detrimento da mentira, a escolha do amor ao próximo em detrimento do egoísmo. Quem se converte a essa escolha, após ter experimentado o pecado, encontrará os primeiros lugares no Reino dos Céus, onde há mais alegria para um único pecador que se converte do que para 99 justos (cf. Lc 15,7).”

O processo de purificação da conversão
Francisco, então, ao concluir a mensagem ao povo de Deus neste domingo (27), pediu a intercessão da Virgem Maria para nos ajudar nesse processo de conversão, através da ação do Espírito Santo, que “derrete a dureza dos corações e os dispõe ao arrependimento”.

“A conversão é um processo de purificação das incrustações morais; por isso nunca é indolor. O caminho da conversão passa sempre através da cruz. Não há santidade sem renúncia e sem combate espiritual. […] O Evangelho de hoje põe em questão a maneira de viver a vida cristã, que não é feita de sonhos ou de belas aspirações, mas de compromissos concretos para nos abrir cada vez mais à vontade de Deus e ao amor pelos irmãos.”

Fonte: Vatican News (texto de Andressa Collet)