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Papa na Universidade: artesãos de diálogo e paz

17/02/2017

Papa Francisco

papaG_170217Cidade do Vaticano – O Santo Padre deixou o Vaticano na manhã desta sexta-feira, 17, para fazer uma visita à Universidade Roma Três, a mais nova da Cidade.

É a primeira vez que o Papa Francisco visita uma instituição deste tipo na Itália. Esta universidade, que conta cerca de 40 mil estudantes, é conhecida pela sua atenção aos problemas sociais da cidade. São João Paulo II a visitou no ano 2002.
Francisco recebeu as boas vindas do Reitor, Professor Mário Panizza, e de outros representantes da universidade. Após a saudação do Reitor, o Pontífice passou a responder a algumas perguntas que foram dirigidas pelos alunos.

A instrução e a formação acadêmica das novas gerações, disse o Papa, é uma exigência primordial para a vida e o desenvolvimento da sociedade. A seguir, passou a responder às perguntas de alguns alunos, a começar por aquela de Giulia:

“Há uma onda de violência nas nossas cidades. A violência é um processo que nos torna anônimos. A nossa sociedade é rica de bens, de atos de solidariedade e de amor com o próximo. Tantas pessoas e tantos jovens, certamente também muitos entre vocês, estão engajados no voluntariado e no serviço aos mais necessitados. Vocês devem ser gratos e orgulhosos por estes valores”.

Porém, recordou Francisco, no mundo há tantos sinais de inimizade e de violência, de ações violentas. Aqui, o Papa citou a sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz deste ano, que propõe, precisamente, a não violência como estilo de vida e de ação política. De fato, disse, estamos vivendo uma “verdadeira guerra mundial em pedaços”, que a Comunidade internacional não consegue deter. E acrescentou:

“A universidade é um universo, um lugar onde se pode dialogar. Uma universidade deve fazer um trabalho artesanal de diálogo, onde se formam as consciências, com um profundo confronto entre as exigências do bem, do verdadeiro e do belo, e a realidade com as suas contradições. Por exemplo, a indústria das armas, que, ao invés de diminuírem, aumentam. Diante desta dramática realidade, os jovens jamais devem perder a esperança. As bombas destroem os corpos e as dependências destroem os corpos, mas também as mentes e as almas”.

Neste sentido, respondendo à pergunta de Nicolau, o Pontífice sugeriu à universidade a comprometer-se com projetos de partilha e de serviço aos últimos, sobretudo na Cidade de Roma, onde reinam urgências sociais, pobreza, migrantes, gente que dorme pelas ruas e passa fome. Vocês devem ser protagonistas de ações construtivas, de combate à cultura do hedonismo e do descarte, baseados em ídolos do dinheiro e do prazer. Em relação à pergunta de Ricardo, o Papa respondeu, partindo da sua experiência pessoal, dizendo:

“Não tenham medo de abrir-se aos horizontes do espírito, mediante o dom da fé. Não tenham medo de abrir-se ao encontro com Cristo e aprofundar sua relação com Ele. Vocês podem tornar-se, como disse Ricardo, ‘agentes da caridade intelectual’. Assim, a universidade pode dar sua contribuição para a renovação da sociedade; pode e deve ser lugar onde se elabora a cultura do encontro e da acolhida de pessoas, culturas e religiões diferentes”.

Por fim, Francisco encorajou os docentes e estudantes a viverem a universidade como ambiente de verdadeiro diálogo e de confronto construtivo. A solidariedade, vivida concretamente e não com palavras, gera paz e esperança!