Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Na Missa Ecológica, Frei Djalmo pede compromisso com o mundo

04/10/2012

Notícias

Moacir Beggo

São Paulo (SP) – Mais do que celebrar São Francisco de Assis, o Padroeiro da Paróquia da Vila Clementino em São Paulo, neste 4 de outubro, o pároco Frei Djalmo Fuck aproveitou a Missa Ecológica do meio-dia, criada por ele, para deixar uma mensagem de compromisso e respeito com a obra de Deus Criador e Pai.

Neste ano, a Missa Ecológica aconteceu ao meio-dia e encerrou solenemente as celebrações, às 20 horas. Durante todo o dia, os frades da Paróquia e da Sede da Província da Imaculada Conceição deram a bênção de São Francisco.

A Festa da Paróquia é mais religiosa, mas não faltaram os Bolos de São Francisco com as medalinhas do Lobo de Gúbio. Neste ano, até os animais ganharam um bolo especial do Padroeiro.

Em meio a uma sinfonia de latidos, Frei Djalmo acolheu com carinho os fiéis e seus animais de estimação: “Hoje, nossa igreja abre as suas portas para receber não só a vocês, filhos e filhas de São Francisco, mas receber também os nossos animais de estimação, filhos abençoados e queridos de São Francisco de Assis”.

O pároco explicou que em 1979, o saudoso Papa João Paulo II proclamou São Francisco Patrono da Ecologia e declarou-o, em 1986, homem da Paz e da Fraternidade.

“E por que esse título?”, perguntou. “São Francisco tinha um carinho todo especial pela a natureza e pelos animais. A todos São Francisco chamava de irmãos e irmãs, inclusive como podemos ver no Cântico das Criaturas, que nós temos tão belamente retratado nos vitrais desta igreja”, acrescentou Frei Djalmo.

Segundo ele, São Francisco louvava a criação como um todo. “São Francisco louvava os animais, as plantas, porque entendia que nós não estamos sozinhos neste mundo, mas fazemos parte desta grande criação de Deus. E a todos devemos amar e respeitar, especialmente os seres humanos, aqueles que precisam da nossa ajuda, da nossa solidariedade, mas também precisamos amar a natureza, os animais, muitas vezes maltratados, abandonados, rejeitados. Nós precisamos aprender a partilhar, a conviver, neste mundo”, frisou.

Para enfatizar o amor de Francisco pelas criaturas, leu um texto de Tomás de Celano, o primeiro biógrafo de São Francisco.

“Francisco, meus irmãos e irmãs, contempla todas as criaturas com esse olhar de Deus. Este olhar que considera e contempla a todos irmãos. Penso que nós, franciscanos, amigos e amigas de São Francisco, que viemos a esta igreja neste dia, pudessémos levar para casa esta mensagem de vida: lembrar desta presença de Deus em todos os seres vivos. Todo o universo, cada criatura, cada planta, cada ser humano é a presença do Criador, que é Deus. É importante, portanto, cultivar essa relação fraternal e de comunhão efetiva com os homens e com todas as criaturas”, pediu.

Ele acha urgente que, em nosso tempo, o mundo abandone esta atitude consumista e essa cultura do descartável. “É preciso estabelecer uma relação de amor. Não estamos sozinhos no mundo. Devo aprender a cuidar das coisas”.

Para ele, por fim, o homem deve ter uma atitude de contemplação diante do mundo. “Somente desta forma haveremos de louvar o Criador. Então, neste dia, olhando para São Francisco de Assis, juntamente com nossos animais de estimação, nós queremos voltar para as nossas casas, para o nosso mundo, nosso trabalho, e cuidar: da natureza, do ser humano, porque este é o nosso compromisso, esta é a nossa tarefa. O mundo precisa ser cuidado, amado, estimado. Esse cuidado não é responsabilidade de governos, entidades e organizações, mas começa aqui, em nossas casas, em nosso trabalho, na nossa igreja”.
Devotas de São Francisco

Muito comum neste dia festivo é encontrar devotos e devotas de São Francisco que não são católicos. Como Vanessa Kodaira, que é de Campinas, mas viu pela internet que tinha bênção dos animais na Paróquia da Vila e não pensou duas vezes para trazer a Molly e Pinguinha.
“Não sou batizada”, confessa, mas é devota de São Francisco, o santo que conheceu como veterinária. “Não conheço muito a vida de São Francisco, mas sei que ele era muito rico e deixou tudo para trás para cuidar dos desamparados”, disse, explicando que quando adotou Pinguinha, ela era muito “serelepe” e parecia bêbada. “Disse que iria dar o nome de Pinguinha e acabou pegando!”

Vivian Mauro é paroquiana da Vila Clementino. Todo ano, traz a Melrose, a Raika, a Miski e Vivi Júnior para receberem a bênção do Santo protetor dos animais.

“Já era devota de São Francisco, mas fiquei mais quando a Melrose ficou curada de um problema que tinha”, conta Vivian. Segundo ela, a cachorrinha tinha o canal anal fechado e teria de fazer uma cirurgia de risco. Pelo relatório dos médicos, de seis em seis meses teria de repetir a cirurgia. “Mas, na véspera de São Francisco, o frei deu uma bênção muito especial que ela está totalmente curada hoje e leva uma vida normal”, revela. Para retribuir esta graça, em todo encontro da raça West, Vivian distribui medalhinhas de São Francisco.