A manhã do dia 31 de agosto,  22º Domingo do Tempo Comum, às 8h30, a Paróquia São José Damba Maria, na Diocese de Benguela, em Angola, foi presenteada com a primeira Celebração Eucarística do Frei Domingos Cacanda Soma, ordenado presbítero em 2 de agosto, Dia do Perdão de Assis.

Foi um momento de profunda alegria e gratidão para a comunidade e confrades estarem reunidos com esse irmão chamado e consagrado por Deus para ser instrumento vivo de Sua graça e de Seu amor no meio do povo. E não por acaso, a liturgia nos ofereceu um convite essencial: viver com autenticidade a fé que professamos, na humildade e na gratuidade.

Diante da grandeza deste momento litúrgico, fomos conduzidos não à exaltação, mas à humildade; não ao brilho dos títulos, mas à simplicidade do serviço; não ao orgulho de uma conquista, mas à gratidão pela graça recebida gratuitamente.

A primeira leitura, retirada do Livro do Eclesiástico, nos ofereceu um ensinamento que ressoa como um verdadeiro programa de vida presbiteral: a humildade como caminho de grandeza aos olhos de Deus.

Neste dia de festa e exultação, o presbítero Herman Kifinamene Matondo Kwazambi nos convidou a um encontro pessoal com a humildade de Jesus Cristo. É como se o Senhor, diante do início luminoso de um ministério, dissesse: “Quanto mais alto fores colocado, mais profundamente deves lançar raízes na humildade.”

Como ele destacou, o presbiterado não é conquista, mas graça; não é promoção, mas serviço; não é palco, mas altar de entrega. Na vida presbiteral, tudo o que é autêntico nasce da humildade: a escuta atenta do povo, a paciência no conselho, a simplicidade na pregação, a compaixão no confessionário, a reverência na celebração. O presbítero não é dono dos mistérios, mas servo deles. Não ocupa o centro: aponta para Cristo.

Frei Domingos Cacanda Soma é o primeiro presbítero da Paróquia São José Damba Maria, fruto do trabalho árduo e pastoral do padre Herman.

Ao final da Santa Missa, o pároco, padre Ricardo Bavenga Nzunzi, expressou palavras de gratidão e apresentou os visitantes presentes. A celebração foi marcada pela entrega de símbolos culturais — o chapéu, o cajado, a cabaça, as sandálias e a flecha — gesto que significou o abraço fraterno entre cultura e fé, onde a religião acolhe a cultura e a cultura mergulha suas raízes na fé.

Em seguida, Frei José Morais Cambolo, representando os confrades, agradeceu à família biológica do Frei Domingos pela confiança depositada nos frades e na Santa Mãe Igreja. Nesta primeira celebração, a alegria foi ainda maior com a presença fraterna de várias congregações religiosas, que, com sua vida de oração, missão e testemunho, iluminam e sustentam o caminho da Igreja.

Ao término desta celebração solene e profundamente comovente, resta-nos apenas deixar que o silêncio da gratidão fale mais alto do que qualquer palavra, porque hoje não celebramos uma conquista humana, mas um mistério de amor gratuito e fiel de Deus: o dom do presbiterado, derramado sobre o Frei Domingos, chamado do meio do povo para servir o próprio povo.

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Texto: Frei Daniel Bungewe Soma / Fotos: Frei Toríbio da Cruz Waia Ndumbu