Desde o mês mariano, uma Exposição no Mosteiro da Ajuda das Monjas Concepcionistas, no Rio de Janeiro (RJ), faz homenagem à Mãe de Deus com o tema: “Maria, a quem amamos muito, damos muitos títulos”.

Segundo Frei Estêvão Ottenbreit, que participa da Mostra representando o Convento Santo Antônio, o primeiro objetivo da Exposição é didático. “É mostrar que todas as invocações se referem a uma única pessoa, como explica o título dado a esta Exposição. Então, para muitos católicos é uma surpresa saber que é uma única Maria”, diz o frade.

“Eu vi essa confusão em uma ocasião quando celebrei a Missa. Uma pessoa agradeceu a Nossa Senhora de Lourdes, Nossa Senhora disso, daquilo, achando que eram diversas santas”, recordou Frei Estêvao.

Outra questão também está ligada, segundo Frei Estêvão, à imagem mais divulgada da Imaculada e que reproduz Nossa Senhora sozinha. “E que é teologicamente não muito exata essa colocação, mas isso se baseia numa pintura de Murillo (Bartolomé Esteban Murillo), um pintor espanhol. Então, essa imagem se impôs, mas dá uma falsa ideia da Imaculada Conceição”, explicou.

Segundo ele, a Imaculada Conceição que foi declarada Padroeira da Ordem Franciscana é a mesma que as Monjas Concepcionistas trazem no medalhão delas. “Teologicamente é mais correto porque foi Maria que trouxe o Salvador. Nao é ela que salva, mas ela trouxe o Menino, e esse é que mata o dragão. Então, essa é a imagem oficial franciscana e concepcionista da Imaculada Conceição”, ressaltou.

“Aqui nós temos também a Imaculada Conceição, Padroeira do Equador. Assim, a exemplo do Cristo Redentor, no meio da cidade de Quito, no Equador, tem um monumento muito alto representando Nossa Senhora da Imaculada Conceição, esmagando o dragão. O mistério são, talvez, as asas. Segundo os indígenas, o santo vai para o céu e, quem vai para o céu, tem que ter asas. Se ela está no céu, precisa ter asas”, contou.

Ao lado das várias imagens da Imaculada Conceição está a representação popular de Nossa Senhora Aparecida.

A Exposição traz também quadros originais do Mosteiro, uma coleção das Irmãs “que queremos salvar”. Por exemplo, em um dos quadros, “o diabo que fica bravíssimo por causa da encarnação de Jesus. Ele não gostou da ideia”.

A Exposição fica até o final deste mês no Mosteiro da Ajuda e, em outubro, continua no Convento Santo Antônio. “Ainda vamos acrescentar mais títulos”, adianta Frei Estêvão, lembrando que se houver interesse de alguma entidade, a mostra poderá ser emprestada. Para isso, enviar email para: freiestevao@franciscanos.org.br

VEJA ALGUNS TÍTULOS MENOS CONHECIDOS
DE NOSSA SENHORA EM EXPOSIÇÃO

 

IMACULADA CONCEIÇÃO

(toque nas imagens acima para ampliá-las)

Padroeira dos Frades e das Concepcionistas. Enquanto o pintor Murilo e outros começaram a representar a Imaculada Conceição sem o menino Jesus, os franciscanos e as concepcionistas preferiram a mais antiga representação: Maria que traz o Salvador que esmaga a cabeça da serpente. Esta representação está no medalhão que as concepcionistas trazem no peito.

NOSSA SENHORA MENINA (foto no alto da página)

Existem poucas informações sobre a infância de Maria, uma vez que grande parte do que conhecemos hoje é oriunda da própria Tradição da Igreja Cristã. Entretanto, existe também uma forte devoção à imagem de Nossa Senhora Menina, culto associado à profecia da mulher que se tornaria a Mãe do Salador e à natividade de Nossa Senhora.

NOSSA SENHORA DA CABEÇA

Na noite de 12 d agosto de 1227 João Rivas encontrou uma belíssima imagem de Nossa Senhora em uma caverna no alto do Monte Cabeça, na cidade de Andujar. O relato diz que Nossa Senhora teria mandado construir ali um templo onde haveriam prodígios. A imagem milagrosa foi levada para a cidade, onde foi aclamada padroeira sob a invocação de Nossa Senhora da Cabeça.

NOSSA SENHORA GRÁVIDA

Nossa Senhora Grávida também é conhecida como Nossa Senhora da Expectação que remete a expectativa para o nascimento de Jesus e Nossa Senhora do Ó, que é uma invocação originária da Espanha. A denominação surgiu a partir do “Ó”, que vem das expressões contidas nas orações litúrgicas que antecediam o Natal de Jesus.

NOSSA SENHORA DA ROSA MÍSTICA

Este título foi atribuído à mãe de Jesus após uma série de aparições que teriam ocorrido uma enfermeira italiana. Nas visões, a Virgem trazia três espadas cravadas no peito, que depois se transformaram em três rosas: uma branca, uma vermelha e uma amarela. Sua celebração acontece em 8 de dezembro.

NOSSA SENHORA DA LAPA (imagem acima)

No ano 982, freiras teriam se protegido do ataque de um general numa gruta, ou lapa, em Portugal, guardando ali uma imagem de Nossa Senhora. Quinhentos anos depois, uma jovem pastora encontrou a imagem e a guardou como se fosse uma boneca. Quando a mãe da menina tentou se desfazer do objeto, seu braço ficou paralisado, e só voltou ao normal com orações.

NOSSA SENHORA DOS ANJOS

Um dos muitos títulos e devoções à Virgem Maria. Eera a Santa de Devoção de São Francisco de Assis junto de São Miguel Arcanjo. Diz a lenda que na véspera de algumas solenidades, desciam de noite, numerosos coros de anjos do céu, festejando e cantando, em honra a Deus e à Virgem Rainha Maria.

NOSSA SENHORA DA SALVAÇÃO

Um dos muitos títulos e devoções à Virgem Maria. Relembra a contribuição de Maria para com nossa salvação e está constantemente presente na caminhada de fé do povo de Deus. É por Maria que nós temos Jesus na sua primeiríssima relação conosco.

NOSSA SENHORA DO AMOR DIVINO

A devoção à imagem de Nossa Senhora do Amor Divino veio para o Brasil por meio de uma família portuguesa que se instalou em uma fazenda em Petrópolis, ainda no século 18. Em Portugal, a devoção era para a Nossa Senhora do Amor de Deus e aqui foi construída uma capela para ela em 1751.

NOSSA SENHORA DA ABADIA

Título dado à Virgem Maria, invocada na Igreja Católica. A origem do nome provém da freguesia de Santa Maria do Bouro, no Conselho de Amares, no norte de Portugal. Esta devoção surgiu a partir de uma imagem proveniente do Mosteiro das Montanhas, na região de Braga, também em Portugal, no ano de 883.

 

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Moacir Beggo