Jufra das Chagas dá adeus ao telefone fixo
03/02/2015
Vinícius Fabreau, especial para este site
Há uns vinte anos o telefone fixo era artigo de luxo. Quem tinha, ajudava quem não tinha. O vizinho anotava o recado e tendo passado o recado, terminava sua missão. Restava apenas gratidão. Essa parábola da nova era, foi contada por Frei Gustavo Medella, assistente espiritual da Ordem Franciscana Secular (OFS), na celebração eucarística que abriu o encontro deste domingo, 01 de fevereiro.
Quem esteve na Igreja da OFS, no largo mais franciscano de São Paulo, pode aprender sobre a autoridade do lava-pés, a autoridade de Jesus. De forma didática, Frei Gustavo conduziu a reflexão que falou da transformação motivada pelo evangelho. Mais tarde, os jovens franciscanos, que estão “de casa nova” deram adeus ao telefone fixo. Decidiram não ficar só no recado, mas como Jesus, querer comprometer-se com a mensagem transmitida.
Na “sala de reuniões” é hora de recomeçar
Nos encontros dos franciscanos seculares é sempre assim: acaba a missa e o irmãos começam a cumprimentar-se, e ao chegar ao refeitório partilham o pão e a vida. Após o café, os irmãos da Jufra subiram as escadas e dirigiram-se a uma antiga sala de reuniões da Ordem Terceira. Lá, aguardavam os jovens irmãos: o crucifixo de São Damião, pedras, velas e o antigo altar da “casinha” (lar de idosos que pertenciam a OFS).
Tudo muito sugestivo: cada sinal parece que queria dizer algo aqueles jovens sobre transformação e missão. Lá puderam partilhar sobre a experiência vivida no primeiro encontro do ano (18/01), onde os irmãos começaram a pintar a nova casa da Jufra.
Quase no final da partilha, os jovens foram surpreendidos pela visita fraterna de Frei Gustavo, que além de abençooar a fraternidade, ainda realçou o significado da reconstrução da igrejinha de São Damião para Francisco: “Enquanto ele (São Francisco) ia pensando onde colocar as pedras, ele ia repensando a própria vida e isso o transformava.” E causou risos quando afirmou: “É como arrumar o quarto, arrumar uma gaveta, o exterior reflete o interior”.
O cordão da Fraternidade Jufra das Chagas
Após almoço, os trabalhos na sala recomeçaram: um a um, os irmãos foram se ocupando nos trabalhos artísticos que foram dando a “cara” desta fraternidade formada de pedras vivas. No mural, os jovens desenharam um grande cordão, repleto de notas musicais. No cordão surgiram cinco nós, a jufrista Gabriela explica: “Os nós representam a amizade, pobreza, obediência, castidade e união, tudo isso resulta numa coisa só: a fraternidade”.
A reforma ainda não acabou: ainda faltam alguns desenhos e ajeitar alguns móveis. E também faltam irmãos que estão viajando. E especialmente, falta o assistente espiritual, Frei Alvaci Mendes da Luz, que está fazendo uma experiência missionária no Peru.
Ecos de São Damião
Para Cristy Azevedo, jufrista desde o final de 2011, “vemos na Jufra das Chagas uma fraternidade em reestruturação, com novo vigor, diversificada e bem unida, em que cada um partilha aquilo que é e coloca seus dons a serviço, onde a singularidade de cada irmão torna a fraternidade melhor.” E ainda deixa uma mensagem de esperança:
“Que Deus nos dê a graça da perseverança necessária nesta empreitada e, assim como Francisco, pedra por pedra, busquemos a reconstrução, transformar o nosso coração e, possamos assim, compreender o chamado do Senhor e aceitar os desafios de ser jovem franciscano neste mundo que tanto precisa de pessoas comprometidas com a vivência do Evangelho.”Essa é a juventude franciscana que vai evangelizar no mundo novo! De pedra em pedra, cada irmão se compromete na reconstrução da casa do Senhor, no coração de cada homem. O novo ambiente de formação da JUFRA não tem telefone fixo, mas tem muita mensagem partilhada e comprometida. Você está esperando o que? Vem pra cá!
Encontros todos 1ºs e 3ºs domingo do mês
A partir das 9h no Largo São Francisco, 173