Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Igreja repudie imigração ilegal e tráfico de pessoas

11/10/2018

Papa Francisco

Cidade do Vaticano – Desencorajar e repudiar, com um magistério claro e inequívoco, os promotores da imigração ilegal e do tráfico de seres humanos: é o que foi reiterado na manhã desta quinta-feira (11/10) na nona Congregação Geral, na Sala do Sínodo, no Vaticano, como uma das tarefas da Igreja.
Diante de centenas de jovens que veem seus sonhos, suas potencialidades, seus talentos afogados no Mediterrâneo, os padres sinodais reiteram a necessidade que a Igreja exorte as nações mais industrializadas a investir nas nações mais pobres, sobretudo em termos de tecnologia e know-how, a fim de que todos os jovens possam contribuir para o desenvolvimento do próprio país de origem, sem ser obrigado a emigrar.

A importância do exame de consciência
Em seguida, os padres sinodais refletiram sobre o sacramento da Reconciliação, reiterando que o perdão deve ser libertado de todo fardo e redescoberto na sua dimensão de dom. Nisso o exame de consciência é essencial, fundamental para evangelizar e educar os jovens para a ideia clara do que são o pecado e o supérfluo, e para ajudá-los a reconhecer os sinais da presença de Deus na própria vida.

Os jovens não são chamados a permanecer jovens para sempre, mas a tornar-se adultos, a ocupar este lugar para contribuir na construção da Igreja. Porque no fundo, afirmaram os padres sinodais, não importa se se trata de sacerdotes, profissionais, pais, solteiros: responder ao chamado de Deus significa seguir a vocação a ser santos em toda e qualquer escolha de vida.
Portanto, a pastoral vocacional deverá ser repensada e reforçada em todos os âmbitos graças a testemunhos vivificantes, a fim de que todo jovem compreenda a própria vocação na vida.

Educar os jovens para a liberdade
Daí, também o chamado dos padres sinodais à liberdade interior que impede que os jovens sejam manipulados pelos outros, que se deixem ser levados pela massa. Segundo Jesus e seus mandamentos, com uma consciência reta se é mais livres.

Mas educar os jovens para e à liberdade pressupõe a busca da verdade, porque os jovens buscam a autenticidade em seus educadores, querem pastores mais coerentes com o que pregam, pastores que saibam viver a Palavra e comprometer-se com os pobres, graças a uma verdadeira conversão interior e a uma fé apaixonada.

Coração aberto e interesse concreto
O justo acompanhamento da Igreja, então, consistirá em ouvir com coração aberto e interesse concreto, no dar coragem e esperança, no cuidar da pessoa em todas as fases de seu desenvolvimento.
Efetivamente, diante do ódio, violência, corrupção, injustiça, guerras tão difusas no mundo, os jovens experimentam uma fragmentação existencial que mina sua autoestima e a confiança.
Portanto, a Igreja deve acompanhar e acolher constantemente os jovens, estimulando-os à liberdade e à responsabilidade, a assumir compromissos duradouros. Este é o desafio da Igreja: fazer uma opção preferencial efetiva pelos jovens, saindo para ir ao encontro deles e oferecendo ideais de uma fé vivida concretamente, junto a uma autoridade eficaz que os faça amadurecer verdadeiramente.

Acompanhamento seja maiêutico
Ademais, como o pai misericordioso da parábola do filho pródigo, a Igreja espere com paciência e esperança também os jovens desaparecidos ou perdidos; não os faça sentir-se abandonados nas dificuldades, mas os encoraje caminhando com eles, os ajude a realizar-se deixando-os livres em sua liberdade, sem impor escolhas determinadas, sem manipulações ou clericalismo.
Somente assim o acompanhamento será realmente maiêutico e fará sempre emergir a verdade já presente na juventude, de modo a ajudá-la a compreender a beleza do seguimento de Cristo.

A Igreja concorra junto com os jovens no ter grandes sonhos
Também é preciso uma comunidade unida, alegre, que saiba redescobrir seu sentido missionário e permita enamorar-se pelo Evangelho: de fato, um clima de fechamento e preconceito não ajuda os jovens a sentir-se acolhidos, a viver a fraternidade num contexto de calor e estima recíproca, afirmou-se na Sala do Sínodo.
Portanto, as comunidades sejam concretas, simples e pobres, transparentes. A Igreja concorra junto com a juventude no ter grandes sonhos, porque se os pastores sonham, também os jovens serão capazes fazê-lo.

Vítimas de abusos estejam no centro da missão da Igreja
O tema dos abusos retornou no seio da reflexão sinodal: os jovens esperam que a Igreja coloque as vítimas no centro de sua atuação e que os bispos sejam submetidos a processos rigorosos, ressaltaram os padres sinodais, sugerindo que uma ajuda válida pode extirpar este mal e que para sair da crise atual um auxílio pode ser dado também por especialistas leigos e pelo gênio feminino, em particular, pelas mães que podem ensinar aos pastores o sentido da ternura, de amor e proteção aos mais pequeninos.

A secularização e seus desdobramentos positivos
Foi central, por fim, a reflexão sobre a relação da Igreja com a realidade atual, em particular, com a secularização: os padres sinodais convidaram a se ter a coragem de considerá-la um sinal dos tempos que ajuda a libertar-se do ser cristãos automaticamente ou por hábito, e leva a ser cristãos por escolha, por desejo. Mais ainda: a sociedade secular evita também que a religião se fundamente na identidade tribal ou nacional, levando a recuperar a importância do anúncio da fé.


Fonte: Vatican News