Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frei José no exercício do serviço de amor

26/08/2018

Notícias

Moacir Beggo

Bauru (SP) – “Assumo esse ministério como ministro de Cristo, administrador dos seus mistérios, com o desejo de conformar-me ao Senhor no exercício de um serviço de amor, como um dom total de mim mesmo a serviço do povo de Deus”. Foi com essa promessa e pela imposição das mãos de Dom Caetano Ferrari, bispo emérito da Diocese de Bauru, que Frei José Raimundo de Souza recebeu o segundo grau do Sacramento da Ordem durante a Celebração Eucarística, às 19 horas deste sábado, 25 de agosto, na Paróquia Santo Antônio de Bauru (SP). A comunidade que se acostumou com a presença franciscana no Jardim Bela Vista há 63 anos, viu a cor marrom do hábito franciscano marcar esta bela festa franciscana, inclusive com o bispo franciscano e confrade de Frei José, que teve como concelebrantes, o Vigário Provincial, Frei César Külkamp, representando o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanboemmel, e o guardião da Fraternidade e pároco da Paróquia Santa Clara, Frei Alessandro Nascimento, e o pároco anfitrião, Frei Ademir Sanquetti.

O tom franciscano foi dado por Frei Diego Atalino de Melo, coordenador do Serviço de Animação Vocacional da Província, logo no início ao saudar e acolher a todos com caloroso “paz e bem”. Além do povo da cidade e região, dos familiares, de seus confrades que participaram intensamente da Semana Missionária que antecedeu a esta celebração, muitos conhecidos e amigos de Frei José não mediram esforços para encararem longas distâncias, como os de Colatina, onde Frei José reside atualmente, e os da Baixada Fluminense, onde o ordenando viveu intensamente sua formação pastoral enquanto residiu em Petrópolis para cursar Teologia e durante o período que viveu em Imbariê (RJ).

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Frei José nasceu no Paraná, mas hoje sua família reside em Bauru. Seus pais, Francisca Maria de Souza e Raimundo Francisco de Souza, conduziram o filho até o altar. Junto deles, os três irmãos (ele é o segundo filho dos quatro).

Frei César apresentou Frei José e deu seu testemunho, em nome da Província da Imaculada e do povo de Deus, que ele “era considerado digno” para o ministério sacerdotal. Dom Caetano aceitou ordenar Frei José e, em sua homilia, confessou sua alegria de estar celebrando a ordenação de seu confrade. Lembrou de todas as vocações até destacar a vocação religiosa e presbiteral. “Trazemos o dom da vocação em vasos de barro porque somos frágeis. E nem somos dignos dessa vocação, mas Deus chama quem quer. É ele quem nos escolheu desde o seio materno”, ressaltou.

Dom Caetano também comentou muito o lema da ordenação presbiteral de Frei José, tirado de Lucas 9, versículo 13: “Dai-lhes vós mesmos de comer”. “O lema escolhido é denso e cheio de significados. Lembre sempre dele. Como sacerdote, você tem a missão de dar o pão da Palavra, o pão da Eucaristia e o pão da caridade”, ensinou o bispo. Segundo ele, o mais difícil é partilhar o pão da vida. “Dar a minha vida, como Jesus deu a sua vida até chegar ao martírio, não é fácil. Mas como bom franciscano, você sabe como fazer. Entregue tudo, doe a sua vida. Não guarde nada para você”, disse, lembrando que São Francisco de Assis ensina o caminho: a pobreza.

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Terminada a homilia, teve início o rito da ordenação presbiteral. Trata-se de um momento que mexe muito com a assembleia, principalmente durante a unção das mãos. O costume de amarrar as mãos ungidas para somente os pais desatarem o laço é sempre comovente e nesta ocasião não poderia ser diferente nesta noite. A bênção dada a seus pais, em seguida, tocou a todos.

Frei Gilson Kammer e Frei Pedro Viana, seus confrades na Fraternidade de Colatina, ajudaram o novo presbítero a se paramentar com as vestes sagradas.

Recebido o abraço de todos os presbíteros e confrades presentes, Frei Marcos subiu ao presbitério para concelebrar pela primeira vez a liturgia eucarística.

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EMOÇÃO NOS AGRADECIMENTOS

Nos agradecimentos, sobraram emoções. A começar pela homenagem de seus colegas de turma. Frei Marcos Brugger pediu para cantar “Onde reina o amor” enquanto os confrades de turma deram um abraço coletivo em Frei José. E para não esquecer, homenageou o neopresbítero com um poema de Clarice Lispector:

 “A felicidade aparece para aqueles que choram.

Para aqueles que se machucam

Para aqueles que buscam e tentam sempre.

E para aqueles que reconhecem

a importância das pessoas que passaram por suas vidas”.

Cleia, em nome da Paróquia Santa Clara, dirigiu-se a “Frei Zezinho”, como é conhecido Frei José na Paróquia, destacando que o lema escolhido para a ordenação sempre fez parte da vida do neopresbítero.

Frei César falou que era o momento de render graças pelo dom da vocação. Trouxe abraços de Frei Fidêncio para o bispo, para a família, para a comunidade e para o ordenando. “Obrigado por sua entrega de vida. Siga em frente com coragem e amor na sua missão, no seu serviço e conte sempre com seus irmãos!”, completou o Vigário Provincial.

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Por último, Frei José fez uma lista de agradecimentos. Não deixou ninguém de fora. Mas falou, emocionado, sobre a influência dos pais na sua vocação e vida. “Já disse em outra ocasião e novamente reconheço publicamente que meus pais são verdadeiros exemplos de humanidade. Quem os conhece sabe muito bem disso. A preocupação e o cuidado com a vida do outro são notórios em toda a vida deles. Obrigado, Pai e Mãe, por cuidarem de mim e por me oferecerem tantos bons exemplos, que desejo sejam características em minha vida religiosa franciscana e em meu ministério ordenado. Ser servidor de quem é necessitado é evidente neles, alimentar cada vez quem tem fome faz parte do cotidiano deles, já que cotidianamente há quem tenha essa necessidade. Ser filho de vocês é uma graça divina. Tenho orgulho por ter vocês como meus pais”, homenageou, referindo-se à irmã Maria Aparecida (com necessidades especiais).

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“Tendo meus pais, São Francisco e Santa Clara como referências, certamente serei capaz de cumprir o mandato de Jesus de dar de comer a quem tem fome. Recordo aqui as palavras de Francisco, que para mim têm se tornado um refrão: ‘devem alegrar-se, quando conviverem entre pessoas insignificantes e desprezadas, entre os pobres, fracos, enfermos, leprosos e os que mendigam pela rua’. É estando próximo desses que são os necessitados que poderei perceber suas carências, e sensibilizado, cumprindo o mandato de Jesus, tenha sempre algo a oferecer, seja para uma multidão ou para uma única pessoa necessitada. Não poderia servir tais pessoas se permanecesse alheio às suas vidas e às suas situações. Assumo esse ministério como ministro de Cristo, administrador dos seus mistérios, com o desejo de conformar-me ao Senhor no exercício de um serviço de amor, como um dom total de mim mesmo a serviço do povo de Deus”, completou, entregando para os pais um lindo vaso de orquídeas. A Celebração terminou com a bênção do bispo sobre o neopresbítero.

Neste domingo, às 9h30, Frei José celebra a sua Primeira Missa na Paróquia Santa Clara de Assis, na Vila Industrial II.