Frei Diego: “A vida de Frei Galvão já foi uma construção da eternidade aqui na terra”
25/10/2022
Guaratinguetá (SP) – A Santa Missa das 15h foi presidida por Frei Diego Atalino de Melo, reitor do Santuário Frei Galvão e concelebrada por Frei Leandro Costa Santos e Frei Roberto Ishara. Os frades do Seminário também marcaram presença na celebração e mais uma vez a Igreja esteve lotada para render graças a Deus em honra ao primeiro santo brasileiro: Santo Antônio de Sant’Anna Galvão.
O Hino do Bicentenário “Páscoa de Frei Galvão” acolheu a procissão de entrada e o povo de Guaratinguetá (SP) que, neste ano, celebra os 200 anos do “Santo do Povo e da Paz e do Bem”, como reza a letra da música. “Juntamente com a Relíquia de 1º grau, acolhemos também as bandeiras do Vaticano, do Brasil, do Estado de São Paulo e da cidade de Guaratinguetá. Também recebemos as Capelinhas com as imagens de Frei Galvão que, no decorrer de dois meses que antecederam essa festa, estiveram presentes nas Paróquias da Arquidiocese de Aparecida. E durante a Novena de Frei Galvão visitaram os asilos, presídios e hospitais. Com esse gesto nos renovamos o compromisso com uma Igreja comprometida com a missão de evangelizar, sempre cuidando de todas as pessoas, especialmente dos mais necessitados, assim como fez Frei Galvão. Acolhendo a relíquia de Frei Galvão, cantemos”, animou Frei Gabriel Dellandrea, que fez o comentário da missa.
“Irmãos e irmãs, boa tarde. Paz e Bem! Sejam todos muito bem-vindos e bem-vindas a esta celebração. Queremos acolher os confrades, nosso diácono, religiosos, religiosas, todos os romeiros e devotos de Frei Galvão e acolhemos você que reza conosco pela Tv Canção Nova e pela Tv Frei Galvão. Todos formamos uma única família em torno da fé e da devoção do primeiro santo brasileiro”, introduziu Frei Diegom saudando também as autoridades civis, o prefeito e vice-prefeito. “A todo povo de Deus aqui presente a nossa saudação franciscana de Paz e Bem”.
“Hoje nós nos reunimos para celebrar o grandioso Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, nascido na cidade de Guaratinguetá no ano de 1739, Frei Galvão, filho desta terra, santo deste chão”, disse o Reitor. “Esta cidade aqui de Guaratinguetá, ao lado de Cachoeira Paulista, ao lado de Aparecida, aqui neste Vale da Fé, é de certa forma responsável pela fé e devoção de todo o nosso país. Foi aqui que, no ano de 1717, o Brasil viu surgir nas águas do Rio Paraíba a imagem da Imaculada Conceição, nossa Senhora Aparecida. Foi essa terra aqui de Guaratinguetá que nos deu o seu filho mais ilustre, que honra nossa cidade e a torna conhecida em todo o mundo como a terra natal do primeiro santo brasileiro. Essa terra de Guaratinguetá, irmãos e irmãs, é especial, pois o primeiro santo do maior país católico do mundo, nasceu aqui, nasceu nesse vale abençoado, esse Vale da Fé”, exaltou Frei Diego.
Para o frade, os exemplos e virtudes de São Frei Galvão nos garantem que o caminho da santidade não é um privilégio para poucos, mas é um chamado para todos nós. “No entanto, como nos lembra São Francisco de Assis, nosso pai espiritual, modelo de vida de Frei Galvão, na sua VI Admoestação: ‘Seria para nós o motivo de grande vergonha terem os santos praticados as boas obras e nós queremos receber honra e glória somente por contar e pregar o que eles fizeram’. Para nós, filhos desta terra, para nós devotos de Frei Galvão, não basta simplesmente exaltarmos as virtudes do primeiro santo brasileiro, para nós celebrarmos com mais profundidade a memória dessa maravilha de Deus que foi Frei Galvão, nós precisamos imitá-lo, precisamos colocar em prática o que Frei Galvão viveu e ensinou”, recomendou.
“Conforme nos lembra a 1ª leitura de hoje, nos podemos ter o conhecimento, podemos saber, podemos conhecer, mas muito mais do que isso é preciso ter a sabedoria e essa sabedoria nos leva a aplicarmos em nossas vidas aquilo que nos conhecemos acerca de Frei Galvão. Este nosso santo foi viver junto de Deus há exatamente 200 anos. Sim, neste ano nos estamos celebrando o bicentenário de morte, porque foi no dia 23 de dezembro de 1822 que lá no Mosteiro a Luz em São Paulo, Frei Galvão deu o seu último suspiro e passou a viver plenamente em Deus. Fé na eternidade e na ressureição não nos deixa desesperar diante da morte, do luto e da separação física, a nossa fé nos faz acreditar que ‘morrendo é que se vive para a vida eterna’. Esse é o lema com o qual estamos refletindo ao longo desse ano do bicentenário de morte de Frei Galvão. Nossa fé professada e vivida nos garante que se morrermos com Cristo, um dia nos também viveremos com Ele”, explicou o frade.
“Irmãos e irmãs, nesse momento em que nós estamos, graças a Deus, com a vacina, vencendo, superando uma pandemia que tirou a vida de tantas pessoas. O lema da festa desse ano ‘é morrendo que se vive para a vida eterna’, nos faz ter a certeza de que a nossa morada definitiva é o céu, nos traz a certeza de que um dia todos nós nos reencontremos com aqueles e aquelas que amamos e que nos precederam nesta morada celeste”, consolou.
Segundo o frade, celebrar a morte de Frei Galvão só é possível porque a sua vida já foi uma construção do paraíso. “A sua vida já foi uma construção da eternidade aqui na terra. Ao olharmos para a vida de Frei Galvão, vamos perceber que a sua vida foi totalmente dedicada ao próximo, a sua vida foi um consumir-se inteiramente pelos mais necessitados. Frei Galvão soube viver uma vida completamente doada pelas pessoas. Ele fez do seu amor a Deus e a Imaculada Virgem Maria uma fonte de inspiração para estar sempre a serviço”, disse.
Para os mais necessitados, lembrou o frade, Frei Galvão era o Apóstolo da Caridade sem limites, como nos disse o Papa Bento XVI. “Para as famílias desunidas, que passam por crise, Frei Galvão era e é aquela visita que leva à reconciliação e à unidade. Para as mulheres desejosas de terem os seus filhos com saúde, para as mulheres desejosas de conceberem, Frei Galvão é a certeza de vida nova, Frei Galvão é a certeza do cuidado., Frei Galvão é a certeza da fecundidade. Para os corações endurecidos pelo ódio, pela violência, pelo desejo de eliminar o outro que pensa diferente, Frei Galvão era e é nos dias de hoje, mais do que nunca, o bálsamo do perdão, da paz, e da concórdia. Para as almas abatidas pelo pecado, Frei Galvão era e é o alívio da reconciliação e da confiança na misericórdia divina que, como nos lembra o Evangelho de hoje, tem um fardo leve e um jugo suave. Para os enfermos da alma e do corpo, Frei Galvão é a pílula da fé, incompreensível para os sábios e entendidos, mas ao alcance do simples, dos pequeninos, daqueles que têm uma fé pura”, indicou Frei Diego.
“Irmãos e irmãs, para aqueles que colocam a esperança somente naquilo que podem ver e tocar no aqui e agora da existência, Frei Galvão é a certeza da vida eterna. Sua vida e sua morte nos lembra que não somos seres humanos vivendo uma simples experiência espiritual. Não! Todos nós, assim como Frei Galvão, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana. Frei Galvão, patrono da construção civil, viveu a concretude do amor em sua vida e, por isso hoje ele pode ser apresentado pra todos nos como modelo de santidade e como homem da caridade e da paz. Os mesmos lábios que proclamavam o Evangelho em palavras de bênção, também foram utilizados para denunciar profeticamente quando aquele coronel lá em São Paulo decretou uma sentença de morte para aquele soldado. As mesmas mãos que se estendiam para consagrar o pão e o vinho no altar, foram também mãos calejadas pelo serviço de pedreiro e construtor do Mosteiro da Luz. O mesmo carinho, amor e devoção, que Frei Galvão tinha para com a Imaculada Conceição, o seu mesmo amor para com a Virgem Maria, também foi traduzido no cuidado com os enfermos, no cuidado especial para com as mulheres que tinham dificuldade de conceber, como nos lembra esta pintura, com as mulheres que tinham dificuldade na hora do parto. A mesma inteligência, conhecimento, erudição, sabedoria de Frei Galvão que era utilizada para preparar os grandes sermões, os seus poemas, pregações, essa mesma inteligência ele a utilizou para criativamente se fazer presente no atendimento aos doentes, através das pílulas, as pílulas de Frei Galvão são a grande expressão da criatividade pastoral, de uma coragem desejosa de atender a todos”, disse.
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E concluiu: Irmãos e irmãs, ao celebrarmos o primeiro santo brasileiro, Santo Antônio de Sant’Anna Galvão, nesta terra abençoada de Guaratinguetá, neste Vale da Fé, que hoje recebeu o seu primeiro voo, que hoje expandiu a acolhida aos devotos, aos peregrinos, que todos nós possamos crescer no desejo de construirmos uma sociedade mais justa e fraterna. Uma sociedade onde não haja mais divisão, discórdia, polarização e discriminação. Que a nossa fé, irmãos e irmãs, nos ajude a fundamentarmos a nossa vida, nos verdadeiros valores do Evangelho. E que a nossa devoção a São Frei Galvão nos faça cada mais desejosos de também alcançarmos a santidade. Que o nosso amor a Frei Galvão, nos faça cada mais desejosos de estarmos cada vez mais próximos de Deus”.
MISSA DA FAMÍLIA MISSIONÁRIA
Frei Leandro Costa presidiu a Santa Missa das 12 horas, com as Intenções no altar por todos irmãos e irmãs da Família Missionária do Santuário de Frei Galvão.
“A nossa resposta mais concreta para quem é da Família Missionária é rezar. O objetivo de participar da Família Missionária é fazer com que Frei Galvão seja muito mais conhecido. E a medida que ele se torna mais conhecido, as pessoas vão conhecer as pegadas que ele deixou e vão querer imitá-lo também”, disse Frei Leandro.
Segundo o frade, esta Missa é uma grande Ação de Graças a você, querido devoto, que faz parte da Família Missionária. “A você que é devoto e mora aqui em Guaratinguetá, é um apelo para ser da família. Deus abençoe cada um de vocês que contribuem direta ou indiretamente nesta grande obra de evangelização.
Equipe de Comunicação do Santuário Frei Galvão