Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

São Francisco: sinal da superação de barreiras entre povos, culturas e religiões

02/03/2019

Notícias

A cidade de Damieta no Egito, recebeu nesta sexta feira (02/03), uma delegação de franciscanos e autoridades religiosas para comemorar os 800 anos do encontro entre de Francisco e o Sultão. Encontro que inspirou uma tradição de diálogo inter religioso, cujo valor para este momento atual se torna cada vez mais significativo. Indo além das linhas do exército dos cruzados, no cerco de Damieta, para ir ao encontro do sultão Malek Al Kamil, Francisco de Assis tornou-se um sinal da superação de barreiras entre povos, culturas e religiões.

Participaram do momento celebrativo as margens do Mar Mediterrâneo no ponto do encontro com o Rio Nilo: O Cardeal Leonardo Sandri, prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, O Ministro Geral dos Frades Menores, Frei Michel Perry, Frei Francesco Patton, Custódio da Terra Santa, Frei Kamal Labib,Pronvincial da Província Franciscana da Sagrada Família no Egito, a governadora da cidade de Damieta,  o Imam Mohamad ABD Fattah, e os franciscanos das diversas paróquias em todo o Egito juntamente com muitos  fiéis.

No discurso em Damietta o Cardeal Sandri afirmou que:  Francisco Não teve medo de Maomé e o Sultão não teve medo do Evangelho.Recordou a recente viagem do Papa Francisco em Abu Dhabi, o encontro com o Grande Imam di Al Ahzar e a assinatura do documento “Fraternidade Humana”.

Neste sábado, a Organização Mundial da Universidade de Azhar e dos franciscanos do Egito organizaram uma manhã de encontro na faculdade do Cairo. Além de autoridades cristãs  e autoridades muçulmanas,foram distribuídos  600 convites. Mas o grande auditório ficou pequeno para o grandíssimo número de participantes, pelo menos mais 200 cadeiras foram colocadas.

Frei Francesco Patton, custódio da Terra Santa, iniciou o discurso  agradecendo ao grande Imam di di Al-Azhar Ahmad Al- Tayye pelo documento assinado com o Papa Francisco: Sentimos o dever de agradecer este testemunho de diálogo de fraternidade e de paz, fundada na fé do único Deus e misericordioso, que esta na origem na existência de todos os seres humanos.

800 anos do encontro de São Francisco com sultão

O custódio da Terra Santa e guardião do Monte Sião, Pe. Frei Francesco Patton, está no Egito para participar das celebrações comemorativas dos 800 anos do encontro de São Francisco de Assis com o sultão do país do Oriente Médio Al-Malik Al-Kamel.

A visita ao Egito se dá à distância de menos de um mês da visita do Papa Francisco a Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, durante a qual o Pontífice e Al-Tayyib assinaram uma declaração comum em que se afirma “adotar a cultura do diálogo como caminho; a colaboração comum como conduta; o conhecimento recíproco como método e critério”.

“O documento assinado é uma esplêndida atualização do encontro de oito séculos atrás”, disse à agência Sir o custódio da Terra Santa, que recorda que “já dois anos atrás, a visita apostólica do Papa Francisco ao Egito, com os encontros com o presidente Al-Sisi e o Grão Imame de Al Azhar Al Tayyib, foi vista como atualização do encontro entre São Francisco e o sultão” do Egito em Damieta em 1219.

Solidariedade ao Patriarca Tawadros e reconhecimento ao Imame Al-Tayyib

“Durante minha viagem ao Egito terei a oportunidade de expressar solidariedade ao Patriarca ortodoxo Tawadros por tudo aquilo que os cristãos coptas sofreram e estão sofrendo no Egito e reconhecimento ao Grão Imame Al-Tayyib por este gesto corajoso que foi a declaração assinada com o Papa Francisco”, acrescentou Frei Patton.

“O encontro de Abu Dhabi foi um evento de forte impacto simbólico. Os conteúdos da declaração são realmente históricos, contêm a rejeição taxativa e conjunta a todo e qualquer uso da violência em nome de Deus. Nenhuma forma de terrorismo pode ter uma justificação de tipo religioso”, ressaltou o franciscano.

“É uma resposta também a quem considera que o Islã é intrinsecamente violento. Abu Dhabi nos ensina que se pode ter outra abordagem”, concluiu o custódio da Terra Santa e guardião do Monte Sião.

FONTE: Rádio Vaticano