Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Frades Estudantes fazem o primeiro retiro do ano

11/05/2015

Notícias

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Luanda (Angola) – Vários são os momentos marcantes que temos vivenciado nesses últimos dias. Gostaríamos partilhar um deles. Um fato digno de nota é o primeiro retiro do ano dos frades estudantes da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola. O retiro ocorreu entre os dias 8, 9 e 10 do mês de maio. Foi um tempo forte que serviu como oportunidade para nos fortalecermos um pouco mais dentro de nossa busca de seguimento de Cristo, ao modo de São Francisco.

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Em meio à agitação da cidade, da rotina corrida, dos estudos e trabalhos deu para “afastar-nos” um pouco da mesmice. O fato é que saímos, não exatamente para fora da agitação nem da cidade. Apenas saímos, por um momento, das nossas duas fraternidades – Viana e Palanca – para nos encontrarmos, como frades estudantes, em uma casa de retiro e espiritualidade das Irmãs Mercedárias para, com Francisco, fazermos um encontro com o Senhor e rezar, passo a passo, a oração ‘Altíssimo, Glorioso Deus…’

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O interessante, já na Missa de abertura presidida pelo Frei Marco Antônio dos Santos e concelebrada pelo nosso formador e presidente da Fundação, Frei José Antônio dos Santos, lembrava-nos Frei Marco, orientador do retiro, que “temos pouco tempo para parar e apartar-nos da nossa rotina do dia a dia. No entanto, o maior confronto, num retiro, é ficar o tempo todo pensando nos compromissos que deixamos de fazer”. Realmente, deixar a rotina do dia a dia, para quê? Ai é que está a questão. De certo modo, há momentos em que precisamos rever a nossa vida (Vida Religiosa Consagrada) e refletir sobre “o dom de Deus que vale a pena acolher”. Não se trata de um parar por parar, mas parar para ver se evoluímos como pessoas humanas, por conseguinte se somos bons religiosos. Através dos textos e da fala do Frei Marcos, com todo aquele seu jeito de explicar as coisas através de exemplos, de forma simples e divertida, tivemos a oportunidade de perceber “qual é o ideal” do nosso modo de vida e “qual é a situação real.” Como professos temporários – dizia – estamos vivendo uma fase de “consolidar as bases e colocar a mão na massa”, comprometer-se com o carisma, com a Ordem, com a Província e com a Fundação. Refletimos que, em termos de Vida Religiosa, ainda somos adolescentes, mas é nosso dever ter uma identidade própria.

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Outra coisa que importa ressaltar é a reflexão que fizemos, no último dia do retiro, em torno das palavras do Papa Francisco no encontro que teve com os formandos, no dia 6 de Julho de 2013. Percebemos que atualmente não é fácil fazer uma opção definitiva porque somos vítimas de uma cultura do provisório. Em contrapartida, se levarmos uma vida que se fundamenta na alegria do vigor, se procurarmos viver bem a nossa consagração de forma autêntica e transparente, como se diz, não estaremos longe do Reino de Deus.

Após o momento de partilha realçou, o pregador, que não podemos juntar o bom de uma fraternidade e o de outra para dar o “bem bom”. Para o nosso modo de vida, o ideal é enfrentar os desafios e as coisas na sua realidade e seu contexto. Na nossa situação real temos de perceber que só “quem tem dificuldades de amar é que mais tem necessidade de amar”. Como Clara e Maria, a mãe de Jesus, queremos aprender a silenciar e a contemplar e, se possível, guardar tudo em nossos corações.

Frei Crisóstomo Pinto Ñgala, OFM