A última homenagem para a Virgem da Penha
25/04/2017
Érika Augusto
Vila Velha (ES) – Depois de 8 dias de muita festa, terminou nesta segunda, 24 de abril, a 446ª edição da Festa da Penha. Depois de uma manhã repleta de atividades, como as Celebrações da Conferência dos Religiosos do Brasil, das Pastorais Sociais e as Missas celebradas no Convento da Penha, da 1ª Romaria dos Conguistas e da Romaria dos Ciclistas, os devotos da Virgem das Alegrias reuniram-se no Parque da Prainha para a Missa de encerramento, às 16h.
Na lateral, para a procissão de entrada, os marinheiros carregavam a imagem de Nossa Senhora da Penha, seguidos dos frades do Convento da Penha, do Santuário Divino Espírito Santo e de São Paulo. Logo atrás estavam os seminaristas, diáconos e padres da Arquidiocese de Vitória. Frei Gustavo Medella, Definidor Provincial, estava na animação, fazendo uma reflexão sobre os biomas brasileiros, tema da Campanha da Fraternidade deste ano.
A Prainha estava tomada de fiéis que, quando avistaram a imagem se aproximando para a procissão de entrada, saudaram a Virgem das Alegrias. Ela foi recebida com uma calorosa salva de palmas e seguiu, abrindo a procissão de entrada da Celebração. Após a imagem entraram os frades, simbolizando a importante missão dos franciscanos no Espírito Santo.
A Missa foi presidida por Dom Luiz Mancilha Vilela, arcebispo de Vitória e concelebrada por Dom Rubens Sevilha, bispo auxiliar; Dom Décio Zandonade, bispo emérito de Colatina; Dom Joaquim Wladimir Lopes Dias, bispo de Colatina; Dom Paulo Bosi Dal’Bo, bispo de São Mateus; Dom Dario Campos, bispo de Cachoeiro do Itapemirim e Monsenhor Edvalter Andrade, nomeado recentemente pelo Papa Francisco como bispo da Diocese de Floriano, no Piauí.
No início da celebração, o Arcebispo saudou os prefeitos de Vitória, Cariacica e Vila Velha e as outras autoridades presentes. Em sua homilia, Dom Luiz ressaltou a importância do Ano Mariano no Brasil, recordando os muitos títulos recebidos pela Virgem Maria, e afirmou que os capixabas aprenderam a amar e venerar a Mãe de Deus sob o título de Nossa Senhora da Penha.
Como em muitos dias do Oitavário, a questão social não foi esquecida. “O povo está sofrendo, há muito desemprego. Nesta ocasião, nós recorremos a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro”, afirmou. E pediu que os presentes orassem não só por suas necessidades, mas pelo país, descrevendo algumas situações que estão ferindo o povo. “A economia têm que estar a serviço da pessoa, não de uns poucos privilegiados. O centro tem que ser a pessoa humana”, acrescentou, e foi interrompido por uma forte salva de palmas. O Arcebispo cobrou a reforma política e criticou as reformas da previdência e trabalhista, pedindo amparo aos brasileiros.
Respeito à vida em todas as etapas
Em sua homilia, Dom Luiz lamentou a falta de respeito com a vida humana, criticando o aborto. Ele falou também da importância da valorização da mulher. “Há desrespeito com as mulheres. Pensemos em nossas mães e irmãs! Elas precisam ser respeitadas”, disse, sendo interrompido novamente pelas palmas da assembleia. Ele concluiu sua reflexão pedindo um Espírito Santo mais pacífico e esperançoso.
Agradecimentos e pedidos
Após a Comunhão, os bispos concelebrantes fizeram algumas considerações. Dom Dario Campos, bispo de Cachoeiro do Itapemirim, afirmou que havia colocado no altar do Senhor várias intenções, pela saúde dos enfermos e por todos os desempregados.
Dom Paulo Dal’Bo, bispo da Diocese de São Mateus, afirmou que hoje, após Maria visitar Isabel, ela descia da montanha, referindo-se ao Convento da Penha, para saudar os seus filhos. “Vivendo numa sociedade de tanto desencontro, que o encontro de Maria e Isabel seja também para todos nós um encontro que provoque alegria e encanto”, afirmou.
Dom Joaquim Wladimir Dias, Bispo de Colatina, fez críticas ao cenário político atual. “Acho que todos nós estamos cada dia mais indignados porque essa raça de víboras está solta no meio da nossa sociedade. Ela precisa ser extirpada, eles precisam responder, ser presos, devolver o que roubaram. Não podemos ficar alheios a tudo isto que está acontecendo”, afirmou, dizendo que sai da Festa da Penha com o coração cheio de esperança.
Dom Décio Zandonade, bispo emérito de Colatina, falou da ternura de Deus que se manifesta no Convento da Penha. E pediu pela saúde de cada um, física e espiritual.
Monsenhor Edvalter Andrade, nomeado bispo da Diocese de Floriano, pediu aos bispos que rezassem por sua nova missão e afirmou que levaria em suas intenções todo o povo capixaba.
Frei Paulo Pereira, guardião e reitor do Convento da Penha, agradeceu aos bispos presentes, padres, diáconos, religiosos, seminaristas e agradeceu, de maneira especial, aos confrades pela ajuda. E citou todos os romeiros que marcaram presença neste ano, os voluntários, patrocinadores e poderes públicos.
Uma apresentação musical encerrou a 446ª edição da Festa da Penha. Pe. Anderson Gomes cantou em louvor a Nossa Senhora. O show teve a participação de Frei Florival, Pe. Jacqueson Pimentel e Pe. Renato Criste. A cantora Flávia Dornellas cantou em seguida, fechando a festa deste ano.