Moacir Beggo

Santos (SP) – Em noite de graça e louvor, Frei Rozântimo Antunes Costa, lotou o Santuário Santo Antônio do Valongo para uma celebração que durou mais de 2h30, intercalando cantos de louvor, oração e muita  mensagens de fé.

Foi o terceiro dia da Trezena de Santo Antônio, que neste ano celebra os 375 anos de fundação do Convento, ou seja 15 jubileus de fé e devoção, como diz o lema. O tema do dia foi “Santo Antônio, o Santo da Caridade”.

No comentário inicial, chamou-se a atenção para a imagem de Santo Antônio do lado direito do presbitério, onde o santo entrega o pão a uma pessoa necessitada. “Em sua vida de pregação, ele levava a Palavra mas também levava o pão alimento a todos. Ele tinha especial atenção pelo povo simples, pelos pobres, mas ele não só entregava pães, ele ia à origem dos problemas sociais. Recordamos aqui a sua severa pregação contra a usura, o egoísmo, a violência, o poder político, a opressão dos pobres. Seguir Santo Antônio significa dar pão e lutar contra as injustiças”, abriu a celebração a comentarista.

Frei Rozântimo celebra todas as quartas-feiras a Missa de Cura e Libertação no Santuário. Na verdade, a noite de louvor começou às 18h30, quando Frei Rozântimo presidiu a Trezena. Com uma incrível facilidade de comunicação, Frei Rozântimo animou o povo, brincou, fez piadas, cantou e, na hora de falar sério, convidou a todos para rezar e ter uma atitude positiva diante da vida.

“Santo Antônio morreu jovem, com apenas 36 anos, porque ele deu tudo de si para que o mundo não vivesse na maldade, para que o mundo fosse mais justo. Ele fez tudo pensando na eternidade”, disse o frade.

Segundo o franciscano, este santo soube conviver, soube amar, ser fraterno, mas soube gostar de si mesmo. “O primeiro mandamento não é ‘amar a Deus como a si mesmo’? Então, se você não se ama, não pode amar a Deus e ao próximo. Antes, você precisa ser caridoso com você mesmo e precisa saber se perdoar. A caridade em Santo Antônio começou com ele mesmo e depois ganhou o mundo como bem conhecemos deste santo”, observou.

No meio da homilia, Frei Rozântimo provocou muito risos ao ilustrar com uma história. Segundo ele, durante um Carnaval, um jovem resolveu se fantasiar de diabo. E ele fez todas as pinturas, tudo o aquilo que personificamos como diabo. No domingo de Carnaval, indo para o baile, ele se perdeu. O único lugar aberto era uma igreja. Parou o carro e chegou à porta da igreja. Aliás, o padre é o primeiro a ver quem entra na igreja, especialmente os atrasados (risos). Quando viu o diabo, o padre correu para a sacristia. Não fui eu… (risos). O povo olhou para trás e todo mundo também começou a correr. Só ficou uma pessoa sentada. Sabe por quê? Estava com a perna engessada. Até o companheiro dela fugiu. O “diabo” ficou feliz por estar assustando todo mundo… Quando ele se aproximou desta senhora sentada, ela foi logo dizendo: “Olha, eu sou uma pessoa caridosa, não falto à missa, mas sempre estive ao seu lado!” (mais risos)

Pois é – disse o frade – existe dentro de nós o bem e o mal. “Mas tudo se transformará no amor de Deus. Ele está entre nós”, completou.

Nesta quinta-feira, solenidade do Corpo e Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo, o tema da Trezena será “O Santo da Eucaristia” e terá como pregador o reitor do Santuário do Valongo, Frei André Becker.