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Diálogo Inter-religioso marca o Dia do Espírito de Assis

25/10/2024

Notícias

A celebração do Dia do Espírito de Assis é um evento inter-religioso realizado em diversas partes do mundo. Em São Paulo, um dos encontros mais aguardados ocorreu nesta quinta-feira, 24, no Convento e Santuário São Francisco, na região central da capital paulistana.

O Sefras esteve presente na celebração, que promoveu uma mensagem de unidade, espiritualidade e respeito à diversidade religiosa, honrando o legado de São Francisco de Assis e sua mensagem de paz e fraternidade universal.

Este evento é um importante marco para o Sefras, que se dedica à promoção de valores franciscanos de justiça social e acolhimento. Este ano, o tema escolhido foi: “Onde houver exclusão, que eu leve acolhimento”, destacando a importância de enfrentar os conflitos gerados pela exclusão social, econômica e política.

Para o Frei Marx Rodrigues dos Reis, Diretor Secretário do Sefras, que esteve presente na celebração ecumênica: “Celebramos o Dia do Espírito de Assis, um dia de paz e unidade, onde diversas fés e crenças, líderes religiosos, populações em situação de rua, crianças e adolescentes, migrantes, refugiados e também a população idosa transformaram este lugar de fé em um verdadeiro palco de esperança. Foi emocionante perceber o quanto, por meio da arte e da fé, podemos construir um mundo de solidariedade e paz. O tema de hoje nos lembrou da importância de levar acolhimento ao mundo dos excluídos. Foi bonito ver que, neste altar onde celebramos o Corpo de Cristo, a população de rua pôde cantar, expressando sua voz e sua busca pela paz”.

A edição deste ano contou com a participação de diversos grupos atendidos pelos serviços do Sefras, como a Casa de Clara do Belém, que encantou a todos com uma apresentação em coral; a Casa Franciscana do Cambuci, que trouxe a música de paz através de instrumentos de samba; o Chá do Padre, que cantou e falou sobre a necessidade de paz para a população em situação de rua; e as crianças da Casa de Assis, que se apresentaram em uma dança especial. Essas apresentações culturais enriqueceram o evento e reforçaram o valor do respeito mútuo e da empatia entre as diferentes comunidades presentes.

Estiveram também presentes líderes religiosos de diversas tradições, que responderam ao questionamento: Como podemos ser uma sociedade que acolhe e não exclui?

Afonso, representante da religião espírita com base nos ensinamentos de Allan Kardec, mencionou: “Se abrirmos o Evangelho, iremos ver sobre ensinamentos fundamentais, como amar o próximo e respeitar o próximo. ”

Iara, da Casa do Zé Pilintra da Umbanda, compartilhou: “Eu acredito que Deus é uma grande rede invisível e cada um tem a sua importância dentro desse segmento. Enquanto não houver essa rede, haverá a diferença; enquanto houver a diferença, haverá fome, e a gente não pode ter paz enquanto houver diferença e fome. ”

O Monge Ryozan, do Zen Budismo, destacou: “O nosso dever é acolher sempre, ainda mais quando houver exclusão. A questão é como a sociedade pode colocar isso em prática. A maior fraternidade que temos é a diversidade; é o que nos une. ”

Como surgiu o “Dia do Espírito de Assis”

O Dia do Espírito de Assis remonta a 1986, quando o Papa João Paulo II reuniu líderes de várias religiões em Assis, na Itália, para orarem pela paz mundial. Desde então, essa data se tornou um símbolo de encontro ecumênico e inter-religioso, promovendo o respeito e a convivência pacífica entre diferentes crenças.

Para além da celebração religiosa, o Dia do Espírito de Assis se configura como um espaço de promoção de diálogo inter-religioso, onde diferentes crenças compartilham suas visões de mundo, criando pontes em um contexto cada vez mais polarizado. Este encontro serve para reforçar a importância da paz e da fraternidade, conceitos centrais no ensinamento de São Francisco.

A celebração inter-religiosa do Dia do Espírito de Assis reforça o compromisso da Ação Social Franciscana em promover a paz, o diálogo e o acolhimento, especialmente para as populações mais vulneráveis. Em tempos de desafios globais e tensões sociais, eventos como esse nos lembram da força da unidade e da colaboração entre diferentes tradições religiosas em prol do bem comum.


Melissa Galdino