D. Orlando: “Frei Galvão e Papa Francisco se completam um ao outro”
25/10/2021
As festividades em honra ao santo brasileiro, Santo Antônio de Sant’Ana Galvão, no Santuário de Guaratinguetá, sua terra natal, terminou nesta segunda-feira (25/10) com a Santa Missa presidida por Dom Orlando Brandes, Arcebispo de Aparecida, e transmitida pela TV Aparecida. O Reitor Frei Diego Melo e seus confrades concelebraram com sacerdotes da Arquidiocese.
Dom Orlando saudou Frei Diego e, na sua pessoa, a todos os religiosos e sacerdotes concelebrantes. Também saudou religiosas, autoridades civis, os devotos e devotas de Frei Galvão e todos que acompanhavam a Santa Missa pelos meios de comunicação.
Mais uma vez, o Santuário lotou para a Celebração Eucarística como aconteceu desde a primeira Missa às 6 horas.
Dom Orlando citou a primeira leitura com a seguinte frase: ‘Temos uma dívida que a gente nunca paga: É o amor fraterno’. “E Frei Galvão viveu querendo sempre pagar essa dívida de mil maneiras, porque como frade tinha grande consciência da fraternidade. Tão necessária, ele levou esta fraternidade, essa dívida que temos, a tantos setores da sociedade”, situou o Arcebispo.
Já no Evangelho, ele lembrou que Jesus curou e endireitou uma mulher encurvada. “Essa mulher encurvada pode ser cada pessoa humana, porque o pecado nos encurva. O mal nos torna corpcundos, nos leva para baixo”, ensinou. Segundo ele, Jesus endireitou aquela mulher para ela olhar para cima, olhar para o lado, com dignidade. “E vamos pedir a Santo Frei Galvão, que ajudou milhares de pessoas encurvadas a encontrarem a sua dignidade de pessoas. Vamos pedir também por toda a sociedade dos encurvados pela pandemia, pelo desemprego, e cada um de nós pelos problemas familiares ou pessoais. Santo Frei Galvão, ajudai-nos, então, a nos endireitar e a recebermos essa dignidade que Jesus nos deu no Evangelho”, pediu.
Para Dom Orlando, existe uma atualidade entre Frei Galvão e o Papa Francisco. “Frei Galvão franciscano; Papa Francisco nos convidando a entrar com São Francisco nesta beleza da fraternidade. Como é que Frei Galvão e Papa Francisco se completam um ao outro?”, perguntou.
“Papa Francisco disse no primeiro dia: ‘Eu quero uma Igreja dos Pobres’; Santo Frei Galvão cuidou deles com muito carinho. Chegava a pedir esmolas para doar para os pobres. Pagava dívidas dos escravos, dos endividados. Nós percebemos a atualidade de Frei Galvão nesses tempos de Papa Francisco”, constatou.
Dom Orlando, então, contou uma história na vida do santo. “Um dia, a mãe dele colocou uma toalha muito bonita na mesa. Ela tinha muito carinho pela toalha. Quando ela saiu, entrou uma senhora pobre e Frei Galvão não sabia o que fazer. Pegou aquela toalha tão preciosa e deu para ela. Depois, a moça que levou a toalha soube desse fato e voltou para devolver essa toalha. A mãe disse assim: a sra. fica com a toalha porque Sant’Ana inspirou meu filho a cuidar dos pobres”.
“Santo Frei Galvão e o Papa Francisco estão ajudando todos os encurvados pela pobreza exatamente com essas atitudes tão fortes e bonitas de fraternidade”, ressaltou.
Outra semelhança segundo o Arcebispo: O Papa Francisco diz: vamos curar as feridas e a Igreja deve ser um Hospital de Campanha. “São Frei Galvão entende muito de cura. Curou muitas pessoas em vida e continua curando com as pílulas que são também remédios espirituais. E remédios para nossa cura. Portanto, já santo, Frei Galvão entendeu que é preciso a gente aceitar os remédios das curas de nossas feridas e assim, então, sermos essa Igreja enfermeira. Hospital de Campanha, com misericórdia a tantos doentes”, rememorou.
Outro ponto que aproxima o Papa Francisco de Frei Galvão é a misericórdia. “Ele instituiu o Ano da Misericórdia e o título de Papa é este: ‘Fui escolhido por misericórdia’. E Santo Frei Galvão foi cheio de misericórdia com os pecadores, com os moribundos, com até o Caetaninho, que foi executado injustamente. E o Frei por misericórdia disse que foi errado enforcar esta pessoa inocente. E mostrou tanta misericórdia com as religiosas com quem ele vivia. Por isso aqui quero fazer uma saudação religiosa a todas as Irmãs Concepcionistas. A Teresa Maria e os familiares de Frei Galvão que me ajudaram a entender e amar mais Frei Galvão. E tudo isso é misericórdia”, explicou.
“Por isso, ele tem esse título bonito da misericórdia. Homem, apóstolo da caridade e da paz. Porque com misericórdia levava paz em todos setores da sociedade”, acrescentou.
“O Papa Francisco está pedindo uma sinodalidade na Igreja. Uma palavra que vem de sínodo, que quer dizer “gente, vamos viver na concórdia”, como dizia a oração inicial. Santo Frei Galvão quer unidade, caminhar juntos. E o Papa Francisco nos deu aquela carta tão bonita: Fraternidade Universal, Amizade Universal. Tudo isso vem de São Francisco. Somos todos irmãos. Irmãos e irmãs, lavai-vos os pés uns dos outros. Aí está quem soube lavar os pés a vida inteira, quem soube ser o samaritano misericordioso”, frisou.
“O Papa Francisco pede uma Igreja em saída. Frei Galvão saía para ir às casas, às cidades, saía para tantas regiões. A pé para nos convidar: Vamos visitar nossos vizinhos, vamos levar o Evangelho também saindo de casa, saindo da sacristia, saindo do templo. Porque a missão da Igreja em saída é a grande solução para tantos problemas da Igreja no mundo”, diagnosticou, repetindo que há uma grande atualidade de Santo Frei Galvão e o Papa.
Segundo Dom Orlando, ele não foi somente pai para as Irmãs do Mosteiro da Luz. O “pê” da palavra PAI, significa pai porque foi: professor, pacificador, pregador, poeta, pedreiro, peregrino, pedinte, ajudou as parturientes. “E deixou esse remédio paterno que são as pílulas. Tudo com a letra p”, disse. No final, pediu que todos repetissem: “Santo Frei Galvão, fazei da nossa Igreja, a Igreja da atração”.
Fotos da Equipe de Comunicação do Santuário e texto de Moacir Beggo