D. Orani pede uma vida centralizada em Jesus Cristo
10/06/2019
Moacir Beggo
Rio de Janero (RJ) – O Arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, presidiu a Missa da Trezena de Santo Antônio no 11º dia neste Convento, no Largo da Carioca, às 18 horas desta segunda-feira, 10 de junho, tendo como concelebrantes Frei José Pereira, o guardião do Convento, Frei Guido Scottini e Frei Odécio Lima. O tema “Santo Antônio e Maria, Mãe da Igreja” foi escolhido por causa da memória do dia de hoje, instituída no calendário litúrgico romano pelo Papa Francisco no ano passado.
“É uma alegria estar aqui no Convento, com os freis que aqui servem à Igreja, seja nas celebrações, seja no atendimento das confissões, seja nas orações, e a vocês que vieram para mais um dia da Trezena”, saudou D. Orani.
“Maria, Mãe da Igreja” é uma memória que foi introduzida na liturgia na segunda-feira após Pentecostes para ser a celebração da memória de Maria junto com os discípulos no Cenáculo, ali justamente recebendo o dom do Espírito Santo. “Essa invocação de ‘Maria, Mãe da Igreja’ é de São Paulo VI, na terceira sessão do Concílio Vaticano II, quando ele faz uma belíssima homilia em que fala dessa presença de Maria como mãe dos pastores e das ovelhas. Só que não se tinha uma data precisa para essa invocação e o Papa Francisco definiu toda segunda-feira após Pentecostes, onde retomamos o Tempo Comum durante o ano. Portanto é uma data móvel”, explicou o Cardeal.
“Passado o tempo da Páscoa, a Igreja continua vivendo o mistério pascal. Acabamos um tempo litúrgico, mas o centro da nossa vida é o grande anúncio da vida, morte e ressurreição de Jesus. A Palavra de Deus no Evangelho de hoje nos fala dessa profecia cumprida. A leitura do Gênesis fala que alguém assumiria o pecado de cada um de nós e esmagaria a cabeça da serpente. E esse alguém que esmaga a serpente, que vence o maligno, é Jesus Cristo. Ele morre na cruz, pagando nossos pecados, e faz com que nós possamos ressuscitar com Ele numa vida nova”, situou.
Segundo Dom Orani, aquela que deu seu ‘sim’ ao Senhor, através de quem as coisas foram acontecendo, é justamente Maria. “Deus escolheu esta mulher para que nela encarnasse e nascesse o Verbo de Deus, Jesus Cristo. Ela esteve aos pés da cruz, vendo Jesus morrer e cumprir todas as profecias, onde a morte foi reconhecida, o pecado foi apagado e uma nova vida brotou”, acrescentou.
Nesse contexto todo, Jesus, do alto da Cruz, pouco antes de dar a vida por todos nós, entrega Maria a João, para que ele a cuidasse como sua mãe. “E nós sabemos que toda a tradição da Igreja vê na figura de João a figura de todos nós. Maria é nos dada como mãe”, ressaltou.
“Mas ela é também Mãe, porque sendo a mãe de Jesus – e Jesus sendo também da nossa raça, sendo aquele que assume a nossa humanidade, portanto somos irmãos em Jesus – também é nossa mãe. Então é muito natural que desde o início da Igreja se pudesse – ao contemplar o mistério pascal que é o centro de nossa vida, e que mesmo terminando o tempo da Páscoa -, ter Maria muito presente”, acentuou. “Maria, Mãe da Igreja faz esse elo entre o tempo da Páscoa e o Tempo Comum, que nós retomamos como 10ª semana no dia de hoje”, reforçou.
Unindo um pouco com a Trezena, D. Orani disse que foi essa grande razão da vida de Santo Antônio: anunciar Jesus Cristo, proclamar o salvador. “Nesse dia em que celebramos Maria, Mãe da Igreja, nós pedimos ao Senhor, nesta nossa grande cidade, com todos os seus altos e baixos, com seus problemas sociais, violência, poder paralelo, todas as divisões que existem entre nós, todos os ódios, intolerâncias e rancores, que nós possamos fazer a experiência cada vez mais com nossa vida centralizada em Jesus Cristo. Lutar por um mundo novo, trabalhar para que a graça de Deus possa cada vez mais ser bem acolhida por cada um de nós”, pediu.
“E, com Maria nossa mãe, porque é a Mãe da Igreja, possamos fazer essa experiência de encontrar com Jesus Cristo, vivo, presente, no meio de nós e anunciá-Lo e testemunhá-Lo nesse mundo de hoje, como foi sempre a missão de Maria. Trazer Cristo ao mundo, levar Cristo ao mundo, para conhecer este seu filho Jesus Cristo. Ela que nos impulsiona para creiamos Nele e para que nós O anunciemos”, emendou.
Dom Orani pediu que, passado o tempo da Páscoa, para que continuemos nesse clima pascal, de mistério central da nossa fé e peçamos a intercessão e ajuda de Maria e olhemos para o exemplo de Santo Antônio, cuja a festa nos aproximamos para celebrar, que foi aquele que viveu intensamente esse mistério, que pregou, que anunciou, que deu a vida por causa de Jesus Cristo Nosso Senhor. “Nós precisamos de pessoas assim hoje. É um convite para renovar nossa fé. Quem ama Jesus Cristo, anuncia-O e proclama-O com todas as consequências, tanto espirituais como sociais, no mundo de hoje, comprometendo-se com o tempo novo, sabendo que ao fazê-lo nós temos o mesmo caminho de Jesus: perseguição, incompreensão, martírios, expulsão de casa, de cidades, como acontece com os cristãos dos tempos de hoje e de sempre. Por isso mesmo, nada de desanimar quando sofremos dificuldades e incompreensões, mas com coragem, com o ânimo renovado, vamos continuar nossa missão como a de Santo Antônio, pedindo a intercessão de Maria”, exortou os devotos de Santo Antônio.
Esta terça-feira é dedicada a Santo Antônio nos Conventos franciscanos. Espera-se uma grande movimentação no Largo da Carioca devido à proximidade do Santo Padroeiro. Neste 12º dia, o tema será “Santo Antônio e o Reino dos Céus”.
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