Como parte das comemorações pelos 70 anos de presença franciscana no Continente Latino-americano e Caribe, a Ordem dos Frades Menores Conventuais promove um Congresso teológico, a partir de amanhã (13) até 17 de julho, no Rio de Janeiro. O encontro tem como objetivo aprofundar a reflexão sobre os cenários e a prática missionária e evangelizadora dos Irmãos Menores Conventuais na América Latina e Caribe para responder aos desafios da nova evangelização.

O evento reúne na Cidade Maravilhosa o Governo Geral da Ordem, Ministros Provinciais e Custódios, delegados provinciais, uma Irmã Clarissa, o presidente da Família Franciscana do Brasil, o Ministro nacional da Ordem Franciscana Secular e leigos.  Entre eles, Frei Gílson Nunes, Ministro Provincial da Província de São Francisco de Assis, com sede em Santo André. “A Ordem dos Frades Menores Conventuais, Franciscanos Conventuais, com gratidão celebra os setenta anos de chegada da nossa Ordem na América Latina. O primeiro grupo de frades americanos chegou em 1946 no Rio Comprido, no Rio de Janeiro. Esta foi a nossa primeira missão oficial na América Latina. Ainda que haja relatos de outros frades que estiveram no século passado na América Latina, esta é considerada a nossa presença oficial”, explicou o Ministro Provincial, que está reunido com esses representantes da Ordem, na Casa Regina Coeli, na Tijuca, para a eleição do novo presidente da Federação dos Frades Menores Conventuais da América Latina e Caribe.

Frei Gílson se refere à Custódia Imaculada Conceição do Brasil, fundada no dia 28 de março de 1946, a primeira presença franciscana no Brasil e América Latina. Esta primeira missão teve como ponto de partida a cidade do Rio de Janeiro, cujo Convento São Francisco de Assis, no bairro Rio Comprido, é o mais antigo convento Franciscano Conventual da América Latina.

Para Frei Gílson,  celebrar 70 anos de presença significa “render graças a Deus pela coragem, pela audácia, pelo ardor missionário dos operários da primeira hora, aqueles irmãos menores que, movidos pela paixão do Evangelho, e pelo carisma franciscano aqui aportaram para a implantação da Ordem”, observa o frade.

“Significa também pedir perdão pelas falhas humanas, pelos limites nesse processo de evangelização, de inculturação. Sem dúvida houve, como em toda história humana, momentos de sombras, infidelidades e limitações”, pondera Frei Gílson. “Mas significa um momento de compromisso com o hoje da história. Nós queremos ser também uma Ordem em saída. Queremos abrir-nos aos impulsos e aos apelos do Espírito. Queremos ser capazes de ler os sinais dos tempos, onde Deus nos envia, onde nós, como Irmãos Menores, devemos estar hoje e as quais periferias existenciais  o Senhor nos envia”, refletiu o Ministro Provincial.

Frei Gílson convida a toda a Família Franciscana, a Igreja no Brasil, a render graças pelos frutos destes setenta anos de missão e evangelização na América Latina: “Também conosco a suplicar a misericórdia do Senhor pelas nossas fragilidades humanas e a assumir esse tempo que se chama hoje a novidade do Espírito que nos envia, que novamente nos faz conhecer e discernir os sinais do Espírito em nós, na sociedade, no mundo e na Igreja”, completou o Provincial da  Província São Francisco de Assis, com sede em Santo André. A história da presença na região metropolitana de São Paulo começa com a vinda de dois frades da Província de Santo Antônio de Pádua, no dia 2 de janeiro de 1949.  Hoje, a Província São Francisco de Assis do Brasil marca presença nos estados de São Paulo, Paraná e Bahia.

No evento estarão presentes os cinco bispos conventuais brasileiros: Dom Fernando Mason, de Piracicaba (SP); Dom João Mamede, de Umuarama (PR); Dom João Wilk, de Anápolis (GO);  Dom Janusz Danecki, auxiliar de Campo Grande (MS) e Dom Elias Manning, bispo emérito de Valença (RJ). “A gente espera que o encontro seja uma injeção no braço da Ordem na América Latina para continuar essa missão e, quem sabe, chegar a outros países também”, afirmou

Dom Elias. Segundo ele, a Ordem dos Frades Menores Conventuais está presente no país em quatro jurisdições, onde se expandiu e floresceu. São elas: Rio de Janeiro e Minas Gerais, São Paulo e Região Sul, Goiás, Distrito Federal e a região Nordeste”, diz.

A arte do  evento (no alto da página) destaca o símbolo do TAU, tendo no centro o mapa da América Latina e Caribe, indicando a presença da Ordem. O mapa lembra o dinamismo da ação do Espírito Santo nesse chão, marcado pela violência, martírios e amor à terra. O frade menor encarna em sua vida o Cristo Crucificado, ele é a atualização de seu modo de ser e de encarar a existência, sempre convocado a ser um com o Senhor Crucificado.

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PROGRAMAÇÃO DO CONGRESSO NO RIO DE JANEIRO

13 de julho (quarta-feira)

Celebração de Abertura

Palestra inaugural: “Os Grandes Momentos Históricos da Igreja Latino-americana” (1946-2016), com Eduardo Hoornaert (Brasil)

14 de julho (quinta-feira)

Palestra: “Aproximação Crítica a alguns Fragmentos da Memória Histórica da Evangelização realizada pelos Franciscanos Conventuais na AL e Caribe”, com os palestrantes Roberto Tomichá Ch. Roberto, OFMConv Bolívia (1946-1967:Concílio Vaticano II); Miguel Ángel López, OFMConv Argentina.

Experiências das diversas realidades evangelizadoras

À tarde: trabalho em grupos e Plenário

 15 de julho (sexta-feira)

Palestra 1: ” Cenários de Evangelização com presença dos Franciscanos Conventuais na AL”, com o palestrante Christian Borghesi, OFMConv Chile

Visão sociológica; Visão teológica.

OS TRÊS RAMOS DA ORDEM FRANCISCANA A Ordem Franciscana foi criada como uma Ordem de Irmãos, que assumiam a missão de viver e pregar o Evangelho. Não era uma Ordem Clerical (Ordem composta por sacerdotes), como outras que já existiam. O próprio Francisco não quis ser sacerdote e os primeiros frades também não tinham esse objetivo. Mais tarde, devido principalmente às necessidades da Igreja, a maioria dos frades passou a se ordenar. Mas até hoje, dentro da ordem Franciscana, convivem como irmãos, em igualdade de condições, frades sacerdotes e não sacerdotes (estes chamados de irmãos leigos por não serem sacerdotes), cada um exercendo a sua função. Mais tarde, a Ordem se dividiu em três ramos: Ordem dos Frades Menores (OFM), Frades Menores Capuchinhos (OFMCap) e Frades Menores Conventuais (OFMConv).

16 de julho (sábado)

Trabalho em grupos: novos cenários para a OFMConv.;

Palestra 2: ” O Mundo Virtual, as Novas Gerações e os Desafios da Pós-modernidade diante da Evangelização”, com os palestrantes Rogério P. Xavier, OFMConv Brasil, SP (visão filosófica) Victor M.M. Mora ( visão bíblico-teológica)

Cine Fórum.

Mesa redonda: Da Memória à Atualidade: Para onde e como deve-se orientar a abordagem evangelizadora franciscana hoje? Fundamentos, estilos, perspectivas”, com os palestrantes Carlos A. Trovarelli, OFMConv Argentina, assistente FALC (moderador); Marco Umaña, OFMConv Costa Rica;

Intervenções do público

Trabalho em grupos para elaborar conclusões e sínteses.

17 de julho (domingo)

Celebração do 70º aniversário da chegada da Ordem à AL

Celebração Eucarística às 10h00.

Por Moacir Beggo