Frei Canga (à direita), da Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, participa da Conferência em Joanesburgo

O terceiro dia da Conferência Africana foi vivido na companhia da irmã chuva e, mais tarde, o esplendor do irmão sol. A partir da sala de encontros da Cúria da Província Franciscana de Nossa Senhora Rainha da Paz (Joanesburgo-África do Sul), Frei Victor Quematcha, OFM, Definidor Geral para África, apresentou a História e objetivo da Conferência Africana da Ordem dos Frades Menores. Segundo o frade, a criação desse organismo da Ordem remonta o ano de 1967 com o Decreto de Frei Constantino Koser (então Ministro Geral). Na África aparecem as primeiras tentativas de organização e trabalho conjunto; em 1983, chamada de Conferência da África Subsariana (Quênia, Congo, África do Sul, Guiné Bissau); em 1992, chamada de Conferência do Mediterrâneo e Norte de África (Líbia, Egito, Marrocos, Terra Santa). Contudo, somente em 19 de Março de 2005 foi criada oficialmente uma conferência no continente com o nome de Conferência Africana para a África Subsariana. Inicialmente, abrangia o Quênia, a República Democrática do Congo e Congo-Brazzaville, Guiné Bissau, África do Sul e mais tarde outras regiões como Benin, Togo, Moçambique, Zimbábwe, Angola, Madagascar.

A criação de uma Conferência obedece cristérios quanto à cultura (semelhanças de hábitos, costumes, cosmovisão), língua, espaços geográficos que favoreçam o fácil contato e no mínimo 5 entidades.

A Conferência Africana foi concebida para facilitar a interação e colaboração das entidades franciscanas no Continente. Assim, por ano,ao menos uma vez, o Ministro Geral e o seu Definitório se reúne em assembleia com os ministros provincias, custódios e presidentes das fundações africanas. Igualmente, o presidente da Conferência, quase sempre no mês de Maio, tem encontro com o Definitório Geral.

Tem como competência: zelar pela unidade das entidades circunscritas, ajudar o Ministro Geral na animação da Ordem, responder sinodalmente os desafios locais da Vida e Missão da Ordem, criar um lugar de oração, acolhimento, recoleção no formato de eremitério, pensar e criar a Ratio Formationis e Studiorum da Conferência, constituir uma comissão de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC); Formação e Estudo; Missão e Evangelização, indicar um frade para participar do Capítulo Geral da Ordem.

Durante a exposição da História da Conferência Africana foi apresentada a proposta da criação de uma nova conferência que abarcasse o Egito, Marrocos, Líbia e Terra Santa. As razões para esta reorganização são fatores como: dificuldade da língua e cultura (o mundo árabe) e distância geográfica.

Também se firmou que a Conferência Africana de agora em diante é dividida em duas grandes áreas: região francófona (Benin, Togo, Costa de Marfim, Guiné Bissau, Madagascar); região anglófona (Angola, Moçambique, Quênia, Sudão, Zimbábue, África do Sul). Pede-se que os frades da Conferência tenham domínio do francês e inglês ou, ao menos, uma dessas línguas conforme a região linguística onde cada frade se encontra.

Frei Canga Manuel Mazoa