Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

Assunção de Maria confirma nosso destino glorioso

15/08/2018

Papa Francisco

POPE-LEAKS-REFORM

Cidade do Vaticano – “A assunção de Maria, criatura humana, nos confirma nosso destino glorioso”. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus ao meio-dia desta quarta-feira, 15 de agosto, solenidade da Assunção de Nossa Senhora. O Papa Pio XII definiu em 1950, através da Constituição Apostólica Munificentissimus Deus, o dogma que é celebrado solenemente neste dia 15 de agosto – a Assunção da Santíssima Virgem Maria. A Igreja no Brasil celebra essa solenidade no domingo seguinte, neste ano, dia 19 de agosto.

Na alocução que precedeu a oração rezada com milhares de fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro, o Santo Padre explicou o sentido e o significado desta festa mariana, e seu alcance também para nós. Francisco ressaltou que nesta solenidade o santo povo fiel de Deus expressa com alegria a sua veneração à Virgem Mãe, e o faz na liturgia comum e também com diferentes formas de piedade, realizando a profecia de Maria mesma: “Todas as gerações me chamarão bem-aventurada” (Lc 1,48). “Porque o Senhor elevou sua humilde serva”, recordou.

Em seguida, o Pontífice evidenciou que a assunção ao céu, em corpo e alma, “é um privilégio divino concedido à Santa Mãe de Deus por sua união particular com Jesus”. “Trata-se de uma união corporal e espiritual, iniciada com a Anunciação e amadurecida durante toda a vida de Maria mediante sua participação singular no mistério do Filho”, acrescentou.

“Aparentemente, a existência de Nossa Senhora se deu como de uma mulher comum de seu tempo: rezava, se ocupava da família e da casa, ia à sinagoga… Mas toda ação cotidiana que fazia se dava em união total com Jesus. E no Calvário esta união alcançou o ápice, no amor, na compaixão e no sofrimento do coração. Por isso Deus lhe concedeu uma participação plena também na ressurreição de Jesus”.

“O corpo da Mãe – prosseguiu – foi preservado da corrupção, como o corpo do Filho. É o que proclama o Prefácio da Missa de hoje: “Vós não quisésseis que aquela que gerou o Senhor da vida conhecesse a corrupção do sepulcro”.
“A Igreja hoje nos convida a contemplar este mistério: ele mostra que Deus quer salvar o homem inteiro, alma e corpo. Jesus ressuscitou com o corpo que assumiu de Maria; e subiu ao Pai com a sua humanidade transfigurada. A assunção de Maria, criatura humana, nos dá a confirmação do nosso glorioso destino”.

Francisco lembrou que os filósofo gregos tinham entendido que a alma do homem é destinada à felicidade após a morte. Todavia, observou, “eles desprezavam o corpo – considerado prisão da alma – e não concebiam que Deus tivesse disposto que também o corpo do homem fosse unido à alma na beatitude celeste”. “A ressurreição da carne – prosseguiu – é um elemento próprio da revelação cristã, eixo da nossa fé”.

“A realidade maravilhosa da Assunção de Maria manifesta e confirma a unidade da pessoa humana e nos recorda que somos chamados a servir e glorificar Deus com todo o nosso ser, alma e corpo”, disse o Papa.

Se tivermos vivido assim, no alegre serviço a Deus, que se expressa também num generoso serviço aos irmãos, nosso destino, no dia da ressurreição, será igual ao de nossa Mãe celeste.

Após a oração mariana, na saudação aos vários grupos de fiéis e peregrinos presentes, o Papa confiou a Nossa Senhora Consoladora dos aflitos “as angústia e os tormentos daqueles que, em muitas partes do mundo, sofrem no corpo e no espírito”.

Em seguida, dirigiu um pensamento particular a todos os atingidos pela tragédia ocorrida esta terça-feira em Gênova, noroeste da Itália, que provocou vítimas e desconsolo na população. “Ao tempo em que confio as pessoas que perderam a vida à misericórdia de Deus, expresso minha proximidade espiritual a seus familiares, aos feridos, aos deslocados e a todos aqueles que sofrem por causa deste dramático evento. Convido-os se unirem a mim na oração, pelas vítimas e por seus entes queridos.”

NOSSA SENHORA DA GLÓRIA
O dia em que a Igreja celebra Nossa Senhora da Glória, 15 de agosto, é um tradicional feriado de verão em muitos países europeus. Com temperaturas tórridas, escolas fechadas, comércio e transporte reduzidos, muitos deixam as cidades e que tem a possibilidade, busca alívio ao calor perto do mar ou em colinas e montanhas.

Além dos trabalhadores que garantem serviços essenciais, permanecem nos grandes centros muitos pobres, migrantes, idosos e pessoas sós.

Em dezenas de cidades italianas, milhares deles atenderam ao apelo feito pela Comunidade de Santo Egídio e vão sair de suas casas, de norte a sul do país, e festejar juntos a “Assunta” na grande “Cocomerata (festa da melancia) da Integração”.

Pensando no futuro com responsabilidade
Nestes tempos em que episódios de intolerância, desconfiança, pessimismo e até agressividade contra estrangeiros estão se tornando comuns, a Comunidade quer recordar que “viver juntos é tradição e realidade na Itália”. Como exemplo, cita os tantos migrantes que trabalham como ajuda doméstica na casa dos italianos, cuidando de crianças e idosos.

Assim – apela a Comunidade – que esta festa de “Ferragosto” seja um modo de olhar ao futuro com responsabilidade: não ao medo, sim à integração e ao ‘viver juntos’ que garante a todos – italianos e migrantes – segurança e trabalho.


Fonte: Vatican News