Aos 80 anos, falece o “professor” Frei Mário Brunetta
31/08/2018
* 19/10/1937 + 30/08/2018
Nosso confrade Frei Mário Brunetta faleceu na tarde de hoje (30/08), às 13h45, no Hospital da USF, em Bragança Paulista. No e-mail de quinta-feira passada (23/08), o guardião Frei Carlos Körber comunicava que Frei Mário havia sido internado na UTI, no dia 21, devido a uma pneumonia. Desde 2014, Frei Mário vinha sendo cuidado na Fraternidade de Bragança Paulista, devido às suas condições de saúde não favoráveis.
O sepultamento do corpo de Frei Mário se deu após a Missa de Exéquias, às 11 horas da sexta-feira, 31 de agosto, no Cemitério do Santíssimo Sacramento, em São Paulo.
Dados pessoais, formação e atividades
– Nascimento: 19.10.1937 (80 anos de idade)
– Natural de Ibicaré, SC.
– Vestição: 19.12.1959 – Rodeio
– Primeira Profissão: 20.12.1960 (57 anos de Vida Franciscana)
– Profissão Solene: 01.02.1964
– Ordenação Presbiteral: 15/12/1965 (52 anos de Sacerdócio)
– 1961 – 1962 – Curitiba – estudos de Filosofia;
– 1963 – 1966 – Petrópolis – estudos de Teologia;
– 17.12.1966 – Rio Negro – Professor no ginásio dos Irmãos;
– 20.03.1971 – Curitiba – atendimento e estudos de Biologia;
– 11.03.1974 – Agudos – professor;
– 20.08.2000 – 1º pároco da Paróquia Santo Antônio, em Agudos.
– 07.11.2003 – Professor e vigário paroquial;
– 17.12.2009 – tratamento de saúde;
– 27.11.2014 – Bragança Paulista – tratamento de saúde;
O frade menor
No livreto comemorativo da instalação da Paróquia Santo Antônio, em Agudos, em 2000, Frei Mário, ao final, faz uma apresentação pessoal e diz o que segue:
“Sou de Santa Catarina, nascido em Ibicaré, neto de italianos, que entraram no Rio Grande do Sul. Família numerosa (12 irmãos), católica por herança e por convicção. Desde uns 7 ou 8 anos tive forte inclinação, que convenciono chamá-la de vocação, de dedicar minha vida ao sagrado (vocação religiosa) Não poderia explicar em poucas palavras o que era isto, nem penso que seja importante. O importante é que procurei seguir a “inspiração”.
Aos 13 anos é que me matriculei no seminário, sem saber exatamente se o que seguiria era a vocação sacerdotal. Assim mesmo, com a idade de 21 anos, após estudos, tentes com o Orientador (nós chamávamos de mestre), expressar que desejava ser irmão leigo. O mestre, após longa conversa, me convenceu a aceitar a vida sacerdotal. Completei os estudos de Filosofia e Teologia em 6 anos.
Sempre tive uma “compulsão” de ler muito e refletir. Muita coisa assimilei, história, filosofias, culturas. Ao me ordenar me indicaram tarefa de professor de primeiro grau.
Ao ser convidado a lecionar no segundo grau, pedi para fazer um curso. Aconselharam-me cursar a Faculdade. Escolhi Ciências Naturais e licenciei-me em Biologia, Química e Matemática para dar aulas. Uma vez que tinha forte atração pela natureza, de acordo com nossa formação franciscana, dediquei-me mais à Biologia. Mas tudo o que se refere às Ciências Naturais é minha atração.
As Ciências Humanas foram objeto particular de meu enfoque nos estudos. Mas sempre olhei o mundo e o homem sob o ângulo do sagrado. (…)
Nunca tive dissabores consideráveis. Estou de bem com a vida e com o mundo. Amo meu trabalho e aos meus familiares, a quem muito e muito devo.
Se me indicaram como administrador paroquial, provavelmente, é porque acham que posso desempenhar razoavelmente este encargo. Agradeço a confiança e “pé na tábua”. Peço compreensão e ajuda fraterna, e auxílio de Deus para poder corresponder. Deus os abençoe. Amém!”
Nosso confrade Mário, encantado pela vida (biós), pela terra e seus segredos, nos deixou um legado de simplicidade e desapego. Não era dado a requinte algum… a não ser ao de sua alma boa. Acolhido pelo Senhor, possa ele interceder por nós.
R.I.P.