Notícias - Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil - OFM

“A vocação franciscana” no segundo dia do Tríduo

28/09/2017

Notícias

Frei Leandro Costa
Bangu (RJ) – O segundo dia do Tríduo em preparação para a ordenação presbiteral de Frei Alan Maia de França Victor foi marcado por três momentos: planejamento e reflexão acerca da missão, missão propriamente dita e Missa campal em frente à casa onde viveu Frei Alan com seus familiares.

No primeiro momento do dia, os missionários se reuniram para a preparar as atividades missionárias antes da ordenação, com visitas às casas dos enfermos da Comunidade Paroquial e, principalmente, a realidade carcerária da região de Bangu. Para as visitas aos três presídios, os missionários tiveram a orientação do Padre Roberto Pereira de Magalhães, pároco da Paróquia Nossa Senhora da Assunção de Sulacap e responsável pela Pastoral Carcerária da Arquidiocese do Rio de Janeiro.

Na breve reflexão proferida por ele, chamou a atenção dos missionários quando se referiu à realidade carcerária como sendo a “mansão dos mortos”. A partir desta definição, Pe. Roberto descreveu a situação real dos que vivem apenados. Além disse, segundo o sacerdote, a situação política e sócio-econômica do Estado do Rio de Janeiro afeta diretamente a questão carcerária. “Some-se aos trabalhos de evangelização, a inerente postura humanitária da Igreja Católica nesse serviço de assistência”, disse o padre. Essas reflexões e as que seguiram deram um norte e introduziram os missionários no contexto da missão.

triduo_segundo_280917_2

“Um sol para cada um”, disse um senhor que acompanhava as missões. Bangu é uma das localidades mais quentes da cidade do Rio de Janeiro. E foi sob “os sóis” que a equipe missionária deu início às visitas do bairro. À tarde, as equipes missionárias foram reforçadas pelos paroquianos. O pároco Pe. Jorge Luiz Vieira da Silva, generosa e franciscanamente, ofereceu um canto para abastecer as forças, descansar os pés e saciar a fome dos missionários.

Para coroar o segundo dia foi celebrada a Missa marcando o segundo dia do Tríduo, que teve como tema a “Vocação religiosa franciscana”. Frei Alan reforçou o que já assumiu como consagrado, dizendo: “Recebi livre, espontânea e conscientemente as obrigações decorrentes dos votos assumidos como religioso e agora os expresso na vida presbiteral”.

A Celebração Eucarística foi antecedida por uma procissão. O lugar do encontro eucarístico foi a rua, em frente a casa de número 403, onde Frei Alan Maia viveu e discerniu sua vocação.
“A vocação franciscana se dá na evangelização das ruas”, lembrou o presidente da Celebração, Frei Diego Melo, que é o coordenador provincial do Serviço de Animação Vocacional, acolhendo a comunidade reunida naquela rua que se fazia casa e morada de Deus. “Em frente a esta casa existe um lar, onde nasce a vocação de todo e qualquer filho de Deus”, motivou Frei Diego. Convidando ao momento penitencial, disse: “Peçamos perdão pelos pecados que cometemos em nossos lares quando deixamos de viver a vocação ali dentro, iludidos de que haveríamos de vivê-la mais perfeitamente fora, quando na verdade o lar é o primeiro berço”.

O evangelho de Lucas recordava a autoridade de Jesus, expressa no pregar, no curar e viver marcado pela simplicidade, sem nada! Despojados e livres de tudo. Percorrendo o povoado pregando a boa nova do Reino.

“São Francisco de Assis e Frei Alan”, segundo Frei Diego, perguntaram um dia: “Senhor, que queres que eu faça, o queres de mim?” Cada um, a seu modo, entregarou-se a este chamado. Contudo, o chamado de um frade nunca se dá sozinho, mas em fraternidade. Como expressão desta realidade, a turma realizou um gesto simbólico da entrega do hábito, devocionário e estola diaconal. E no final, Frei Alan Maia assinou sua declaração. Após esse gesto, seguiu-se a Celebração.

E foi numa noite quente que se encerrou a Celebração Eucarística.